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Escrita espelhada ou escrever em espelho: O que fazer?


Escrita espelhada, o que fazer?



    Quando as crianças iniciam a escrever suas primeiras palavras ou números, a sensação dos pais é indescritível. É um processo de autonomia, um ritual de passagem evidenciando uma nova etapa na vida da criança... É uma gracinha ver aquelas mãos tão delicadas iniciando seus traçados...
    Ao compor suas primeiras escritas elas mostram-se portadoras de inúmeras experiências, desejos, anseios e dinâmicas particulares de aprendizado. Vygotsky (1998) destaca que a escrita tem significado para as crianças, desperta nelas uma necessidade intrínseca e uma tarefa necessária e relevante para a vida.
      Entretanto, na medida em que esta escrita avança é comum que elas evidenciem letras ou números espelhados...algumas já estão lá por volta dos 7 anos e ainda mantém esta característica e por que será que fazem isso?

     Em primeiro lugar é importante ressaltar que espelhar letras e números é normal, pois a criança está em processo de construção da escrita. Para que ela tenha o entendimento, que nós adultos temos que a escrita inicia da esquerda para a direita (no caso da cultura ocidental), algumas noções anteriores ao papel devem ser bem trabalhadas. A aquisição da escrita é posterior à aquisição da linguagem e posterior a um nível específico de maturidade motora humana.
     Conforme Esteban Levin (2002: 161), o ato da escrita em si, não depende somente do ato biológico, mas de toda uma estrutura que provém do sistema nervoso central,
[...] o que escreve é um sujeito-criança, mas, para fazê-lo, necessita de sua mão, de sua orientação espacial (lateralidade), de um ritmo motor (relaxamento-contração), de sua postura (eixo postural), de sua tonicidade muscular (preensão fina e precisa) e de seu reconhecimento no referido ato (função imaginária).
     Conforme manual de neurologia infantil, autoria de Diament (2005), a partir dos 7 anos que a criança começa a consolidar a noção de direita e esquerda, bem como encontra-se em fase de maturação de áreas visoespaciais, portanto é perfeitamente normal ainda apresentar algumas trocas  na direção de suas escrita, pois estão em processo de aprendizagem, sistematizando suas hipóteses e consolidando noções importantes em aspectos neurobiológicos, porém, alguns alunos espelham palavras e frases inteiras, característica da disgrafia. No entanto, isso não significa que as crianças que espelham letras e números apresentem disgrafia, mas se no final deste ano, após todas as intervenções pedagógicas terem sido realizadas, visando a “escrita correta” das palavras, faz-se necessário uma avaliação mais detalhada.
       Dehaene (2012) nos mostra que a capacidade de reconhecer as figuras simétricas faz parte das competências essenciais do sistema visual, porque permite o reconhecimento dos objetos independentemente da sua orientação, por esse motivo  que quando uma criança aprende a ler tem que “desaprender” a generalização em espelho para que possa compreender a diferença entre as letras “b” e “d”.  A maioria das crianças passa por uma fase de escrita em espelho tendo geralmente ultrapassada esta dificuldade por volta dos 8 anos. Entretanto, cabe ressaltar que algumas das crianças que apresentam escrita espelhada são canhotas.
      A identificação de uma imagem na sua forma simétrica, confusão esquerda-direita, também é frequente, no nosso sistema visual (Dehaene 2007).
       No entanto, na sala de aula existem professores que consideram "errado" quando os alunos escrevem palavras ou números espelhados, por isso se faz necessário esclarecer que antes de considerar certo ou errado, faz-se necessário realizar atividades que propiciem a lateralidade. Com certeza, no processo de alfabetização, tanto pais, quanto professores, devem sempre questionar a criança sobre como poderia melhorar aquilo que fez, procurar fazê-la tomar conhecimento do que fez e como o fez, mas também como deveria fazê-lo.
        Numa abordagem neurocientífica Guaresi (2009) enfatiza que:
A criança tem que manipular um repertório de  habilidades motoras finas e complexas concomitantes com dados sensoriais (conteúdo visual),  um processo que envolve muitas funções cerebrais, tais como atenção, memória, percepção  (integração e interpretação de dados sensoriais), entre outras. O processo de aprendizagem da  escrita envolve, entre outros aspectos, a integração viso-espacial, ou seja, visualizar o que está  sendo apresentado, localizar o lápis, acomodá-lo de forma satisfatória na mão, direcioná-lo ao  caderno e iniciar a sequência de movimentos numa tentativa de escrita. Com o tempo e o reforço das redes sinápticas correspondentes, este processo será automático, ou seja, não  precisará de monitoramento cerebral constante para execução da tarefa e a criança terá  condições de aumentar o nível de complexidade.

       Existem três domínios principais que precisam ser ensinados para que uma pessoa tenha autonomia no ato de escrever: o domínio linguístico, o domínio gráfico e o de conceitos de letra e texto. A escrita  como um sistema organizado manifesta nossa capacidade de simbolizar.  É complexo e sua aquisição demanda o domínio das várias dimensões que o compõe, por exemplo, além da segmentação, as crianças precisam adquirir no domínio gráfico, noções de esquerda para a direita, de cima para baixo.
          Portanto, a neuropsicopedagogia não lida apenas e diretamente com o problema de aprendizagem, mas com todos os processos metacognitivos que fazem com o ser humano venha a ter melhores condições de aprendizagem. Nesse sentido é importante lembrar que os alfabetos expostos em sala de aula, não deveriam ser em E.V.A, pois na maioria das vezes, apresentam somente a letra script maiúscula, sendo que no mundo letrado, não é somente este tipo de escrita que a criança encontra, muito menos deveriam conter formas de “bichinhos, bonequinhos”, pois isto também acarreta em confusão para aquela que se encontra em processo inicial do traçado das letras. Ela precisa visualizar a estética correta da escrita, e se possível que neste alfabeto seja sinalizado por setas indicando por onde começar esta escrita. A mesma sugestão é válida para o traçado de números. No entanto, antes de sistematizar a escrita “no papel”, diversas outras atividades envolvendo o corpo devem estar bem desenvolvidas, pois tudo que sentimos através do nosso corpo, torna-se mais significativo e é nesse sentido que seguem algumas sugestões de atividades:

Jogo de orientação espacial:
Dependendo da idade da criança, pode-se colocar uma fita no braço, ou perna sinalizando o lado direito (ou esquerdo). Coloca-se no chão algo delimitando o espaço, por exemplo 3 colchonetes. A criança fica posicionada no colchonete do meio, e o professor diz: direita (ele deve passar para o colchonete correspondente), esquerda ou meio. Também, após terem dominado estas noções,  pode ser colocado outros 3 colchonetes na frente da criança, sendo que outra participe da atividade, demonstrando que ao se posicionarem uma frente a outra, o ato de pular para a direita de uma, irá mostrar-se diferente do ato de pular para a direita de outra.

Atividades com balão:
Tentar manter o balão no ar, somente batendo nele com a mão direita, após somente com a mão esquerda.


Brincar de Robô:
Uma criança é o robô, e seu parceiro é o guia. Auxiliados pela professora, combinam sinais de movimentação do robô. Por exemplo, se o guia tocar o lado esquerdo da cabeça do robô, esse vira para a esquerda; se tocar o lado direito, vira à direita; se tocar o alto da cabeça, o robô abaixa, e assim por diante. Algum tempo depois, invertem-se os papéis, sendo que o guia vira robô, e o robô vira guia. Depois disso, a brincadeira é feita com deslocamentos. As duplas combinam os sinais de movimentação. Por exemplo, um toque na parte de trás da cabeça é sinal para o robô ir adiante; um toque nos ombros é sinal para que ele pare.

Brincar de espelho:
Inicialmente cada aluno faz as atividades sozinhos, ou seja, a professora diz, mostrar a mão direta, colocar o pé esquerdo ao lado da cadeira, colocar a mão esquerda no olho esquerdo, encostado no cotovelo direito  no joelho direito, e ir dizendo várias situações. Mas para brincar de espelho, cada um ficará de frente a um colega e deverá seguir as instruções dadas pela professora, porém localizando no outro.

Que letra é essa?
Nas costas do aluno o professor faz com o dedo uma letra e o mesmo deve dizer qual é.

Caminhar sobre as letras:
No chão, fazer o traçado de letras ou palavras e os alunos devem caminhar sobre as mesmas, seguindo a ordem que o traçado deve ser feito. 

Escrita com água:
Os alunos podem molhar o dedo na água e vir ao quadro passar o dedo sobre o traçado das palavras.

Escrita na areia:
No chão, escrever com o dedo, ou palito de picolé, o traçado de palavras.

Modelagem de palavras:
Usando argila ou massa de modelar, escrever palavras modelando letra por letra.


Referência Bibliográfica:
BOSSA, Nádia. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: ARTMED, 2000.
DEHAENE, Stanislas. Os Neurônios da Leitura: Como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
DIAMENT, A. CYPEL,S. Neurologia Infantil, 2005, p. 78
GUARESI, Ronei. Etapas da aquisição da escrita e o papel do hipocampo na consolidação de
elementos declarativos complexos. Letrônica, Porto Alegre v.2, n.1, p. 189, jul. 2009.
LEVIN, Esteban.  A Infância em Cena. Petrópolis: Ed. Vozes, 2002- 
LIMA, Elvira Souza .Coleção Cotidiano na Sala de Aula. Ed Inter Alia, São Paulo
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A Ciência da Leitura


 
A Ciência da Leitura é um verdadeiro manual para qualquer profissional que atua na educação, abrange uma vasta variedade de assuntos, recentes e com estudos de neuroimagem em dislexia e aquisição de leitura. O entendimento de transtornos relacionados à leitura, tais como a dislexia são marcas mais predominantes nesta obra. Repleto de exemplos e explicações neurocientíficas a leitura deste livro quase que se torna obrigatória para aqueles que atuam diretamente no processo de alfabetização de crianças ou fazem processos de intervenções.
      Muitos estudos relacionados à compreensão da leitura foram realizados há um século, sendo que várias questões abordadas neste livro, mostram-se como novidade uma vez que trazem estudos pautados em imageamento cerebral, análise da genética molecular dos transtornos de leitura e modelos computacionais de diferentes aspectos do processo de leitura.
      O livro caracteriza-se pela abordagem de sete temáticas fundamentais, subdivididas em interessantes capítulos:

- Processos de reconhecimento de palavras na leitura
Reconhecer palavras é a base da leitura, entretanto nem todos conseguem fazer isto com êxito. Existem leituras eficientes e outras ineficientes, ler envolve recuperar informações sobre a forma falada e o significado da palavra a partir de sua forma escrita, ou seja, ter acesso às informações armazenadas na memória.

 Aprendendo a ler e a escrever
Num mundo totalmente letrado talvez poucos pararam para pensar o quão é difícil aprender o processo de ler, quantos mecanismos são necessários para se ter excelência na leitura. Aprender a ler não é uma questão simples, envolve a decodificação de um código que por sua vez mapeia a linguagem falada sobre a linguagem escrita.
Entretanto, o ato de ler não inicia na escola ele tem preditores fundamentais que são a sensibilidade parental e a alfabetização doméstica. Os pais que são sensíveis às habilidades linguísticas emergentes de seus filhos usam técnicas de alavancagem para gerar vocabulário. Crianças de lares letrados tendem a ter bom conhecimento linguístico, além de bom conhecimento da escrita, preditores importantes da sua compreensão na leitura. Crianças que já vem para a escola com esses pressupostos básicos estão mais preparadas para aprender a ler.
Tornar-se letrado tem um grande impacto nas habilidades metalinguísticas. O letramento alfabético promove o desenvolvimento da consciência fonêmica, facilita o desenvolvimento da memória de curta duração e da repetição de não palavras, talvez por incentivar a atenção à estrutura fonêmica da fala.
Aprender a ler é uma busca complexa e envolve um longo caminho de compreensão científica desse processo.

Compreensão da leitura
De que modo começamos a entender a maneira como a mente representa os significados transmitidos pela  linguagem, seja ela escrita ou falada?
Uma proporção significativa de crianças apresenta déficits específicos no desenvolvimento de habilidades de compreensão da leitura. Apesar de terem habilidades de decodificação adequadas para sua idade, apresentam déficits específicos na compreensão de textos. Qual o papel da memória de trabalho na compreensão textual? Como as pessoas adquirem a habilidade de compreender o que leem?  

Leitura em diferentes línguas
Será que quem lê chinês tem dislexia? De que forma se dá a leitura no mundo oriental? Durante muitos anos, acreditou-se que aprender a ler em chinês era muito diferente de aprender a ler em um sistema alfabético. Todavia ao contrário do que se pensava, os caracteres chineses transmitem informações sobre sua pronuncia. A maioria dos caracteres em chinês (por volta de 80%) é formada por um componente radical (que está relacionado com seu significado) e um componente fonético (que fornece informações sobre o seu som). Apesar do conhecimento sobre a dislexia em chinês se encontrar em um estado ainda não bem documentado, há indicadores apontando que há uma proporção relativamente baixa de crianças chinesas descritas como disléxicas.

Transtornos da leitura e da escrita
Estudos realizados a partir do século XIX vêm demonstrando que após uma lesão cerebral, alguns indivíduos perdem em graus variados e de várias maneiras suas habilidades antes fluentes de leitura e escrita. Conhecer estes possíveis transtornos de leitura e escrita, saber propor alternativas de melhorias para indivíduos com tais déficits é a proposta deste capítulo.

As bases biológicas da leitura
Sendo considerado um acontecimento muito recente na espécie humana, a leitura depende de mecanismos cerebrais e o desenvolvimento desses mecanismos, que por sua vez são influenciados por mecanismos genéticos. Por exemplo, em estudos realizados sobre a leitura de pessoas com dislexia, SNOWLING & HULME(2013) nos dizem que a leitura no cérebro disléxico parece envolver áreas semelhantes às atividades em disléxicos, particularmente em determinadas regiões dos lobos frontal/temporal esquerdo. Mais uma vez, um desafio importante é relacionar essas diferenças em padrões de ativação cerebral com os modelos cognitivos da leitura e da dislexia e relacionar as diferenças genéticas com variações no funcionamento cerebral e, assim, com explicações cognitivas sobre como lemos e o que dá errado em transtornos da leitura como a dislexia.

Ensino de leitura
“Se entendermos como as pessoas leem, e como essa habilidade se desenvolve, isso certamente terá implicações importantes para as melhores maneiras de ensinar as pessoas a ler.” (SNOWLING & HULME, 2013)
Sem esquecer a busca do significado da palavra lida, pesquisadores, tais como Snow e Juel defendem com firmeza a necessidade de ensinar as crianças explicitamente as correspondências entre as letras e os sons na leitura. O uso de instrução explícita em consciência fonêmica e estratégias de decodificação de base fonêmica,  gera grandes melhoras na precisão da leitura em crianças com dislexia. Os autores colocam que sabemos muito sobre como ensinar crianças de desenvolvimento típico a ler e como ajudar criança com dislexia a superar suas dificuldades, entretanto precisamos ir além, precisamos colocar em prática nossos conhecimentos.

        Os tópicos abordados foram breves pinceladas do que esta obra nos apresenta. Entender os mecanismos da leitura é fator primordial para aqueles que atuam no campo educacional, pois a base da escola é a leitura. Como educadores devemos primar pela excelência em nossos métodos de ensino, bem como no métodos de aprendizagens dos alunos. Então, para torná-los melhores leitores, devemos ter o entendimento de todo este aparato que está por trás do ato de ler, devemos primar pelo conhecimento advindo desta nova etapa construída através dos estudos de neuroimageamento, que são recentes e trazem novos temas para esta área. 
           

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A Dislexia de forma anatômica


Conforme Crossman, no Córtex Cerebral podem ser distinguidas diversas áreas, com limites e funções relativamente definidos. A diferença entre elas reside na espessura e composição das camadas celulares e na quantidade de fibras nervosas que chegam ou partem de cada um.
O Córtex Cerebral possui divisões e, dentro desta, localiza-se o lobo parietal que é o responsável pela função da percepção, memória e análise visual. Ocorrendo uma disfunção neste lobo haverá o que chamamos de dislexia.
O Lobo Parietal – (localizado a partir do sulco central para trás). O lóbulo parietal superior é responsável pela interpretação da informação sensorial geral e pelo conhecimento consciente da metade contralateral do corpo. Nesse local, as lesões comprometem a interpretação e a compreensão das entradas sensoriais, e podem causar o abandono da outra metade do corpo. O lóbulo parietal inferior forma a interface entre o córtex sômato-sensorial e os córtices de associação visual e auditiva, respectivamente, dos lobos occipital e temporal, e, no hemisfério dominante, contribui para as funções da linguagem.
A lesão do corpo parietal esquerdo causa:
  • Crises parciais: ataques paroxísticos de sensações anormais, propagadas pelo lado contralateral do corpo (crises sensoriais).
  • Deficiências sensório-motoras: perda hemissensorial contralateral e perda do campo visual inferior.
  • Deficiências psicológicas: incapacidade de dar nome aos objetos e perda da capacidade de ler (alexia), escrever (agrafia) e calcular (acalculia).
A lesão do lobo parietal direito causa:
  • Crises parciais: ataques paroxísticos de perturbações sensoriais afetam o lado contralateral do corpo (crises sensoriais simples).
  • Deficiência sensório – motora: perda hemissensorial contralateral do campo visual inferior.
  • Deficiências psicológicas: incapacidade de copiar e de construir esquemas devido à desorientação espacial (apraxia de construção).


Sinais que aponta para a Dislexia

1 Antes da alfabetização – mais ou menos aos 03 e 04 anos:
  • Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem.
  • Dificuldade de decorar versos, aprender canções e contar histórias, fazer rimas e narrar histórias.
  • Problemas na motricidade fina (recortes com tesoura, desenhos) e na grossa (caminha de forma desengonçada, tropeça com facilidade).
  • Falta de interesse em livros. Só se interessa por aqueles que tenham muitas figuras.
  • Dificuldade com quebra-cabeças.
  • Confunde conceito de ontem/hoje/amanhã (orientação temporal).
  • Sabe separar fichas por cores, mas não decoram o nome da cor.
  • Incidência maior em canhotos e ambidestros.
    • Sinais da idade escolar
  • Ocorrem trocas ortográficas, mas dependem do tipo de dislexia (em 80% dos casos, a letra do disléxico será é feia ou com incidência de inversão, como “b” virado).
  • Problemas para reconhecer rimas e fonemas repetidos.
  • Desatenção e dispersão.
  • Desempenho escolar abaixo da média em matérias específicas que dependem da linguagem escrita.
  • Dificuldade de coordenação motora fina (para escrever, desenhar e pintar) e grossa (descoordenação).
  • Dificuldade de copiar as lições do quadro ou de um livro.
  • Confusão entre esquerda e direita, observáveis na ginástica e no trabalho com mapas.
  • Dificuldade de expressão: vocabulário pobre, frases curtas, estrutura simples e sentenças vagas.
  • Esquecimento de palavras.
  • Problemas de conduta.
  • Desinteresse ou negação da necessidade de ler.
  • Leitura demorada, silabada. Esquecimento de tudo o que lê.
  • Desnível entre o que ouve e o que lê (aproveita o que ouve, mas não o que lê).

Além disso, os indivíduos disléxicos podem apresentar:
  • Família com histórico de dislexia ou dificuldades de aprendizagem.
  • Dificuldades em ler relógio analógico e saber seqüência dos meses.
  • Dificuldades na aprendizagem de língua estrangeira.
  • Podem manifestar problemas emocionais relacionados a auto-estima, frustração, ansiedade e até mesmo atitudes agressivas.
  • Dificuldade de retenção de texto (precisam ler mais de uma vez para entender).
Nem todos os disléxicos desenvolvem os mesmos dons, mas eles certamente possuem algumas funções mentais em comum.

Seguem as habilidades básicas de que todos os disléxicos compartilham:
  • São capazes de utilizar seu dom mental para alterar ou criar percepções (a habilidade primária).
  • São altamente conscientes do meio ambiente.
  • São mais curiosos que a média.
  • Pensam principalmente em imagens em vez de palavras.
  • São intuitivos e capazes de muitos insights.
  • Pensam e percebem de forma multidimensional (utilizando todos os sentidos).
  • Podem vivenciar o pensamento como realidade.
  • São capazes de criar imagens muito vívidas.
Estas oito habilidades básicas se não forem suprimidas, anuladas ou destruídas pelos pais ou pelo processo educacional resultarão em duas características: inteligência acima do normal e extraordinária criatividade. A partir daí, o verdadeiro dom da dislexia gera o dom da mestria. Este dom se desenvolve de muitas maneiras e em muitas áreas. Para Albert Einstein, foi na física; para Walt Disney, nas artes; para Magic Johnson, no esporte.
Ou seja, é um transtorno severo e persistente da aprendizagem da leitura e escrita em indivíduos com condições intelectuais normais e freqüência escolar adequada. Mais especificamente, a dislexia é um transtorno específico nas operações envolvidas no reconhecimento das palavras e compromete, em maior ou menor grau, a compreensão da leitura. 
A dificuldade é de um grau clinicamente significativo, medido por testes padronizados, apropriados à cultura e ao sistema educacional. Os disléxicos estão atrasados, na leitura e na escrita no mínimo dois anos com relação aos seus colegas. Existe uma moderada evidência de origem genética, o que requer um tratamento e que envolve um processo laborioso, sujeito a recaídas e, fundamentalmente, associado à família e à escola, demandando também uma equipe multidisciplinar para seu diagnóstico e tratamento, sendo que, a equipe, deve ser composta por neurologistas, psicólogos, psicopedagogo e fonoaudiólogo.

Fonte - grupopsicopedagogiando.blogspot.com
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Neuropsicologia



Luria e sua Abordagem Neuropsicológica
                
                   A Neuropsicologia é uma área interdisciplinar que envolve a Neurologia, Psicologia, Psiquiatria, Fonoaudiologia Linguística dentre outras áreas. O objetivo é estudar as relações entre as funções psicológicas e sua base neurológica (Oliveira, 1997).
                Para entender melhor o contexto científico da época é interessante lembrar as duas vertentes quanto ao funcionamento do cérebro. A visão mecanicista da localização cerebral tem por característica a ideia de que cada função mental é plenamente controlada por uma área cortical. Broca (1861) destacou-se nessa posição quando sugeriu que “o terço posterior do giro frontal inferior esquerdo é o centro das imagens motoras da palavra” (in Kagan&Saling, 1997).
                Já a visão integral ou holística sugere não haver fragmentação, mas que a função mental deveria ser concebida como um produto do funcionamento global do córtex cerebral.
                Alexander Romanovich Luria, influenciado pelos estudos de Pavlov e Vygotsky, revê essas visões extremas e cria novos conceitos que tornam-se muito úteis no estudo da Afasiologia, por exemplo.
                Oliveira (1997) chega a afirmar que dentro dos colaboradores de Vygotsky, Luria foi quem mais se dedicou ao estudo das funções psicológicas relacionadas ao sistema nervoso central, tornando-se o mais conhecido neuropsicólogo do mundo.
                Desenvolve, então, um estudo sobre a organização cerebral das funções mentais superiores. Conceituando-as como sistemas funcionais muito complexos que exigem a cooperação de partes diferentes do cérebro.

                Para Luria o cérebro é dividido em 3 grandes unidades funcionais:

Unidade I – suas estruturas estão situadas no tronco cerebral (cujo componente importante é o sistema de ativação reticular – RAS) e nas superfícies mediais dos hemisférios cerebrais (cujo componente predominante consiste nas diversas estruturas do sistema límbico).  Essa unidade é responsável por regular a estimulação; o estado de consciência; o tônus cortical ideal.
Unidade II – consiste nos lóbulos parietal, temporal e occipital. É responsável por receber, analisar e armazenar as informações que chegam através do input auditivo, visual e tátil-cinestésico.
Unidade III – consiste nos lóbulos frontais. Responsável pela programação, regulação e verificação da ação. Além de se caracterizar por conexões complexas com todo o córtex.
                Um postulado básico da teoria de Luria é que embora cada unidade tenha uma função específica, a cognição depende da colaboração entre as 3 unidades. A percepção visual, por exemplo, envolve o estado de consciência adequado (unidade I), a análise e síntese da informação recebida pelo sistema visual (unidade II) e os movimentos dos olhos pelas partes do objeto a ser percebido (unidade III) (Oliveira, 1997).
                Outro postulado importante em sua teoria é o problema primário. Qualquer lesão vai gerar um problema primário, mas dependendo da área afetada o problema se manifestará de formas diferentes. A esta manifestação visível, Luria denomina efeito secundário ou sistêmico. A exata natureza do problema ele chama de problema primário. Por exemplo, se o problema primário é um colapso na organização sequencial do movimento, o efeito sistêmico sobre a linguagem expressiva seria a dificuldade em combinar posturas articulatórias (Kagan&Saling, 1997).
                Portanto, ao tentar localizar o dano cortical responsável por um problema em função mental superior é preciso identificar o problema primário. Sendo essencial para isso, entender o sistema funcional.
                Lembrando que uma lesão focalizada pode resultar em diversos sintomas aparentemente não relacionados, pois uma área cortical pode ter ligação com vários sistemas funcionais.
                Isto é análise neuropsicológica.

Referências bibliográficas:
KAGAN, Aura & SALING, Michael M. Uma introdução à afasiologia de Luria. Teoria e Aplicação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento. Um processo sócio-histórico. SP: Scipione, 1997.
                
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O efeito das CORES no CÉREBRO!!!


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Software de Neurologia - Espanhol

Este Software apresenta em seu conteúdo uma galeria de imagens patológicas do Sistema Nervoso
 
Fonte: http://fono-audiologia.blogspot.com
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O poder da Dominância Cerebral


Constatamos que no decorrer do tempo as pesquisas sobre o potencial humano cada vez mais vêm confirmando a natureza dual do nosso cérebro. Os antigos filósofos chineses chegaram aos conceitos de Yin (hemisfério direito) e Yang (hemisfério esquerdo) há milhares de anos; todavia só a partir do século passado foi que os médicos ocidentais começaram a pesquisar e constatar que os danos resultantes de derrames cerebrais tinham repercussões diferentes a depender da área do cérebro atingida (hemisfério direito ou esquerdo).

No início da década de 1960, Dr. Roger Sperry e sua equipe trabalhando em um grande hospital americano realizaram várias experiências com pacientes epiléticos, os quais tiveram as conexões entre os seus hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) desfeitas através de uma cirurgia como uma maneira de reduzir os efeitos da epilepsia. Os estudos de Sperry confirmaram que os dois lados do cérebro cumprem funções diferentes. O lado esquerdo (que controla o lado direito do corpo) lida principalmente com a linguagem, a lógica e o tempo; e o lado direito, principalmente, com emoção, imaginação, visão, intuição e orientação espacial. Muitas outras experiências como essas vêm confirmando essas descobertas, e em 1983 Dr. Roger Sperry recebeu o Prêmio Nobel de Medicina pelo seu trabalho sobre dominância cerebral.



A partir de então, começaram as pesquisas para mapear e identificar qual a porção do cérebro que é mais utilizada pela maioria das pessoas e o que faz com que utilizemos mais o hemisfério direto ou o esquerdo. Acompanhando-se essas pesquisas as mesmas apontam que a família onde vivemos, a comunidade, o país, e também a educação escolar que recebemos são os responsáveis por esse desenvolvimento. Daí constatamos que, a nossa educação nos impele a aprendermos a utilizar muito mais o hemisfério cerebral esquerdo, pois a matemática, o português e a maneira como aprendemos favorece que desenvolvamos muito mais o hemisfério cerebral esquerdo.



Como era de se esperar, esse conhecimento chegou ao mundo organizacional e aquelas mais avançadas e inovadoras começaram a utiliza-lo como uma maneira interessante e inteligente, principalmente, para se montar equipes de trabalho, considerando que a diversidade favorece com que tenhamos equipes mais desenvolvidas e conseqüentemente melhores resultados.


Esses estudos foram se tornando cada vez mais sofisticados até que o pesquisador americano Ned Herrmann[1] apresentou a sua pesquisa, reconhecida mundialmente e dividindo o cérebro em quatro quadrantes com as seguintes características:


As pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a maioria dos altos executivos, gerentes e supervisores tendem a ser indivíduos que desenvolveram fortemente preferências para utilizar o lado esquerdo do cérebro e, conseqüentemente, como resultado disto as organizações tendem a focar as suas atividades em áreas que são primariamente orientadas para essas características.



Assim sendo, as atividades do lado direto são engajadas com freqüência muito menor, ao mesmo tempo, ainda segundo essas pesquisas, os indivíduos que utilizam mais o lado direito do cérebro tinham poucas chances de progredir nessas organizações.



Portanto quais são as implicações para tudo isto? Quando uma organização foca apenas as atividades que estão mais dirigidas para o lado esquerdo, logo de cara estão utilizando - quando muito 50% da sua capacidade. Ao mesmo tempo por não valorizarem as funções do lado direito tendem a ser muito burocráticas, e têm os seus focos muito mais dirigidos para a área operacional e por este motivo não conseguem se conectar com o todo.



Quando consideramos que o pensamento criativo gera um processo, através do qual utilizamos dois tipos de pensamento, ou seja, o pensamento divergente que é resultante da ação focada no hemisfério cerebral direito (adiar julgamento, imaginar, ousar, buscar novas alternativas, sair do velho paradigma), ao passo que o pensamento convergente é resultante da ação focada no hemisfério esquerdo (julga, avalia e escolhe).



É a partir daí que entendemos a importância do processo criativo nas organizações, já que o mesmo tende a gerar um movimento entre os centros de pensamento divergente e convergente.



O que podemos constatar é que na nossa sociedade despendemos mais tempo e trabalho com as nossas habilidades ligadas ao hemisfério esquerdo. Portanto, como já foi mencionado antes a educação tradicional preocupa-se muito mais com a nossa habilidade de ler, escrever, aritmética, matemática, as quais estão totalmente vinculadas ao nosso hemisfério cerebral esquerdo; ao passo que a arte, a música, a poesia, que são habilidades ligadas ao hemisfério direito não são consideradas prioritárias ou importantes.



Logo está claro e convincente que o individuo criativo não é aquele que apenas usa o lado direito do cérebro, mas principalmente aquele que sabe utilizar bem os dois hemisférios cerebrais. Só para dar exemplo, um determinado indivíduo A é um excelente artista, pinta quadros belíssimos tanto em técnica, perspectiva e qualidade de trabalho, todavia não sabe lidar com as questões monetárias relativas a sua carreira e é nada mais do que um “artista falido”; já o indivíduo B é também um fantástico profissional, seus trabalhos são belíssimos, todavia o mesmo investiu profissionalmente na sua carreira, nas suas exposições, no seu marketing profissional e portanto tem comprovadamente uma carreira de sucesso.

Qual a diferença? O indivíduo A sabe utilizar muito bem o lado direito do cérebro e por algum motivo não desenvolveu o seu hemisfério esquerdo, que planeja, age e executa; já o indivíduo B, valoriza os dois hemisférios cerebrais e, portanto, por utilizar mais seu potencial cerebral, consegue além do sucesso profissional, também encontra o desejado, procurado e importante sucesso financeiro da sua carreira.
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