Como os pais podem ajudar seus filhos nesse processo de aprendizagem? Compartilhe essa informação!!!
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Alfabetização em época de Pandemia!!!
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Dicas para tirar a criança do Realismo Nominal - Utilizando Método das Boquinhas
Antes de consolidar a consciência fonológica… quando ainda está na Educação Infantil ou bem no início da alfabetização… a criança fica “presa” ao objeto e seu significado.
Ela escuta uma palavra e não consegue entender que essa palavra pode ser representada letra por letra na escrita, pois ela apenas se detém na imagem e nas funções do objeto que ela está nomeando.
Por isso, quando pedimos a uma criança que se encontra nesta fase que escreva o nome de um animal ou um objeto (como ela ainda não aprimorou a consciência fonológica), ela pode apenas desenhar esse animal ou objeto.
Quando ela avança um pouco e observa que usamos letras para escrever ela pode até usar uma quantidade de letras, mas é esperado que nada tenha a ver com a escrita de fato… usando letras aleatórias.
Ela tende a usar muitas letras se for “escrever” o nome de algo grande (por exemplo: trem, avião, boi) ou poucas letras se o que deseja escrever for fisicamente pequeno (como formiga, joaninha, apontador).
Isso acontece porque nessa fase de 4-5 anos, por questões de maturação neurológica, é difícil para a maioria das crianças entender que não escrevemos a “coisa”, mas o nome da “coisa”.
Isto é o que Piaget chamou de REALISMO NOMINAL, uma fase do desenvolvimento da aprendizagem em que a criança ainda não entende que a escrita representa sons da fala.
Considerando a Psicogênese da Escrita de Emília Ferreiro, essa criança estaria no nível pré-silábico.
Considerando a Psicogênese da Escrita de Emília Ferreiro, essa criança estaria no nível pré-silábico.
Agora vai a pergunta: o que nós mediadores podemos fazer para ajudar a criança a sair do Realismo Nominal e avançar na sua compreensão do que é ler e escrever??? Como ajudá-la a sair dessa compreensão baseada apenas no concreto e passar a representar com letras os sons da fala?
Aqui vão 5 dicas:
- Contar sílabas das palavras oralmente (batendo palmas para cada sílaba falada, por exemplo);
- Apresentar as vogais e suas respectivas bocas, estimulando sua articulação;
- Relacionar figuras iniciadas com vogais com as respectivas bocas das vogais que as pronunciam;
- Nomear um objeto e identificar se ao pronunciar seu nome a boca da vogal indicada está presente ou não;
- Uma vez identificada a presença de uma vogal na palavra, perceber se ela está no início, no meio ou no final.
Para tornar mais “concreta” para a criança essa percepção da ocorrência da vogal na palavra, Boquinhas tem um exercício clássico que é a “formiguinha”. Neste exercício, trabalhado pelo método desde a Educação Infantil, a criança é estimulada a falar a palavra e relacionar cada sílaba falada com as partes da “formiguinha”, identificando se a vogal que procura está na cabeça, no corpo ou no bumbum dela. As crianças adoram!
Estas reflexões certamente levarão a criança a relacionar a escrita com a fala, condição fundamental para que ela avance na compreensão do que é ler e escrever!
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O curso será realizado no Edifício Twin Towers, localizado na Av. Tiradentes, 501. Para inscrições clique no link abaixo. Descontos para grupos de 4 pessoas. Para grupos maiores entrar em contato através do celular/whatsapp 43 9 98063464.
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https://cursos.metododasboquinhas.com.br/Detalhes.html?cursoId=126
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MÉTODO DAS BOQUINHAS 18 E 19 DE MAIO EM LONDRINA-PR
O curso será realizado no Edifício Twin Towers, localizado na Av. Tiradentes, 501. Para inscrições clique no link abaixo. Descontos para grupos de 4 pessoas. Para grupos maiores entrar em contato através do celular/whatsapp 43 9 98063464.
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MIX DE BOQUINHAS EM LONDRINA-PR
MIX BOQUINHAS - TREINO ALFABETIZAÇÃO E TREINO DESENVOLVIMENTO INFANTIL - LONDRINA / PR
Curso de Desenvolvimento Infantil e Treino em Alfabetização pelo Método das Boquinhas. Neste curso iremos abordar o Desenvolvimento Infantil e os pré-requisitos necessários para uma pré-alfabetização. O trabalho da Consciência Fonológica como pressuposto fundamental para o desenvolvimento da linguagem escrita e leitura. As regras do Sistema de Escrita Alfabética e o domínio da metodologia na inclusão, no ensino regular e no clínico. Independente da área de atuação, o curso abordará bases sólidas e concretas para o educador ou clínico atuar com maestria, combatendo as dificuldades no processo de aprendizagem, fazendo com que o aluno atinja os níveis de competência máxima para uma alfabetização plena.
Curso de Desenvolvimento Infantil e Treino em Alfabetização pelo Método das Boquinhas. Neste curso iremos abordar o Desenvolvimento Infantil e os pré-requisitos necessários para uma pré-alfabetização. O trabalho da Consciência Fonológica como pressuposto fundamental para o desenvolvimento da linguagem escrita e leitura. As regras do Sistema de Escrita Alfabética e o domínio da metodologia na inclusão, no ensino regular e no clínico. Independente da área de atuação, o curso abordará bases sólidas e concretas para o educador ou clínico atuar com maestria, combatendo as dificuldades no processo de aprendizagem, fazendo com que o aluno atinja os níveis de competência máxima para uma alfabetização plena.
Edifício Twin Towers - Londrina-PR - Av. Tiradentes, 501 - Londrina, Paraná
13/04/2019 08:30 até 14/04/2019 17:30
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Desconto especial para as 25 primeiras inscrições!!! Clique no link e faça logo sua inscrição. As 25 primeiras ainda irão concorrer uma Apostila "A Construção da Alfabetização".
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Método das Boquinhas em Maringá-PR
Vem aí o Método das Boquinhas na cidade de Maringá-PR! Aproveite e programe-se para fechar o ano com a capacitação da metodologia mais concreta e multissensorial. Faça à diferença na Educação e combata o fracasso escolar. Termine 2018 com chave de ouro e inicie um novo ano letivo com bagagem para trabalhar com qualquer criança que tenha dificuldades no processo de alfabetização. Saiba de forma metodológica e sequencializada avançar seu aluno e paciente nas hipóteses de escrita alfabética, trabalhando corretamente todos os pré requisitos básicos para uma plena alfabetização fazendo com que seu aluno torne-se alfabético sem pular etapas e com concreticidade de conteúdo.
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Capacitação CURSO "Método das Boquinhas no Norte Pioneiro do PR (Tomazina)
Os educadores de TOMAZINA e região, localizada no Norte Pioneiro do Paraná serão capacitados com o Curso do Método das Boquinhas, Alfabetização e Oficinas com Treino de Boquinhas! O curso será no Colégio Dom Bosco aberto ao público. Vamos aproveitar essa oportunidade e fazer a diferença na educação brasileira. Venha conhecer a metodologia mais sensorial e objetiva, que facilita o processo de alfabetização de seu aluno ou paciente. O Método das Boquinhas é utilizado em sala de aula e muitos municípios já adotaram como metodologia principal. Ajuda no processo de alfabetização por ser concreto e também nas intervenções das dificuldades da linguagem escrita e leitura. Faça sua inscrição e ajude a combater com o fracasso escolar!!!
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Curso do Método das Boquinhas Cambé-PR
A Semana de Capacitação das Apaes do Paraná foi realizada com o apoio da SEED, contemplando a metodologia educacional Método das Boquinhas! A federação das Apaes menciona o método como o melhor e mais completo para alfabetizar alunos especiais ou não, com ou sem dificuldades escolares. Com todo apoio, iremos iniciar o ano letivo com o curso de Alfabetização e Treino com Boquinhas na Apae de Cambé-PR no dia 18 de março. Serão 8 horas de curso, oferecido ao público que queria capacitar-se e diminuir o fracasso escolar do seu aluno ou paciente! Abaixo o banner e contato! Apenas 50 vagas!
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não é o único exemplo do tom emocional comumente associado à discussão de métodos de alfabetização. Em seções anteriores, já vimos como pessoas com sólida formação científica, como Smith, abandonaram os pressupostos de sua formação para aderir a suas crenças.
No Brasil, é comum ouvir-se afirmações do tipo:
• O construtivismo é um enfoque, não é um método de alfabetização.
• Qualquer método de alfabetização é bom, tudo depende do professor.
• Os professores deveriam saber usar todos os métodos, utilizando-os de
acordo com as características dos alunos.
• Os professores deveriam desenvolver seus próprios materiais e decidir
sobre os métodos mais adequados.
• Métodos não são relevantes – para ensinar a ler, basta inundar a sala de
aula com textos autênticos, de preferência apresentados nos seus
portadores originais.
• Alfabetização é trivial, basta motivação para ensinar alguém a ler.
• Tudo se resolve se os professores voltarem a ter liberdade de fazer o que
sabem, sem a coerção de orientações oficiais ou a imposição de métodos ou
materiais.
• A alfabetização era mais eficaz quando se usavam as cartilhas (e alguns até
dirão, a palmatória...).
A presente seção discute evidências que colocam em questão esse tipo de afirmação. Mais importante, seu objetivo é demonstrar que a ciência da leitura contém importantes informações e prescrições que podem ajudar na formulação de políticas mais eficazes de alfabetização.
Essa distinção se apoiava na ênfase e direção dada ao ensino. O enfoque tradicional da questão: métodos analíticos e sintéticos. A essência da alfabetização reside na decodificação do código alfabético.Daí que o fulcro de toda discussão sobre alfabetização é sempre polarizado na questão dos métodos – essencialmente, dos métodos para identificar as palavras.
Os métodos analíticos seguem da parte para o todo, a parte podendo ser o fonema (nos
métodos fônicos), a letra (nos métodos alfabéticos), a sílaba, palavra etc. Os métodos sintéticos seguem do todo para as partes, o todo podendo ser um texto, parágrafo, sentença ou mesmo uma palavra-chave, como no caso do Método Paulo Freire. Em ambos os casos, a própria terminologia enfatiza a centralidade da decodificação em qualquer processo de alfabetização (Ministère de la Jeunesse, de l’Education et de la Recherche, 1998, p. 86).
A palavra método é usada de forma muito abrangente e pouco rigorosa, e a expressão método de alfabetização vem se tornando cada vez menos precisa, perdendo sua utilidade como instrumento de comunicação. Freqüentemente, o termo é associado a procedimentos, por exemplo, ao se falar de um método audiovisual. Quando se fala em Método Paulo Freire, freqüentemente apreocupação maior é com a dimensão política do que com o conceito de decodificar uma palavra-chave. Outras vezes, o método é associado ao nome do seu criador (Método Freinet, Montessori), ao título de uma cartilha ou a um
conjunto específico de materiais de um autor, editora ou rede de ensino. Os proponentes de abordagens conhecidas como construtivismo, no Brasil (Whole Language, em países de língua inglesa), não se associam a nenhum método e sequer dão importância ao tema – tendo em vista que sua abordagem do processo de ensinar a ler propõe o uso incidental do ensino da decodificação – o que é antitético com a idéia de método.
Os PCNs, por exemplo, identificamse com o que se denomina de método ideovisual, definido adiante.
Apesar das dificuldades de separar métodos dos materiais usados para o ensino e das circunstâncias em que são aplicados, o uso de esquemas experimentais rigorosos vem permitindo avaliar a efetividade de diferentes métodos, seja em contextos experimentais de laboratório, seja em estudos de campo envolvendo inúmeros professores e salas de aula, conforme já documentado anteriormente. Diversas revisões da literatura, como, por exemplo, National Reading Panel ((2000), Snow et al (1998) utilizaram complexos modelos estatísticos para reavaliar os resultados acumulados em diferentes pesquisas. Essas revisões levaram a conclusões que serão discutidas adiante.
Métodos de ensino: uma abordagem contemporânea
Uma maneira produtiva de lidar com a questão de comparação de métodos consiste em determinar que componentes específicos dos vários métodos produzem determinados resultados. As conclusões desse tipo de estudo permitem inferir princípios e orientações que devem nortear a produção de materiais didáticos e o uso de diferentes métodos para alfabetizar.A publicação do Observatório Nacional de Leitura da França "Apprendre a Lire" (Ministère de la Jeunesse, de l`Education et de la Recherche, 1988) refere-se
a três concepções de alfabetização predominantes: alfabética, fônica e ideovisual.
A concepção alfabética (que seria o tradicional be-a-bá) leva os alunos a identificar letras, seus nomes, memorizar o alfabeto e combinar as letras para formar sílabas, normalmente de complexidade crescente, até que sejam capazes de formar palavras (para ler e escrever). Freqüentemente, quando começam a ler palavras, as crianças o fazem escandindo a leitura, utilizando o nome das letras para formar sílabas como o be + a = bá. Muitas cartilhas ainda existentes no Brasil são remanescentes dessa concepção – embora raramente mantenham o ensino exclusivamente centrado nesse tipo de atividade.
A concepção fônica propõe um ensino sistemático das relações entre as unidades gráficas do alfabeto (letras ou combinações de letras, como no caso dos dígrafos) e suas correspondentes unidades fonológicas (sons). Os sons – e não o nome das letras, como na concepção alfabética – são usados para fazer a síntese e propiciar a leitura. A análise e a síntese de fonemas são as duas estratégias mais eficazes para levar o aluno a ler (transformar letras em sons) e escrever (transformar sons em letras). Enfoques mais atualizados dessa concepção não requerem ou recomendam que o ensino das correspondências seja baseado exclusivamente em unidades sub-lexicais sem sentido.
A concepção ideovisual não se define como um método, mas como uma
filosofia. Essencialmente, ela pressupõe que a aprendizagem se dá pela identificação visual da palavra. O contexto é considerado essencial para ajudar os alunos a identificar a palavra a partir de sua forma visual. Diante de palavras encontradas em textos, os alunos fazem hipóteses a respeito da relação de sons,e letras. Na verdade, isso não ocorre sempre, apenas quando não é possível identificar a palavra pelo contexto ou por identificação direta.
A decodificação, no entanto, não assegura, por si só, fluência e vocabulário suficientes para o aluno tornar-se um leitor independente capaz de ler textos mais interessantes, difíceis e variados. Daí a necessidade prática, durante o ensino da decodificação, de ensinar a ler algumas palavras mais comuns, especialmente conectivos, que poderão ajudar o aluno a ler textos mais complexos. Essas palavras são melhor ensinadas usando métodos de associação (reconhecimento da palavra mostrada), e não métodos de adivinhação das
palavras a partir do contexto do texto lido. Quando a criança tiver condições, também deverá ser capaz de decodificar essas palavras.
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Alfabetização: Uma questão de Método?
DESABAFO DO MINISTRO DE EDUCAÇÃO DA FRANÇA, JACQUES LANG
“Anos de experiência demonstraram o que é e o que não é eficaz em matéria de pedagogia. Sabemos, por exemplo, que o famoso método global no ensino da leitura teve conseqüências catastróficas. Mesmo se fosse um método usado raríssimamente, ninguém proibiu o seu uso. Os novos programas (de ensino da França) afastam definitivamente o seu uso."
– Jacques Lang, no prefácio dos Novos Programas de Ensino, 2002
O desabafo do ministro Jacques Lang contra “barbeiragens” profissionais
não é o único exemplo do tom emocional comumente associado à discussão de métodos de alfabetização. Em seções anteriores, já vimos como pessoas com sólida formação científica, como Smith, abandonaram os pressupostos de sua formação para aderir a suas crenças.
No Brasil, é comum ouvir-se afirmações do tipo:
• O construtivismo é um enfoque, não é um método de alfabetização.
• Qualquer método de alfabetização é bom, tudo depende do professor.
• Os professores deveriam saber usar todos os métodos, utilizando-os de
acordo com as características dos alunos.
• Os professores deveriam desenvolver seus próprios materiais e decidir
sobre os métodos mais adequados.
• Métodos não são relevantes – para ensinar a ler, basta inundar a sala de
aula com textos autênticos, de preferência apresentados nos seus
portadores originais.
• Alfabetização é trivial, basta motivação para ensinar alguém a ler.
• Tudo se resolve se os professores voltarem a ter liberdade de fazer o que
sabem, sem a coerção de orientações oficiais ou a imposição de métodos ou
materiais.
• A alfabetização era mais eficaz quando se usavam as cartilhas (e alguns até
dirão, a palmatória...).
A presente seção discute evidências que colocam em questão esse tipo de afirmação. Mais importante, seu objetivo é demonstrar que a ciência da leitura contém importantes informações e prescrições que podem ajudar na formulação de políticas mais eficazes de alfabetização.
Tradicionalmente, os métodos eram classificados em analíticos e sintéticos.
Os métodos analíticos seguem da parte para o todo, a parte podendo ser o fonema (nos
métodos fônicos), a letra (nos métodos alfabéticos), a sílaba, palavra etc. Os métodos sintéticos seguem do todo para as partes, o todo podendo ser um texto, parágrafo, sentença ou mesmo uma palavra-chave, como no caso do Método Paulo Freire. Em ambos os casos, a própria terminologia enfatiza a centralidade da decodificação em qualquer processo de alfabetização (Ministère de la Jeunesse, de l’Education et de la Recherche, 1998, p. 86).
A palavra método é usada de forma muito abrangente e pouco rigorosa, e a expressão método de alfabetização vem se tornando cada vez menos precisa, perdendo sua utilidade como instrumento de comunicação. Freqüentemente, o termo é associado a procedimentos, por exemplo, ao se falar de um método audiovisual. Quando se fala em Método Paulo Freire, freqüentemente apreocupação maior é com a dimensão política do que com o conceito de decodificar uma palavra-chave. Outras vezes, o método é associado ao nome do seu criador (Método Freinet, Montessori), ao título de uma cartilha ou a um
conjunto específico de materiais de um autor, editora ou rede de ensino. Os proponentes de abordagens conhecidas como construtivismo, no Brasil (Whole Language, em países de língua inglesa), não se associam a nenhum método e sequer dão importância ao tema – tendo em vista que sua abordagem do processo de ensinar a ler propõe o uso incidental do ensino da decodificação – o que é antitético com a idéia de método.
Os PCNs, por exemplo, identificamse com o que se denomina de método ideovisual, definido adiante.
Apesar das dificuldades de separar métodos dos materiais usados para o ensino e das circunstâncias em que são aplicados, o uso de esquemas experimentais rigorosos vem permitindo avaliar a efetividade de diferentes métodos, seja em contextos experimentais de laboratório, seja em estudos de campo envolvendo inúmeros professores e salas de aula, conforme já documentado anteriormente. Diversas revisões da literatura, como, por exemplo, National Reading Panel ((2000), Snow et al (1998) utilizaram complexos modelos estatísticos para reavaliar os resultados acumulados em diferentes pesquisas. Essas revisões levaram a conclusões que serão discutidas adiante.
Métodos de ensino: uma abordagem contemporânea
Uma maneira produtiva de lidar com a questão de comparação de métodos consiste em determinar que componentes específicos dos vários métodos produzem determinados resultados. As conclusões desse tipo de estudo permitem inferir princípios e orientações que devem nortear a produção de materiais didáticos e o uso de diferentes métodos para alfabetizar.A publicação do Observatório Nacional de Leitura da França "Apprendre a Lire" (Ministère de la Jeunesse, de l`Education et de la Recherche, 1988) refere-se
a três concepções de alfabetização predominantes: alfabética, fônica e ideovisual.
A concepção alfabética (que seria o tradicional be-a-bá) leva os alunos a identificar letras, seus nomes, memorizar o alfabeto e combinar as letras para formar sílabas, normalmente de complexidade crescente, até que sejam capazes de formar palavras (para ler e escrever). Freqüentemente, quando começam a ler palavras, as crianças o fazem escandindo a leitura, utilizando o nome das letras para formar sílabas como o be + a = bá. Muitas cartilhas ainda existentes no Brasil são remanescentes dessa concepção – embora raramente mantenham o ensino exclusivamente centrado nesse tipo de atividade.
A concepção fônica propõe um ensino sistemático das relações entre as unidades gráficas do alfabeto (letras ou combinações de letras, como no caso dos dígrafos) e suas correspondentes unidades fonológicas (sons). Os sons – e não o nome das letras, como na concepção alfabética – são usados para fazer a síntese e propiciar a leitura. A análise e a síntese de fonemas são as duas estratégias mais eficazes para levar o aluno a ler (transformar letras em sons) e escrever (transformar sons em letras). Enfoques mais atualizados dessa concepção não requerem ou recomendam que o ensino das correspondências seja baseado exclusivamente em unidades sub-lexicais sem sentido.
A concepção ideovisual não se define como um método, mas como uma
filosofia. Essencialmente, ela pressupõe que a aprendizagem se dá pela identificação visual da palavra. O contexto é considerado essencial para ajudar os alunos a identificar a palavra a partir de sua forma visual. Diante de palavras encontradas em textos, os alunos fazem hipóteses a respeito da relação de sons,e letras. Na verdade, isso não ocorre sempre, apenas quando não é possível identificar a palavra pelo contexto ou por identificação direta.
O termo “métodos mistos” é usado freqüentemente e com vários sentidos. Nem todas as combinações são igualmente eficazes ou recomendáveis. Combinar a adivinhação de palavras com estratégias de decodificação, por exemplo, pode ter resultados desastrosos. Ou usar indiscriminadamente o
nome com o som das letras para fazer síntese pode confundir mais do que ajudar o aluno a decodificar palavras.
Revisões de trabalhos experimentais e empíricos incluindo mais de 38 estudos e 66 comparações específicas confirmam a superioridade dos métodos fônicos em relação aos demais (National Reading Panel, 2000).
Em comum, esses métodos ou concepções enfatizam a decodificação grafofonológica como condição para que o aluno adquira fluência e autonomia na leitura. Instrução sistemática utilizando o princípio fônico contribuiu mais para o crescimento da capacidade de leitura do que instrução incidental ou falta de
instrução fônica. Estudos comparando diferentes tipos de programas baseados na concepção fônica evidenciam que as estratégias mais bem sucedidas incluem a síntese, que encoraja os alunos a converter letras em sons e juntá-los para formar palavras.
Essas estratégias são mais eficazes do que as baseadas na síntese de unidades maiores do que o fonema (sílabas ou rimas, por exemplo), embora as diferenças estatísticas não sejam significativas. Os métodos baseados nessa concepção lograram melhores resultados em aplicações envolvendo indivíduos, pequenos grupos ou salas de aula. Com base nessas evidências, o referido relatório conclui que o ensino sistemático de fônica produz maior impacto no crescimento da leitura antes dos alunos adquirirem a competência para ler de forma autônoma.
Afirmar que qualquer método de alfabetização é igualmente aceitável, ou que basta o professor (ou um voluntário) estar motivado para poder alfabetizar equivale a desprezar o valor do conhecimento acumulado por meio de pesquisas científicas e a própria idéia da possibilidade de progresso em pedagogia.
Pressley (2001) analisou estudos que demonstravam que estratégias baseadas na concepção de “Whole Language” não lograram resultados eficazes para desenvolver habilidades de consciência fonêmica e reconhecimento de palavras (Stahl, McKenna & Pagnucco, 1994, Stahl e Miller, 1989), especialmente em crianças de baixo nível socioeconômico e de alto risco de fracasso escolar (Jeynes e Littel, 2000). A falta de eficácia dessas abordagens foi demonstrada em diversas variações de uso, incluindo enfoques naturais para ensinar a soletrar (Graham, 2000), desenvolvimento de habilidades de reconhecimento de palavras usando textos predizíveis (Johnston, 2000) e a aprendizagem incidental de palavras em textos para estimular a expansão do vocabulário (Swanborn e De Glopper, 1999). Esse fracasso contrasta com a facilidade com que as crianças são capazes de decodificar palavras por contra própria quando aprendem a decodificar letras e grupos de letras (Arbruster, Lehr e Osborn, 2001).
palavras a partir do contexto do texto lido. Quando a criança tiver condições, também deverá ser capaz de decodificar essas palavras.
Método Fonovisuoarticulatório: Boquinhas
O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas,utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra),as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita. Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o“Programa de Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) –“Programa das 900 Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986),Watson (1994), entre outros, cujas idéias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a visão da linguagem, como ponto focal da aprendizagem.
O ponto departida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, que produz sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Para aquisição da leitura e escrita é necessário que os fonemas sejam decodificados/ codificados em letras (grafemas), como é feito no processo fônico, trabalhando diretamente nas habilidades de análise fonológicas (Dominguez, 1994) e consciência fonológica e fonêmica (Capovilla e Capovilla, 2002; Santos e Navas, 2002), fator primordial e sine qua non no processo de alfabetização (Cardoso-Martins et al.,2005). Esse processo, bastante abstrato, deve ser favorecido por meio de intervenção pedagógica, mas por vezes torna-se incompreensível e dificultoso para alguns aprendentes.
Assim, acrescentamos os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente(articulemas, ou boquinhas), baseados nos princípios da Fonologia Articulatória– FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986; 1990; Albano, 2001), favorecendo a compreensão do processo de decodificação, por mecanismos concretos e sinestésicos, isto é, com bases sensoriais. Desta forma, a aquisição da leitura e escrita passaria a ser acessível a quaisquer tipos de aprendentes, de maneira simples e segura, pois bastaria uma única ferramenta de trabalho – a boca.
Mas não se trata somente de um método cinestésico, em que a chave da aprendizagem resideno movimento, como descrito por Fernald (1943), que usa o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual, nem somente um método fônico como os descritos por Hegge, Kirk e Kirk (1936) como fono-grafo-vocal ou o ITA (Initial Teaching Alphabet) (Pittman, 1963), ou o VAK(visual-auditivo-cinestésico), apresentado por Gilingham e Stillman (1973), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial, principalmente para surdos.
Posto isso, e motivados por essas queixas, acrescentamos a este processo abstrato de produção de fonemas – o método fônico puro-, os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas). Desta forma, focalizamos a aprendizagem em uma boca concreta que produz o som, que está inserido dentro de palavras significativas, que por sua vez, estarão imersas em frases e textos. Essa abordagem foi baseada nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986, 1990; Albano, 2001) como a unidade mínima de fala. Assim, o Método das Boquinhas é multissensorial, oralista, fônico e articulatório.
Mas não se trata de cinestesia (com a letra c), que significa:o sentido domovimento de uma parte do corpo, como movimento dos dedos,ombros, joelhos, membros, ou de pesos (DeCS – Descritores em Ciências da Saúde,2010). Boquinhas fala de sinestesia (coma letra s), ou seja, a sensação e conscientização do movimento,que nos induz a compreensão de um processo no qual células receptoras sensoriais transduzem estímulos periféricos (físicos ou químicos) em impulsos nervosos que são, então, transmitidos para os vários centros sensoriais no sistema nervoso central.
Assim, adquirir essa consciência é muito mais profundo do que apenas observar o movimento que a boca faz ao articular os fonemas. É dar-se conta desse movimento, utilizando-o como ferramenta de aprendizado da leitura e escrita, ou seja, viabilizar o conversor grafema-fonema por meio de sua boca, que é o único instrumento de que necessita para alfabetizar-se. A experiência desse aprendizado nos tem mostrado se tratar de algo além do que apenas uma ferramenta de apoio para decodificação/codificação da leitura e escrita e sim como um forte apoio da autoestima como leitor/escritor, coautor de sua aprendizagem e crescimento como ser humano.
Com os conhecimentos das neurociências e neuroimagens atuais pode-se afirmar que a Metodologia Boquinhas sendo multissensorial e fonovisuoarticulatória, atua no córtex cerebral pré-frontal. Essa constatação baseia-se no fato de que a área de Broca, situada nessa região,responsável pela articulação das letras é fortemente ativada com o trabalho de Boquinhas, favorecendo de maneira rápida, concreta e eficaz a aquisição da leitura e escrita. Segundo as pesquisas, ao aprendermos a ler, e mesmo quando nos tornamos bons leitores, sempre executamos uma articulação dos fonemas,mesmo que de forma não explícita. Como consequência, podemos afirmar,seguramente, que Boquinhas traz benefícios à memória imediata (loop fonológico) e de longa duração (loop articulatório), à atenção e à cognição de um modo geral, melhorando as capacidades fonológicas dos usuários.Todos esses dados têm sido comprovados, até então, empiricamente, pelos excelentes resultados acadêmicos apresentados pelos indivíduos que se submetem à metodologia. (Dehaene, 2012; Germano 2008; Gindri et al., 2007; Mulas et al,2006; Pekkola et al., 2006; Badley, 2003).
A proposta do Método das Boquinhas aproximou-se da posição teórica rotulada por distintos autores como "construtivismo" (Bednar et al., 1993), Coll et al.(1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto define a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória, uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca.
A partir dos passos iniciais da aquisição da leitura e escrita – fator indispensável à continuidade escolar e regulador de sucesso e manutenção da autoestima, o Método das Boquinhas estimula a criança a usar, lidar e pensar a língua escrita a partir da boca. Esse mecanismo a auxiliará, futuramente, a desenvolver um automonitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas (Cooper, 1993). Mas essas aquisições só serão possíveis, a partir da alfabetização, que confere ao indivíduo igualdade e condições de adaptação ao seu meio.
Os primórdios desse trabalho foram publicados em artigos científicos e apresentados em Congressos de Fonoaudiologia e Psicopedagogia (Jardini e Vergara, 1997; Jardini e Souza,2002). Atualmente a obra Boquinhas conta com treze livros publicados, sendo osdois iniciais, Fundamentação Teórica (Jardini, 2003, 2010) e Caderno de Exercícios (Jardini, 2008, 2011), específico para sanar as trocas de letras emelhorar a qualidade da leitura; indicado para crianças e adultos já alfabetizados. Um livro de estudos clínicos, Passo a Passo (Jardini, 2004,2009), propõe reflexão, análise e tratamento de casos que apresentam dificuldades e distúrbios de leitura e escrita.
A proposta inicial dos livros Boquinhas na Educação Infantil (Jardini e Gomes, 2007) foi trabalhar com a aquisição da leitura e escrita, em estágios iniciais desse desenvolvimento, com crianças de 4 a 6 anos, propiciando um trabalho preventivo de aquisição da linguagem. Esse material foi reorganizado em Boquinhas no Desenvolvimento Infantil (2011, aluno e professor, 2012, substituindo os anteriores). É fundamental que o educador conheça de maneira simples e prática os sons da fala (fonemas) e suas respectivas Boquinhas (articulemas), bem como os processos de consciência fonológica, fonêmica, processamento auditivo e visual, coordenação visuomotora, orientação visuoespacial e desenvolvimento cognitivo,para que possa promover com segurança o início do aprendizado da leitura e escrita e, porventura, lidar de maneira pedagógica, com seus desequilíbrios.Essa abordagem tem contribuído de maneira significativa para que a saúde(incluindo fala, voz e linguagem geral) dos alunos e educadores se mantenha,sendo observado por melhorias na autoestima e qualidade de vida, evitando-se desta forma, o excesso de encaminhamentos às clínicas de aprendizagem, ou seja,a patologização do ensino (Collares e Moysés, 1992, 1993).
A proposta dos livros Alfabetização com Boquinhas (aluno e professor) (Jardini e Gomes,2008, 2011), oferece aos educadores condições de formalizar o processo de aquisição da leitura e escrita a partir de pressupostos da fala, tornando a alfabetização simples e possível em curto espaço de tempo. São abordados todos os aspectos da leitura, bem como produção e interpretação de textos. Nesses volumes, o educador encontrará atividades e exercícios para o trabalho pedagógico com qualquer tipo de crianças e adultos, visando à aquisição da leitura e escrita.
O livro A Magia das Boquinhas (Jardini e Guimarães, 2010), infantil, em dois volumes inicia o processo de alfabetização pelo olhar de uma criança, tendo suas páginas plastificadas para uso e reuso.
O livro O Dilema da Desatenção (Jardini e Callari, 2010) aborda a questão da atenção por um ponto de vista inovador, com muitos exercícios favorecedores do desenvolvimento e manutenção da atenção nas salas de aula e na vida. Indicado para todas as pessoas, portadoras, ou não, de TDAH.
O livro EJA: Alfabetizando e Letrando com Boquinhas (Jardini e Guimarães, 2012) é a primeira iniciativa de agregar a alfabetização dentro da proposta Boquinhas, porém em ambiente totalmente contextualizado. Com ênfase sócio-interacionista, propicia a alfabetização e reabilitação da leitura e escrita dos jovens e adultos, sendo indicado, inclusive, para as salas de aceleração.
A metodologia conta ainda com materiais de apoio, Jogos de Boquinhas (Jardini), contendo 13 jogos, e dois conjuntos de Banners, para utilização em salas de aula,consultórios e/ou domiciliar. Um desses jogos, o Lince de Boquinhas está em fase de validação como Protocolo Lince de Investigação Neuroliguística – PLIN(2012), a ser utilizado clinica e pedagogicamente, para detecção precoce dasalterações de aprendizagem.
Veja a pesquisa do Método e seus benefícios, acessando o link abaixo.
ALFABETIZAÇÃO E REABILITAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DA LEITURA/ESCRITA POR METODOLOGIA FONO-VÍSUO-ARTICULATÓRIO
Renata SR Jardini e Patrícia T Souza- Pró-Fono R. Atual. Ci., 18 (1): 8-11, 2006
Fonte: www.metododasboquinhas.com.br
http://neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com.br/
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Boquinhas na Educação Infantil
A proposta dos livros Boquinhas na Educação Infantil(Jardini e Gomes, 2007) é trabalhar com a aquisição da leitura e escrita, em estágios iniciais desse desenvolvimento, com crianças de 4 a 6 anos, propiciando um trabalho preventivo de aquisição da linguagem. É fundamental que o educador conheça de maneira simples e prática os sons da fala (fonemas) e suas respectivas Boquinhas (articulemas), bem como os processos de consciência fonológica, fonêmica, processamento auditivo e visual, coordenação visuomotora, orientação visuoespacial e desenvolvimento cognitivo, para que possa promover com segurança o início do aprendizado da leitura e escrita e, porventura, lidar de maneira pedagógica, com seus desequilíbrios. Essa abordagem tem contribuído de maneira significativa para que a saúde (incluindo fala, voz e linguagem geral) dos alunos e educadores se mantenha, sendo observada por melhorias na autoestima e qualidade de vida, evitando-se desta forma, o excesso de encaminhamentos às clínicas de aprendizagem, ou seja, a patologização do ensino (Collares e Moysés, 1992;1993).
A proposta dos livros Alfabetização com Boquinhas (aluno e professor) (Jardini e Gomes, 2008), oferece aos educadores condições de formalizar o processo de aquisição da leitura e escrita a partir de pressupostos da fala, tornando a alfabetização simples e possível em curto espaço de tempo. São abordados todos os aspectos da leitura, bem como produção e interpretação de textos. Nesses volumes, o educador encontrará atividades e exercícios para o trabalho pedagógico com qualquer tipo de crianças e adultos, visando à aquisição da leitura e escrita.
Recentemente foram lançados Jogos de Boquinhas (Jardini, 2008, 2009), contendo 13 jogos, como material de apoio aos livros, para utilização em salas de aula, consultórios e/ou domiciliar.
Fonte: www.metododasboquinhas.com.br
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Boquinhas: método fonovisuoarticulatório na aprendizagem da leitura e escrita
O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra), as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita. Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o “Programa de Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) – “Programa das 900 Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros, cujas idéias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a visão da linguagem, como ponto focal da aprendizagem.
O ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, que produz sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Para aquisição da leitura e escrita é necessário que os fonemas sejam decodificados/codificados em letras (grafemas), como é feito no processo fônico, trabalhando diretamente nas habilidades de análise fonológicas (Dominguez, 1994) e consciência fonológica e fonêmica (Capovilla e Capovilla, 2002; Santos e Navas, 2002), fator primordial e sine qua non no processo de alfabetização (Cardoso-Martins et al., 2005). Esse processo, bastante abstrato, deve ser favorecido por meio de intervenção pedagógica, mas por vezes torna-se incompreensível e dificultoso para alguns aprendentes.
Assim, é acrescentado os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas), baseados nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986; 1990; Albano, 2001), favorecendo a compreensão do processo de decodificação, por mecanismos concretos e sinestésicos, isto é, com bases sensoriais. Desta forma, a aquisição da leitura e escrita passaria a ser acessível a quaisquer tipos de aprendentes, de maneira simples e segura, pois bastaria uma única ferramenta de trabalho – a boca.
Mas não se trata somente de um método cinestésico, em que a chave da aprendizagem reside no movimento, como descrito por Fernald (1943), que usa o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual, nem somente um método fônico como os descritos por Hegge, Kirk e Kirk (1936) como fono-grafo-vocal ou o ITA (Initial Teaching Alphabet) (Pittman, 1963), ou o VAK (visual-auditivo-cinestésico), apresentado por Gilingham e Stillman (1973), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial, principalmente para surdos.
A proposta do Método das Boquinhas aproximou-se da posição teórica rotulada por distintos autores como "construtivismo" (Bednar et al., 1993), Coll et al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto define a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória, uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca.
A partir dos passos iniciais da aquisição da leitura e escrita – fator indispensável à continuidade escolar e regulador de sucesso e manutenção da autoestima, o Método das Boquinhas estimula a criança a usar, lidar e pensar a língua escrita a partir da boca. Esse mecanismo a auxiliará, futuramente, a desenvolver um automonitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas (Cooper, 1993). Mas essas aquisições só serão possíveis, a partir da alfabetização, que confere ao indivíduo igualdade e condições de adaptação ao seu meio.
Os primórdios desse trabalho foram publicados em artigos científicos e apresentados em Congressos de Fonoaudiologia e Psicopedagogia (Jardini e Vergara, 1997; Jardini e Souza, 2002). Atualmente a obra Boquinhas conta com sete livros publicados, sendo os dois iniciais, Fundamentação Teórica (Jardini, 2003, em processo de atualização) e Caderno de Exercícios (Jardini, 2008), específico para sanar as trocas de letras e melhorar a qualidade da leitura; indicado para crianças e adultos já alfabetizados. Um livro de estudos clínicos, Passo a Passo (Jardini, 2004, 2009), propõe reflexão, análise e tratamento de casos que apresentam dificuldades e distúrbios de leitura e escrita.
O ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, que produz sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Para aquisição da leitura e escrita é necessário que os fonemas sejam decodificados/codificados em letras (grafemas), como é feito no processo fônico, trabalhando diretamente nas habilidades de análise fonológicas (Dominguez, 1994) e consciência fonológica e fonêmica (Capovilla e Capovilla, 2002; Santos e Navas, 2002), fator primordial e sine qua non no processo de alfabetização (Cardoso-Martins et al., 2005). Esse processo, bastante abstrato, deve ser favorecido por meio de intervenção pedagógica, mas por vezes torna-se incompreensível e dificultoso para alguns aprendentes.
Assim, é acrescentado os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas), baseados nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986; 1990; Albano, 2001), favorecendo a compreensão do processo de decodificação, por mecanismos concretos e sinestésicos, isto é, com bases sensoriais. Desta forma, a aquisição da leitura e escrita passaria a ser acessível a quaisquer tipos de aprendentes, de maneira simples e segura, pois bastaria uma única ferramenta de trabalho – a boca.
Mas não se trata somente de um método cinestésico, em que a chave da aprendizagem reside no movimento, como descrito por Fernald (1943), que usa o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual, nem somente um método fônico como os descritos por Hegge, Kirk e Kirk (1936) como fono-grafo-vocal ou o ITA (Initial Teaching Alphabet) (Pittman, 1963), ou o VAK (visual-auditivo-cinestésico), apresentado por Gilingham e Stillman (1973), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial, principalmente para surdos.
A proposta do Método das Boquinhas aproximou-se da posição teórica rotulada por distintos autores como "construtivismo" (Bednar et al., 1993), Coll et al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto define a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória, uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca.
A partir dos passos iniciais da aquisição da leitura e escrita – fator indispensável à continuidade escolar e regulador de sucesso e manutenção da autoestima, o Método das Boquinhas estimula a criança a usar, lidar e pensar a língua escrita a partir da boca. Esse mecanismo a auxiliará, futuramente, a desenvolver um automonitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas (Cooper, 1993). Mas essas aquisições só serão possíveis, a partir da alfabetização, que confere ao indivíduo igualdade e condições de adaptação ao seu meio.
Os primórdios desse trabalho foram publicados em artigos científicos e apresentados em Congressos de Fonoaudiologia e Psicopedagogia (Jardini e Vergara, 1997; Jardini e Souza, 2002). Atualmente a obra Boquinhas conta com sete livros publicados, sendo os dois iniciais, Fundamentação Teórica (Jardini, 2003, em processo de atualização) e Caderno de Exercícios (Jardini, 2008), específico para sanar as trocas de letras e melhorar a qualidade da leitura; indicado para crianças e adultos já alfabetizados. Um livro de estudos clínicos, Passo a Passo (Jardini, 2004, 2009), propõe reflexão, análise e tratamento de casos que apresentam dificuldades e distúrbios de leitura e escrita.
Boquinhas na Educação Infantil

Alfabetização com Boquinhas

Recentemente foram lançados Jogos de Boquinhas (Jardini, 2008, 2009), contendo 13 jogos, como material de apoio aos livros, para utilização em salas de aula, consultórios e/ou domiciliar.

Fonte: www.metododasboquinhas.com.br
Marcadores:
dificuldades na aprendizagem,
método das boquinhas
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Check List de Dislexia em adultos (Ian Smythe, adaptado por Jardini, 2003)
Check List de dislexia em adultos
Você responderia sim para:
1. Quando escrevendo você evita usar uma palavra porque não consegue saber sua ortografia?
2. Tem dificuldade para preencher formulários, gabaritos?
3. Tem dificuldade para ler livros?
4. Tem dificuldade em falar línguas estrangeiras, pronunciar palavras estrangeiras?
5. Tem dificuldade para entender línguas estrangeiras?
6. Tem problemas para soletrar o alfabeto?
7. Tem problemas para soletrar palavras sem erros?
8. É difícil entender jogos de palavras, trocadilhos, piadas?
9. Tem problemas com várias instruções ao mesmo tempo?
10. Confunde-se com recados telefônicos?
11. Perde números ao repeti-los?
12. Pronuncia errado palavras longas, na fala ou na leitura?
13. Esquece o nome das pessoas quando acaba de ser apresentado?
14. Perde a linha ao ler, tendo que usar os dedos ou a régua como apoio?
15. Comete erros na cópia?
16. Na escola, prefere instruções verbais, por desenho e diagramas, do que orais?
17. Pulando uma palavra na leitura, fica com a visão perturbada?
18. Sua velocidade de leitura é lenta?
19. Comete erros quando pensa rápido e fala rápido?
20. Tem dificuldade ao realizar tarefas que envolvam destreza manual?
21. É desajeitado?
22. Confunde ao escrever palavras de significado semelhante, como estante e armário?
23. Confunde palavras semelhantes na escrita, como mamadeira, madeira?
24. Acha difícil usar palavras na conversação, achar a palavra certa?
25. Troca ao falar palavras como mesa e cadeira, palavras de conteúdo semântico semelhante?
26. Quando lê troca palavras que possuem alguma semelhança, como obter por conseguir, médico por enfermeira?
27. Organiza seus pensamentos no papel de forma ruim?
28. Tem a caligrafia ruim?
29. É o último a ser convocado no time esportivo?
30. Tem dificuldade com as orientações direita/esquerda?
31. Tem dificuldade com leitura de mapas?
32. Ao organizar-se enfrenta problemas, sendo bagunceiro?
33. Perde chaves freqüentemente?
34. Esquece datas, horários e compromissos com freqüência?
35. Tem dificuldade em realizar cálculos sem ajuda dos dedos?
36. Tem idéias de soluções raras para os problemas, idéias criativas e inovadoras?
37. Tem dificuldade para memorizar tabuadas?
38. Quando lê em voz alta, acha mais difícil de compreender?
Resultados do Chek List
Observamos em nossa prática diária que os indivíduos ditos "normais" não respondem afirmativamente às questões anteriores, ou uma minoria delas, normalmente menos do que 9 questões. Quanto mais questões forem assinaladas, maior é a chance do indivíduo apresentar a dislexia. Temos observado que entre 10 e 15 respostas afirmativas, o grau da patologia pode apresentar-se leve, podendo ter passado desapercebido pelos pais e professores, mas que certamente causou ou ainda causa algum desconforto ao indivíduo. Respostas entre 15 e 25 questões assinaladas podem mostrar um grau moderado de dislexia, onde o indivíduo ressente-se de seu desempenho lexical e tenha talvez recebido atendimento, não necessariamente em área específica da leitura e escrita, como por exemplo, terapia psicológica. Acima de 25 respostas afirmativas teremos fortes indícios da presença da dislexia e os portadores certamente tiveram ou têm grandes dificuldades com a língua portuguesa e a vida escolar, evitando leituras, principalmente em público. Muitos relatam discriminações, inadequações, rejeição e fortes sentimentos de incapacidade, escolhendo profissões aquém de seu real valor. Certamente encontraram soluções para seus problemas ou ainda beneficiar-se-ão com o tratamento reabilitativo, voltado para suas queixas atuais.
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1. Quando escrevendo você evita usar uma palavra porque não consegue saber sua ortografia?
2. Tem dificuldade para preencher formulários, gabaritos?
3. Tem dificuldade para ler livros?
4. Tem dificuldade em falar línguas estrangeiras, pronunciar palavras estrangeiras?
5. Tem dificuldade para entender línguas estrangeiras?
6. Tem problemas para soletrar o alfabeto?
7. Tem problemas para soletrar palavras sem erros?
8. É difícil entender jogos de palavras, trocadilhos, piadas?
9. Tem problemas com várias instruções ao mesmo tempo?
10. Confunde-se com recados telefônicos?
11. Perde números ao repeti-los?
12. Pronuncia errado palavras longas, na fala ou na leitura?
13. Esquece o nome das pessoas quando acaba de ser apresentado?
14. Perde a linha ao ler, tendo que usar os dedos ou a régua como apoio?
15. Comete erros na cópia?
16. Na escola, prefere instruções verbais, por desenho e diagramas, do que orais?
17. Pulando uma palavra na leitura, fica com a visão perturbada?
18. Sua velocidade de leitura é lenta?
19. Comete erros quando pensa rápido e fala rápido?
20. Tem dificuldade ao realizar tarefas que envolvam destreza manual?
21. É desajeitado?
22. Confunde ao escrever palavras de significado semelhante, como estante e armário?
23. Confunde palavras semelhantes na escrita, como mamadeira, madeira?
24. Acha difícil usar palavras na conversação, achar a palavra certa?
25. Troca ao falar palavras como mesa e cadeira, palavras de conteúdo semântico semelhante?
26. Quando lê troca palavras que possuem alguma semelhança, como obter por conseguir, médico por enfermeira?
27. Organiza seus pensamentos no papel de forma ruim?
28. Tem a caligrafia ruim?
29. É o último a ser convocado no time esportivo?
30. Tem dificuldade com as orientações direita/esquerda?
31. Tem dificuldade com leitura de mapas?
32. Ao organizar-se enfrenta problemas, sendo bagunceiro?
33. Perde chaves freqüentemente?
34. Esquece datas, horários e compromissos com freqüência?
35. Tem dificuldade em realizar cálculos sem ajuda dos dedos?
36. Tem idéias de soluções raras para os problemas, idéias criativas e inovadoras?
37. Tem dificuldade para memorizar tabuadas?
38. Quando lê em voz alta, acha mais difícil de compreender?
Resultados do Chek List
Observamos em nossa prática diária que os indivíduos ditos "normais" não respondem afirmativamente às questões anteriores, ou uma minoria delas, normalmente menos do que 9 questões. Quanto mais questões forem assinaladas, maior é a chance do indivíduo apresentar a dislexia. Temos observado que entre 10 e 15 respostas afirmativas, o grau da patologia pode apresentar-se leve, podendo ter passado desapercebido pelos pais e professores, mas que certamente causou ou ainda causa algum desconforto ao indivíduo. Respostas entre 15 e 25 questões assinaladas podem mostrar um grau moderado de dislexia, onde o indivíduo ressente-se de seu desempenho lexical e tenha talvez recebido atendimento, não necessariamente em área específica da leitura e escrita, como por exemplo, terapia psicológica. Acima de 25 respostas afirmativas teremos fortes indícios da presença da dislexia e os portadores certamente tiveram ou têm grandes dificuldades com a língua portuguesa e a vida escolar, evitando leituras, principalmente em público. Muitos relatam discriminações, inadequações, rejeição e fortes sentimentos de incapacidade, escolhendo profissões aquém de seu real valor. Certamente encontraram soluções para seus problemas ou ainda beneficiar-se-ão com o tratamento reabilitativo, voltado para suas queixas atuais.
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O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra), as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita. Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o “Programa de Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) – “Programa das 900 Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros, cujas idéias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a visão da linguagem, como ponto focal da aprendizagem.
O ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, que produz sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Para aquisição da leitura e escrita é necessário que os fonemas sejam decodificados/codificados em letras (grafemas), como é feito no processo fônico, trabalhando diretamente nas habilidades de análise fonológicas (Dominguez, 1994) e consciência fonológica e fonêmica (Capovilla e Capovilla, 2002; Santos e Navas, 2002), fator primordial e sine qua non no processo de alfabetização (Cardoso-Martins et al., 2005). Esse processo, bastante abstrato, deve ser favorecido por meio de intervenção pedagógica, mas por vezes torna-se incompreensível e dificultoso para alguns aprendentes.
Assim, acrescentamos os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas), baseados nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986; 1990; Albano, 2001), favorecendo a compreensão do processo de decodificação, por mecanismos concretos e sinestésicos, isto é, com bases sensoriais. Desta forma, a aquisição da leitura e escrita passaria a ser acessível a quaisquer tipos de aprendentes, de maneira simples e segura, pois bastaria uma única ferramenta de trabalho – a boca.
Mas não se trata somente de um método cinestésico, em que a chave da aprendizagem reside no movimento, como descrito por Fernald (1943), que usa o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual, nem somente um método fônico como os descritos por Hegge, Kirk e Kirk (1936) como fono-grafo-vocal ou o ITA (Initial Teaching Alphabet) (Pittman, 1963), ou o VAK (visual-auditivo-cinestésico), apresentado por Gilingham e Stillman (1973), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial, principalmente para surdos.
A proposta do Método das Boquinhas aproximou-se da posição teórica rotulada por distintos autores como "construtivismo" (Bednar et al., 1993), Coll et al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto define a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória, uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca.
A partir dos passos iniciais da aquisição da leitura e escrita – fator indispensável à continuidade escolar e regulador de sucesso e manutenção da autoestima, o Método das Boquinhas estimula a criança a usar, lidar e pensar a língua escrita a partir da boca. Esse mecanismo a auxiliará, futuramente, a desenvolver um automonitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas (Cooper, 1993). Mas essas aquisições só serão possíveis, a partir da alfabetização, que confere ao indivíduo igualdade e condições de adaptação ao seu meio.
Os primórdios desse trabalho foram publicados em artigos científicos e apresentados em Congressos de Fonoaudiologia e Psicopedagogia (Jardini e Vergara, 1997; Jardini e Souza, 2002). Atualmente a obra Boquinhas conta com sete livros publicados, sendo os dois iniciais, Fundamentação Teórica (Jardini, 2003, em processo de atualização) e Caderno de Exercícios (Jardini, 2008), específico para sanar as trocas de letras e melhorar a qualidade da leitura; indicado para crianças e adultos já alfabetizados. Um livro de estudos clínicos, Passo a Passo (Jardini, 2004, 2009), propõe reflexão, análise e tratamento de casos que apresentam dificuldades e distúrbios de leitura e escrita.
A proposta dos livros Boquinhas na Educação Infantil(Jardini e Gomes, 2007) é trabalhar com a aquisição da leitura e escrita, em estágios iniciais desse desenvolvimento, com crianças de 4 a 6 anos, propiciando um trabalho preventivo de aquisição da linguagem. É fundamental que o educador conheça de maneira simples e prática os sons da fala (fonemas) e suas respectivas Boquinhas (articulemas), bem como os processos de consciência fonológica, fonêmica, processamento auditivo e visual, coordenação visuomotora, orientação visuoespacial e desenvolvimento cognitivo, para que possa promover com segurança o início do aprendizado da leitura e escrita e, porventura, lidar de maneira pedagógica, com seus desequilíbrios. Essa abordagem tem contribuído de maneira significativa para que a saúde (incluindo fala, voz e linguagem geral) dos alunos e educadores se mantenha, sendo observada por melhorias na autoestima e qualidade de vida, evitando-se desta forma, o excesso de encaminhamentos às clínicas de aprendizagem, ou seja, a patologização do ensino (Collares e Moysés, 1992;1993).
A proposta dos livros Alfabetização com Boquinhas (aluno e professor) (Jardini e Gomes, 2008), oferece aos educadores condições de formalizar o processo de aquisição da leitura e escrita a partir de pressupostos da fala, tornando a alfabetização simples e possível em curto espaço de tempo. São abordados todos os aspectos da leitura, bem como produção e interpretação de textos. Nesses volumes, o educador encontrará atividades e exercícios para o trabalho pedagógico com qualquer tipo de crianças e adultos, visando à aquisição da leitura e escrita.
Fonte: www.metododasboquinhas.com.br
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Método das Boquinhas
O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra), as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita. Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o “Programa de Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) – “Programa das 900 Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros, cujas idéias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a visão da linguagem, como ponto focal da aprendizagem.
O ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, que produz sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Para aquisição da leitura e escrita é necessário que os fonemas sejam decodificados/codificados em letras (grafemas), como é feito no processo fônico, trabalhando diretamente nas habilidades de análise fonológicas (Dominguez, 1994) e consciência fonológica e fonêmica (Capovilla e Capovilla, 2002; Santos e Navas, 2002), fator primordial e sine qua non no processo de alfabetização (Cardoso-Martins et al., 2005). Esse processo, bastante abstrato, deve ser favorecido por meio de intervenção pedagógica, mas por vezes torna-se incompreensível e dificultoso para alguns aprendentes.
Assim, acrescentamos os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas), baseados nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986; 1990; Albano, 2001), favorecendo a compreensão do processo de decodificação, por mecanismos concretos e sinestésicos, isto é, com bases sensoriais. Desta forma, a aquisição da leitura e escrita passaria a ser acessível a quaisquer tipos de aprendentes, de maneira simples e segura, pois bastaria uma única ferramenta de trabalho – a boca.
Mas não se trata somente de um método cinestésico, em que a chave da aprendizagem reside no movimento, como descrito por Fernald (1943), que usa o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual, nem somente um método fônico como os descritos por Hegge, Kirk e Kirk (1936) como fono-grafo-vocal ou o ITA (Initial Teaching Alphabet) (Pittman, 1963), ou o VAK (visual-auditivo-cinestésico), apresentado por Gilingham e Stillman (1973), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial, principalmente para surdos.
A proposta do Método das Boquinhas aproximou-se da posição teórica rotulada por distintos autores como "construtivismo" (Bednar et al., 1993), Coll et al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto define a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória, uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca.
A partir dos passos iniciais da aquisição da leitura e escrita – fator indispensável à continuidade escolar e regulador de sucesso e manutenção da autoestima, o Método das Boquinhas estimula a criança a usar, lidar e pensar a língua escrita a partir da boca. Esse mecanismo a auxiliará, futuramente, a desenvolver um automonitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas (Cooper, 1993). Mas essas aquisições só serão possíveis, a partir da alfabetização, que confere ao indivíduo igualdade e condições de adaptação ao seu meio.
Os primórdios desse trabalho foram publicados em artigos científicos e apresentados em Congressos de Fonoaudiologia e Psicopedagogia (Jardini e Vergara, 1997; Jardini e Souza, 2002). Atualmente a obra Boquinhas conta com sete livros publicados, sendo os dois iniciais, Fundamentação Teórica (Jardini, 2003, em processo de atualização) e Caderno de Exercícios (Jardini, 2008), específico para sanar as trocas de letras e melhorar a qualidade da leitura; indicado para crianças e adultos já alfabetizados. Um livro de estudos clínicos, Passo a Passo (Jardini, 2004, 2009), propõe reflexão, análise e tratamento de casos que apresentam dificuldades e distúrbios de leitura e escrita.
A proposta dos livros Boquinhas na Educação Infantil(Jardini e Gomes, 2007) é trabalhar com a aquisição da leitura e escrita, em estágios iniciais desse desenvolvimento, com crianças de 4 a 6 anos, propiciando um trabalho preventivo de aquisição da linguagem. É fundamental que o educador conheça de maneira simples e prática os sons da fala (fonemas) e suas respectivas Boquinhas (articulemas), bem como os processos de consciência fonológica, fonêmica, processamento auditivo e visual, coordenação visuomotora, orientação visuoespacial e desenvolvimento cognitivo, para que possa promover com segurança o início do aprendizado da leitura e escrita e, porventura, lidar de maneira pedagógica, com seus desequilíbrios. Essa abordagem tem contribuído de maneira significativa para que a saúde (incluindo fala, voz e linguagem geral) dos alunos e educadores se mantenha, sendo observada por melhorias na autoestima e qualidade de vida, evitando-se desta forma, o excesso de encaminhamentos às clínicas de aprendizagem, ou seja, a patologização do ensino (Collares e Moysés, 1992;1993).
A proposta dos livros Alfabetização com Boquinhas (aluno e professor) (Jardini e Gomes, 2008), oferece aos educadores condições de formalizar o processo de aquisição da leitura e escrita a partir de pressupostos da fala, tornando a alfabetização simples e possível em curto espaço de tempo. São abordados todos os aspectos da leitura, bem como produção e interpretação de textos. Nesses volumes, o educador encontrará atividades e exercícios para o trabalho pedagógico com qualquer tipo de crianças e adultos, visando à aquisição da leitura e escrita.
Fonte: www.metododasboquinhas.com.br
Marcadores:
Fonoaudiologia Educacional,
método das boquinhas
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Dicas para sala de aula com um Disléxico
Diante de tudo que já postei sobre dislexia, acho que nunca é demais assuntos na área. Pesquisando no site da Fonoaudióloga Renata Jardini, grande pesquisadora na área de Alfabetização e Reabilitação pelo Método das Boquinhas, método este que veio acrescentar a área da Educação no Brasil e hoje estendendo seus horizontes fora à outros países da Ámerica Latina, só posso no meu blog parabenizá-la em nome de todas as Fonoaudiólogas(os) e todas as pessoas que trabalham com a Educação e o Ensino neste País com tanto denodo e dedicação. A matéria seguinte foi extraída do site (www.metododasboquinhas.com.br). Fiquem à vontade e façam seus comentários!
O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA FACILITAR A VIDA DO SEU ALUNO EM SALA DE AULA?
1-Colocá-lo de frente e no centro da lousa, preferencialmente na 1ª carteira.
2-Tê-lo sempre perto da professora, que supervisiona seus trabalhos, principalmente na organização e seqüência das atividades.
3-Escrever claro e espaçado na lousa, delimitando as partes da lousa (duas ou três partes no máximo) com uma linha divisória vertical bem forte.
4-Escrever cada parte da lousa com uma cor de giz. Ex.: à esquerda com branco, centro com amarelo e à direita com azul claro.
5-Explicar que estas divisórias são feitas somente na lousa, para facilitar a leitura e não devem ser reproduzidas no caderno das crianças.
6-Exigir disciplina e concentração no conteúdo abordado, permitindo interrupções e opiniões espontâneas, desde que pertinentes ao assunto. Dizer ao aluno caso sua colocação esteja fora de contexto.
7-Valorizar sempre o conteúdo trabalhado e “tolerar” as dificuldades gramaticais, como letra maiúscula, parágrafo, pontuação, acentuação, caligrafia irregular, etc. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
8-O disléxico geralmente tem dificuldade com a orientação e organização espaciais. Pode, sem perceber, pular folhas do caderno, pular linhas indevidamente, escrever na apostila trocada, fazer anotações em locais inadequados. Mostrar sempre o certo, não punir o erro e não criticá-lo pela falta de atenção. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
9-O disléxico geralmente tem dificuldade em ficar sentado na carteira por muito tempo seguido. Permitir que levante-se, aponte o lápis, vá até a lousa, ou outro movimento que o relaxe, exigindo que retorne ao lugar em seguida.
10-Ser sempre clara e sucinta nas explicações das ordens dadas oralmente, preferencialmente dando exemplos e mostrando onde quer que faça a atividade. Ex.: do lado direito superior da folha, mostrar o lado e a orientação.
11-Em lugar de dizer o que não deve ser feito, diga sempre o que é esperado que se faça e como é para ser feito. Repetir a ordem se necessário.
12-Elaborar aulas com material visual, claro, criativo, que chame atenção.
13-Usar sempre mais de um canal de aprendizagem e informação, com diferentes recursos audio-visuais. Ex.: entonação na voz, dramatização, sons, desenhos, texturas, luzes, músicas, descobertas, retroprojetor, data show, etc. além da tradicional memorização de aulas expositivas.
14-Estar sempre em contato com o profissional que atende a criança, sabendo quais as letras que já foram trabalhadas para que possa ser exigido o acerto.
15-Não trabalhar no limite, esperando que com o tempo vai passar. Sempre entrar em contato com a coordenação, com os pais, com os profissionais que assistem o disléxico. O stress do professor só piora o quadro, traz frustração e afeta a motivação de todos. Mantenha o bom humor e a confiança de que haverá sucesso.
16-Trabalhar sempre com o erro como forma de aprendizado e nunca como meio de punição. Ex.: se trocou letras, mostrar o erro, ler o erro, produzir o erro e estimular a classe a corrigi-lo, sem estigmatizar o aluno
Produzir erros “de propósito” para que os alunos descubram. Só aquele que aprendeu pode corrigir.
17-Estimular atividades conjuntas, onde um começa, o outro continua e vice-versa. Ex.: troca de cadernos, o aluno é o professor, trocam os lugares, ficam os cadernos, etc.
18-Não dar muitos exercícios repetidos. O disléxico não aprende pela repetição, ao contrário, cansa-se mais facilmente e desmotiva-se.
Criar novas formas de ensinar a mesma coisa, pedir que as crianças elaborem exercícios, tornando-se co-autoras do aprendizado.
19-Em um texto espontâneo, valorizar as idéias, o conteúdo. Dar notas separadas para a idéia e para a escrita.
20-Em provas de outras disciplinas, como ciências, história, etc., corrigir pelo conteúdo e não descontar nota por erros de português. Aumentar a exigência à medida que avançam os anos escolares.
21-Em avaliações, sublinhar (se possível) o que se está pedindo, destacando-se do enunciado da pergunta. Ensinar a criança a destacar as palavras-chave do texto.
22-Não exagerar na quantidade de tarefa e sim na qualidade. Não permitir que os pais corrijam a tarefa, para que o professor possa avaliar o nível de aprendizado e reestruturar o conteúdo.
23-Delimitar em colunas os cálculos matemáticos, para que não se confunda na orientação espacial.
24-Aceitar respostas objetivas, diretas, curtas, desde que contenham a resposta solicitada. Aumentar a exigência à medida que os anos escolares avançam.
25-Os textos do disléxico tendem a ser desorganizados, com falhas na seqüência dos fatos e excesso de pronomes. Explicar e numerar os parágrafos.
26-A leitura do disléxico geralmente é muito ruim, porém a compreensão pode estar preservada. Ele pode ler palavras trocadas, de conteúdo semântico semelhante. Ex.: /unir/ por /juntar/; /beber/ por /tomar/. Tolerar, desde que a compreensão seja preservada.
27-Se o professor não entendeu o que o aluno escreveu, a letra, ou o que ele quis dizer, solicitar que ele leia sua escrita, antes de corrigir.
28-Não privilegiar o disléxico em nada, apenas compreender que suas dificuldades são reais e neurológicas, que ele necessita tratamento especializado para evoluir como os demais.
29-O disléxico é tão inteligente ou mais que os outros alunos. Apresenta falhas de percepção de origem neurológica. Ele não erra de propósito, nem dispersa-se porque não está interessado. Necessita de variedade e flexibilidade por parte do professor, além de uma boa dose de paciência e tolerância.
30-Disciplina, organização e criatividade são os fatores chave para que um disléxico tenha sucesso em sala de aula. A rigidez e os modelos pré-concebidos não se encaixam com este aluno.
31-As disciplinas que envolvem memorização são dificilmente assimiladas. Use preferencialmente cartazes com resumos, com cenas, figuras alusivas ao tema, dramatizações, filmes, que facilitem a associação com o conteúdo a ser memorizado.
32-Ensinar o aluno a resumir, extrair as palavras-chave da frase, do parágrafo, do texto.
33-Ensinar o aluno a parafrasear, isto é, dizer com suas palavras o que entendeu, passando para a escrita.
34-Ensinar o aluno a ler, parar e avaliar se compreendeu. Não permitir que leia toda a página para chegar a conclusão, no final, de que não entendeu nada.
Sempre procurar literatura especializada, orientação e metodologia adequadas.
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O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA FACILITAR A VIDA DO SEU ALUNO EM SALA DE AULA?
1-Colocá-lo de frente e no centro da lousa, preferencialmente na 1ª carteira.
2-Tê-lo sempre perto da professora, que supervisiona seus trabalhos, principalmente na organização e seqüência das atividades.
3-Escrever claro e espaçado na lousa, delimitando as partes da lousa (duas ou três partes no máximo) com uma linha divisória vertical bem forte.
4-Escrever cada parte da lousa com uma cor de giz. Ex.: à esquerda com branco, centro com amarelo e à direita com azul claro.
5-Explicar que estas divisórias são feitas somente na lousa, para facilitar a leitura e não devem ser reproduzidas no caderno das crianças.
6-Exigir disciplina e concentração no conteúdo abordado, permitindo interrupções e opiniões espontâneas, desde que pertinentes ao assunto. Dizer ao aluno caso sua colocação esteja fora de contexto.
7-Valorizar sempre o conteúdo trabalhado e “tolerar” as dificuldades gramaticais, como letra maiúscula, parágrafo, pontuação, acentuação, caligrafia irregular, etc. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
8-O disléxico geralmente tem dificuldade com a orientação e organização espaciais. Pode, sem perceber, pular folhas do caderno, pular linhas indevidamente, escrever na apostila trocada, fazer anotações em locais inadequados. Mostrar sempre o certo, não punir o erro e não criticá-lo pela falta de atenção. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
9-O disléxico geralmente tem dificuldade em ficar sentado na carteira por muito tempo seguido. Permitir que levante-se, aponte o lápis, vá até a lousa, ou outro movimento que o relaxe, exigindo que retorne ao lugar em seguida.
10-Ser sempre clara e sucinta nas explicações das ordens dadas oralmente, preferencialmente dando exemplos e mostrando onde quer que faça a atividade. Ex.: do lado direito superior da folha, mostrar o lado e a orientação.
11-Em lugar de dizer o que não deve ser feito, diga sempre o que é esperado que se faça e como é para ser feito. Repetir a ordem se necessário.
12-Elaborar aulas com material visual, claro, criativo, que chame atenção.
13-Usar sempre mais de um canal de aprendizagem e informação, com diferentes recursos audio-visuais. Ex.: entonação na voz, dramatização, sons, desenhos, texturas, luzes, músicas, descobertas, retroprojetor, data show, etc. além da tradicional memorização de aulas expositivas.
14-Estar sempre em contato com o profissional que atende a criança, sabendo quais as letras que já foram trabalhadas para que possa ser exigido o acerto.
15-Não trabalhar no limite, esperando que com o tempo vai passar. Sempre entrar em contato com a coordenação, com os pais, com os profissionais que assistem o disléxico. O stress do professor só piora o quadro, traz frustração e afeta a motivação de todos. Mantenha o bom humor e a confiança de que haverá sucesso.
16-Trabalhar sempre com o erro como forma de aprendizado e nunca como meio de punição. Ex.: se trocou letras, mostrar o erro, ler o erro, produzir o erro e estimular a classe a corrigi-lo, sem estigmatizar o aluno
Produzir erros “de propósito” para que os alunos descubram. Só aquele que aprendeu pode corrigir.
17-Estimular atividades conjuntas, onde um começa, o outro continua e vice-versa. Ex.: troca de cadernos, o aluno é o professor, trocam os lugares, ficam os cadernos, etc.
18-Não dar muitos exercícios repetidos. O disléxico não aprende pela repetição, ao contrário, cansa-se mais facilmente e desmotiva-se.
Criar novas formas de ensinar a mesma coisa, pedir que as crianças elaborem exercícios, tornando-se co-autoras do aprendizado.
19-Em um texto espontâneo, valorizar as idéias, o conteúdo. Dar notas separadas para a idéia e para a escrita.
20-Em provas de outras disciplinas, como ciências, história, etc., corrigir pelo conteúdo e não descontar nota por erros de português. Aumentar a exigência à medida que avançam os anos escolares.
21-Em avaliações, sublinhar (se possível) o que se está pedindo, destacando-se do enunciado da pergunta. Ensinar a criança a destacar as palavras-chave do texto.
22-Não exagerar na quantidade de tarefa e sim na qualidade. Não permitir que os pais corrijam a tarefa, para que o professor possa avaliar o nível de aprendizado e reestruturar o conteúdo.
23-Delimitar em colunas os cálculos matemáticos, para que não se confunda na orientação espacial.
24-Aceitar respostas objetivas, diretas, curtas, desde que contenham a resposta solicitada. Aumentar a exigência à medida que os anos escolares avançam.
25-Os textos do disléxico tendem a ser desorganizados, com falhas na seqüência dos fatos e excesso de pronomes. Explicar e numerar os parágrafos.
26-A leitura do disléxico geralmente é muito ruim, porém a compreensão pode estar preservada. Ele pode ler palavras trocadas, de conteúdo semântico semelhante. Ex.: /unir/ por /juntar/; /beber/ por /tomar/. Tolerar, desde que a compreensão seja preservada.
27-Se o professor não entendeu o que o aluno escreveu, a letra, ou o que ele quis dizer, solicitar que ele leia sua escrita, antes de corrigir.
28-Não privilegiar o disléxico em nada, apenas compreender que suas dificuldades são reais e neurológicas, que ele necessita tratamento especializado para evoluir como os demais.
29-O disléxico é tão inteligente ou mais que os outros alunos. Apresenta falhas de percepção de origem neurológica. Ele não erra de propósito, nem dispersa-se porque não está interessado. Necessita de variedade e flexibilidade por parte do professor, além de uma boa dose de paciência e tolerância.
30-Disciplina, organização e criatividade são os fatores chave para que um disléxico tenha sucesso em sala de aula. A rigidez e os modelos pré-concebidos não se encaixam com este aluno.
31-As disciplinas que envolvem memorização são dificilmente assimiladas. Use preferencialmente cartazes com resumos, com cenas, figuras alusivas ao tema, dramatizações, filmes, que facilitem a associação com o conteúdo a ser memorizado.
32-Ensinar o aluno a resumir, extrair as palavras-chave da frase, do parágrafo, do texto.
33-Ensinar o aluno a parafrasear, isto é, dizer com suas palavras o que entendeu, passando para a escrita.
34-Ensinar o aluno a ler, parar e avaliar se compreendeu. Não permitir que leia toda a página para chegar a conclusão, no final, de que não entendeu nada.
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