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Escrita espelhada ou escrever em espelho: O que fazer?


Escrita espelhada, o que fazer?



    Quando as crianças iniciam a escrever suas primeiras palavras ou números, a sensação dos pais é indescritível. É um processo de autonomia, um ritual de passagem evidenciando uma nova etapa na vida da criança... É uma gracinha ver aquelas mãos tão delicadas iniciando seus traçados...
    Ao compor suas primeiras escritas elas mostram-se portadoras de inúmeras experiências, desejos, anseios e dinâmicas particulares de aprendizado. Vygotsky (1998) destaca que a escrita tem significado para as crianças, desperta nelas uma necessidade intrínseca e uma tarefa necessária e relevante para a vida.
      Entretanto, na medida em que esta escrita avança é comum que elas evidenciem letras ou números espelhados...algumas já estão lá por volta dos 7 anos e ainda mantém esta característica e por que será que fazem isso?

     Em primeiro lugar é importante ressaltar que espelhar letras e números é normal, pois a criança está em processo de construção da escrita. Para que ela tenha o entendimento, que nós adultos temos que a escrita inicia da esquerda para a direita (no caso da cultura ocidental), algumas noções anteriores ao papel devem ser bem trabalhadas. A aquisição da escrita é posterior à aquisição da linguagem e posterior a um nível específico de maturidade motora humana.
     Conforme Esteban Levin (2002: 161), o ato da escrita em si, não depende somente do ato biológico, mas de toda uma estrutura que provém do sistema nervoso central,
[...] o que escreve é um sujeito-criança, mas, para fazê-lo, necessita de sua mão, de sua orientação espacial (lateralidade), de um ritmo motor (relaxamento-contração), de sua postura (eixo postural), de sua tonicidade muscular (preensão fina e precisa) e de seu reconhecimento no referido ato (função imaginária).
     Conforme manual de neurologia infantil, autoria de Diament (2005), a partir dos 7 anos que a criança começa a consolidar a noção de direita e esquerda, bem como encontra-se em fase de maturação de áreas visoespaciais, portanto é perfeitamente normal ainda apresentar algumas trocas  na direção de suas escrita, pois estão em processo de aprendizagem, sistematizando suas hipóteses e consolidando noções importantes em aspectos neurobiológicos, porém, alguns alunos espelham palavras e frases inteiras, característica da disgrafia. No entanto, isso não significa que as crianças que espelham letras e números apresentem disgrafia, mas se no final deste ano, após todas as intervenções pedagógicas terem sido realizadas, visando a “escrita correta” das palavras, faz-se necessário uma avaliação mais detalhada.
       Dehaene (2012) nos mostra que a capacidade de reconhecer as figuras simétricas faz parte das competências essenciais do sistema visual, porque permite o reconhecimento dos objetos independentemente da sua orientação, por esse motivo  que quando uma criança aprende a ler tem que “desaprender” a generalização em espelho para que possa compreender a diferença entre as letras “b” e “d”.  A maioria das crianças passa por uma fase de escrita em espelho tendo geralmente ultrapassada esta dificuldade por volta dos 8 anos. Entretanto, cabe ressaltar que algumas das crianças que apresentam escrita espelhada são canhotas.
      A identificação de uma imagem na sua forma simétrica, confusão esquerda-direita, também é frequente, no nosso sistema visual (Dehaene 2007).
       No entanto, na sala de aula existem professores que consideram "errado" quando os alunos escrevem palavras ou números espelhados, por isso se faz necessário esclarecer que antes de considerar certo ou errado, faz-se necessário realizar atividades que propiciem a lateralidade. Com certeza, no processo de alfabetização, tanto pais, quanto professores, devem sempre questionar a criança sobre como poderia melhorar aquilo que fez, procurar fazê-la tomar conhecimento do que fez e como o fez, mas também como deveria fazê-lo.
        Numa abordagem neurocientífica Guaresi (2009) enfatiza que:
A criança tem que manipular um repertório de  habilidades motoras finas e complexas concomitantes com dados sensoriais (conteúdo visual),  um processo que envolve muitas funções cerebrais, tais como atenção, memória, percepção  (integração e interpretação de dados sensoriais), entre outras. O processo de aprendizagem da  escrita envolve, entre outros aspectos, a integração viso-espacial, ou seja, visualizar o que está  sendo apresentado, localizar o lápis, acomodá-lo de forma satisfatória na mão, direcioná-lo ao  caderno e iniciar a sequência de movimentos numa tentativa de escrita. Com o tempo e o reforço das redes sinápticas correspondentes, este processo será automático, ou seja, não  precisará de monitoramento cerebral constante para execução da tarefa e a criança terá  condições de aumentar o nível de complexidade.

       Existem três domínios principais que precisam ser ensinados para que uma pessoa tenha autonomia no ato de escrever: o domínio linguístico, o domínio gráfico e o de conceitos de letra e texto. A escrita  como um sistema organizado manifesta nossa capacidade de simbolizar.  É complexo e sua aquisição demanda o domínio das várias dimensões que o compõe, por exemplo, além da segmentação, as crianças precisam adquirir no domínio gráfico, noções de esquerda para a direita, de cima para baixo.
          Portanto, a neuropsicopedagogia não lida apenas e diretamente com o problema de aprendizagem, mas com todos os processos metacognitivos que fazem com o ser humano venha a ter melhores condições de aprendizagem. Nesse sentido é importante lembrar que os alfabetos expostos em sala de aula, não deveriam ser em E.V.A, pois na maioria das vezes, apresentam somente a letra script maiúscula, sendo que no mundo letrado, não é somente este tipo de escrita que a criança encontra, muito menos deveriam conter formas de “bichinhos, bonequinhos”, pois isto também acarreta em confusão para aquela que se encontra em processo inicial do traçado das letras. Ela precisa visualizar a estética correta da escrita, e se possível que neste alfabeto seja sinalizado por setas indicando por onde começar esta escrita. A mesma sugestão é válida para o traçado de números. No entanto, antes de sistematizar a escrita “no papel”, diversas outras atividades envolvendo o corpo devem estar bem desenvolvidas, pois tudo que sentimos através do nosso corpo, torna-se mais significativo e é nesse sentido que seguem algumas sugestões de atividades:

Jogo de orientação espacial:
Dependendo da idade da criança, pode-se colocar uma fita no braço, ou perna sinalizando o lado direito (ou esquerdo). Coloca-se no chão algo delimitando o espaço, por exemplo 3 colchonetes. A criança fica posicionada no colchonete do meio, e o professor diz: direita (ele deve passar para o colchonete correspondente), esquerda ou meio. Também, após terem dominado estas noções,  pode ser colocado outros 3 colchonetes na frente da criança, sendo que outra participe da atividade, demonstrando que ao se posicionarem uma frente a outra, o ato de pular para a direita de uma, irá mostrar-se diferente do ato de pular para a direita de outra.

Atividades com balão:
Tentar manter o balão no ar, somente batendo nele com a mão direita, após somente com a mão esquerda.


Brincar de Robô:
Uma criança é o robô, e seu parceiro é o guia. Auxiliados pela professora, combinam sinais de movimentação do robô. Por exemplo, se o guia tocar o lado esquerdo da cabeça do robô, esse vira para a esquerda; se tocar o lado direito, vira à direita; se tocar o alto da cabeça, o robô abaixa, e assim por diante. Algum tempo depois, invertem-se os papéis, sendo que o guia vira robô, e o robô vira guia. Depois disso, a brincadeira é feita com deslocamentos. As duplas combinam os sinais de movimentação. Por exemplo, um toque na parte de trás da cabeça é sinal para o robô ir adiante; um toque nos ombros é sinal para que ele pare.

Brincar de espelho:
Inicialmente cada aluno faz as atividades sozinhos, ou seja, a professora diz, mostrar a mão direta, colocar o pé esquerdo ao lado da cadeira, colocar a mão esquerda no olho esquerdo, encostado no cotovelo direito  no joelho direito, e ir dizendo várias situações. Mas para brincar de espelho, cada um ficará de frente a um colega e deverá seguir as instruções dadas pela professora, porém localizando no outro.

Que letra é essa?
Nas costas do aluno o professor faz com o dedo uma letra e o mesmo deve dizer qual é.

Caminhar sobre as letras:
No chão, fazer o traçado de letras ou palavras e os alunos devem caminhar sobre as mesmas, seguindo a ordem que o traçado deve ser feito. 

Escrita com água:
Os alunos podem molhar o dedo na água e vir ao quadro passar o dedo sobre o traçado das palavras.

Escrita na areia:
No chão, escrever com o dedo, ou palito de picolé, o traçado de palavras.

Modelagem de palavras:
Usando argila ou massa de modelar, escrever palavras modelando letra por letra.


Referência Bibliográfica:
BOSSA, Nádia. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: ARTMED, 2000.
DEHAENE, Stanislas. Os Neurônios da Leitura: Como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
DIAMENT, A. CYPEL,S. Neurologia Infantil, 2005, p. 78
GUARESI, Ronei. Etapas da aquisição da escrita e o papel do hipocampo na consolidação de
elementos declarativos complexos. Letrônica, Porto Alegre v.2, n.1, p. 189, jul. 2009.
LEVIN, Esteban.  A Infância em Cena. Petrópolis: Ed. Vozes, 2002- 
LIMA, Elvira Souza .Coleção Cotidiano na Sala de Aula. Ed Inter Alia, São Paulo
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A Ciência da Leitura


 
A Ciência da Leitura é um verdadeiro manual para qualquer profissional que atua na educação, abrange uma vasta variedade de assuntos, recentes e com estudos de neuroimagem em dislexia e aquisição de leitura. O entendimento de transtornos relacionados à leitura, tais como a dislexia são marcas mais predominantes nesta obra. Repleto de exemplos e explicações neurocientíficas a leitura deste livro quase que se torna obrigatória para aqueles que atuam diretamente no processo de alfabetização de crianças ou fazem processos de intervenções.
      Muitos estudos relacionados à compreensão da leitura foram realizados há um século, sendo que várias questões abordadas neste livro, mostram-se como novidade uma vez que trazem estudos pautados em imageamento cerebral, análise da genética molecular dos transtornos de leitura e modelos computacionais de diferentes aspectos do processo de leitura.
      O livro caracteriza-se pela abordagem de sete temáticas fundamentais, subdivididas em interessantes capítulos:

- Processos de reconhecimento de palavras na leitura
Reconhecer palavras é a base da leitura, entretanto nem todos conseguem fazer isto com êxito. Existem leituras eficientes e outras ineficientes, ler envolve recuperar informações sobre a forma falada e o significado da palavra a partir de sua forma escrita, ou seja, ter acesso às informações armazenadas na memória.

 Aprendendo a ler e a escrever
Num mundo totalmente letrado talvez poucos pararam para pensar o quão é difícil aprender o processo de ler, quantos mecanismos são necessários para se ter excelência na leitura. Aprender a ler não é uma questão simples, envolve a decodificação de um código que por sua vez mapeia a linguagem falada sobre a linguagem escrita.
Entretanto, o ato de ler não inicia na escola ele tem preditores fundamentais que são a sensibilidade parental e a alfabetização doméstica. Os pais que são sensíveis às habilidades linguísticas emergentes de seus filhos usam técnicas de alavancagem para gerar vocabulário. Crianças de lares letrados tendem a ter bom conhecimento linguístico, além de bom conhecimento da escrita, preditores importantes da sua compreensão na leitura. Crianças que já vem para a escola com esses pressupostos básicos estão mais preparadas para aprender a ler.
Tornar-se letrado tem um grande impacto nas habilidades metalinguísticas. O letramento alfabético promove o desenvolvimento da consciência fonêmica, facilita o desenvolvimento da memória de curta duração e da repetição de não palavras, talvez por incentivar a atenção à estrutura fonêmica da fala.
Aprender a ler é uma busca complexa e envolve um longo caminho de compreensão científica desse processo.

Compreensão da leitura
De que modo começamos a entender a maneira como a mente representa os significados transmitidos pela  linguagem, seja ela escrita ou falada?
Uma proporção significativa de crianças apresenta déficits específicos no desenvolvimento de habilidades de compreensão da leitura. Apesar de terem habilidades de decodificação adequadas para sua idade, apresentam déficits específicos na compreensão de textos. Qual o papel da memória de trabalho na compreensão textual? Como as pessoas adquirem a habilidade de compreender o que leem?  

Leitura em diferentes línguas
Será que quem lê chinês tem dislexia? De que forma se dá a leitura no mundo oriental? Durante muitos anos, acreditou-se que aprender a ler em chinês era muito diferente de aprender a ler em um sistema alfabético. Todavia ao contrário do que se pensava, os caracteres chineses transmitem informações sobre sua pronuncia. A maioria dos caracteres em chinês (por volta de 80%) é formada por um componente radical (que está relacionado com seu significado) e um componente fonético (que fornece informações sobre o seu som). Apesar do conhecimento sobre a dislexia em chinês se encontrar em um estado ainda não bem documentado, há indicadores apontando que há uma proporção relativamente baixa de crianças chinesas descritas como disléxicas.

Transtornos da leitura e da escrita
Estudos realizados a partir do século XIX vêm demonstrando que após uma lesão cerebral, alguns indivíduos perdem em graus variados e de várias maneiras suas habilidades antes fluentes de leitura e escrita. Conhecer estes possíveis transtornos de leitura e escrita, saber propor alternativas de melhorias para indivíduos com tais déficits é a proposta deste capítulo.

As bases biológicas da leitura
Sendo considerado um acontecimento muito recente na espécie humana, a leitura depende de mecanismos cerebrais e o desenvolvimento desses mecanismos, que por sua vez são influenciados por mecanismos genéticos. Por exemplo, em estudos realizados sobre a leitura de pessoas com dislexia, SNOWLING & HULME(2013) nos dizem que a leitura no cérebro disléxico parece envolver áreas semelhantes às atividades em disléxicos, particularmente em determinadas regiões dos lobos frontal/temporal esquerdo. Mais uma vez, um desafio importante é relacionar essas diferenças em padrões de ativação cerebral com os modelos cognitivos da leitura e da dislexia e relacionar as diferenças genéticas com variações no funcionamento cerebral e, assim, com explicações cognitivas sobre como lemos e o que dá errado em transtornos da leitura como a dislexia.

Ensino de leitura
“Se entendermos como as pessoas leem, e como essa habilidade se desenvolve, isso certamente terá implicações importantes para as melhores maneiras de ensinar as pessoas a ler.” (SNOWLING & HULME, 2013)
Sem esquecer a busca do significado da palavra lida, pesquisadores, tais como Snow e Juel defendem com firmeza a necessidade de ensinar as crianças explicitamente as correspondências entre as letras e os sons na leitura. O uso de instrução explícita em consciência fonêmica e estratégias de decodificação de base fonêmica,  gera grandes melhoras na precisão da leitura em crianças com dislexia. Os autores colocam que sabemos muito sobre como ensinar crianças de desenvolvimento típico a ler e como ajudar criança com dislexia a superar suas dificuldades, entretanto precisamos ir além, precisamos colocar em prática nossos conhecimentos.

        Os tópicos abordados foram breves pinceladas do que esta obra nos apresenta. Entender os mecanismos da leitura é fator primordial para aqueles que atuam no campo educacional, pois a base da escola é a leitura. Como educadores devemos primar pela excelência em nossos métodos de ensino, bem como no métodos de aprendizagens dos alunos. Então, para torná-los melhores leitores, devemos ter o entendimento de todo este aparato que está por trás do ato de ler, devemos primar pelo conhecimento advindo desta nova etapa construída através dos estudos de neuroimageamento, que são recentes e trazem novos temas para esta área. 
           

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Neuropedagogia: fixando conteúdos e desenvolvendo a inteligência



O que é Neuropedagogia?

 É a reestruturação da prática docente e discente em função das novas descobertas acerca do Modus Operandi do aparelho cognitivo humano.


Seu entendimento e implementação permitem, ao mesmo tempo, 
(1) compreender as razões do sucesso de vários países na retenção dos conteúdos em seus alunos, 
(2)explicar porque alunos brasileiros tem retenção tão inferior e 
(3) articular uma práxis que aproxime nossos resultados dos obtidos nas melhores escolas. 


Como se estrutura o aparelho cognitivo? 

O encéfalo, nosso aparelho cognitivo, forma um todo complexo pouco compreendido, entretanto, o pouco sabido é suficiente para incrementar nossas práticas escolares. Pode-se didaticamente dividi-lo em três partes: o cerebelo (1), o sistema límbico (2) e o córtex (3). O cerebelo (1) é a parte do encéfalo responsável por estruturar os comandos mecânicos de nosso corpo. Quando aprendemos a falar, a escovar os dentes ou andar de bicicleta é este sistema que recebe as instruções que programam sua rede de neurônios, instruções estas difíceis de serem implantadas MAS que depois jamais são esquecidas. O sistema límbico (2) se compõe do hipotálamo, tálamo, amígdalas e hipocampo. Pode ser entendido como um cérebro réptico completo em sí mesmo. 
A evolução fez com que fosse somado a este cérebro réptil um córtex capaz de dar suporte as capacidades humanas superiores e manteve este cérebro primitivo atribuindo-lhe vários papéis instintivos além da
função essencial de reter as informações colhidas durante o dia. Instintos básicos como o medo e a decisão de lutar ou correr diante de uma ameaça são gerenciados pelas amígdalas e hipotálamo, já o hipocampo perfaz a memória que registra os dados colhidos diurnamente. É no córtex (3) onde se registram definitivamente o que se aprendeu durante o dia. Diversos casos clínicos, como o das irmãs-lobas Amala e Kamala ou como o do sujeito acidentado que esquece o que aprendeu minutos atrás forneceram as pistas de como funciona a aprendizagem.


Como funciona na prática o aparelho cognitivo? 

O córtex, embora possa reter informação equivalente a de milhares de PCs de ultimo tipo não consegue gravar dados durante o dia. Ou ele se deixa ler ou ele se deixa gravar. Aqui se faz analogia com os computadores MAS tal analogia é só aproximação porque nos PCs separam-se dados e processamento e no córtex todo o processo é integralizado, dados e processamento ocupam a mesma rede neuronal. Mas como não se pode gravar no córtex durante o dia, para onde vão os dados? É no hipocampo que guardamos as informações durante o dia. Este se assemelha neuronalmente ao córtex, ocorre contudo que seus dados são COPIADOS para o córtex todas as noites durante os sonhos e o hipocampo é depois apagado. Uma vez no córtex, os dados ficam retidos para sempre... Freud já defendia que não existe esquecimento o que existe é não-lembrança... Esquecer é na verdade não lembrar. Prova-se esta asserção pelo simples fato de se conseguir lembrar de coisas em situações especiais ou ainda sob hipnose (então o dado não foi apagado...). Mas como fazer com que uma informação seja transferida para o córtex?
Ao contrário do cerebelo, onde escolhemos exatamente o que queremos gravar, no córtex o sistema que copia do hipocampo para ele é inconsciente! O critério de escolha do que se copia é dado pela “profundidade” das marcas deixadas no hipocampo. Estas podem ser mais “marcantes” se tiverem uma emoção qualquer associada (lembram das piadas?) ou então se fizermos deliberadamente marcas mais fortes em certos saberes simplesmente os ESTUDANDO! Quando se estuda, quando se lê e se busca compreender um dado conceito, o esforço empregado atribui um certo valor que o sistema inconsciente de cópia RECONHECE como importante e o copia. O truque então é simples: Basta que o aluno ESTUDE no mesmo dia da aula o que lhe foi ensinado! Tem de ser no mesmo dia para que o conteúdo da aula dada esteja no hipocampo. O problema aqui é fazer com que o alune estude...


Como convencer nosso aluno a estudar? 

Não se consegue ensinar alguém desmotivado. Os alunos já sabem que precisam ser independentes, trabalhadores, úteis e remunerados para, futuramente, levar sua própria vida. Essa estratégia funciona? Para muitos funciona, mas não para todos. Muitos estão ainda muito imaturos para entender esses argumentos ou muitos contam com um apoio familiar que julgam infinito. Há também o reforço negativo. As ameaças, a negação de coisas, de viagens e etc. Funciona? Para muitos funciona. Mas não para todos. Enfim, não é possível afirmar que a mesma MOTIVAÇÃO funcione para todos, dai ter MAIS um tipo de motivação é útil por ampliar nosso leque de opções.


Inteligência pode ser ensinada? 

Foi crença comum que a inteligência de cada pessoa fosse um dom individual e estático. Tal crença se baseava em certas proposições da Psicologia tradicional e no senso comum. Eu também – confesso – pensava assim, até que o Professor Piazzi me mostrou o oposto e fui investigar. Inteligência pode ser
sucintamente definida como: “Capacidade de resolver problemas”. Mas, que tipo de problemas? Qualquer tipo de problemas, seja de ordem material ou espiritual. Resolver problemas exige memória, poder de análise, poder de síntese, percepção aguda da realidade, imaginação, capacidade de depreender a ordenação em uma realidade E/OU de impor sua própria ordenação a uma realidade caótica. Diante de um mesmo problema pessoas diferentes tem reações diferentes. Alguns saem da situação e outros ficam estáticos sem saber o que fazer OU fazendo - patéticamente - coisas que não resolvem. Vamos dar um exemplo prático: A mãe sai para comprar o almoço e deixa dois pimpolhos, de 4 e de 7 anos em casa. Ela esconde o pote de biscoito no alto do armário da cozinha e o mais novo assiste a isso imaginando ser um
obstáculo intransponível. O mais velho, ao saber disso, simplesmente pega uma cadeira, encosta no armário, sobe no assento, sobe no encosto e pega o pote e os dois se refestelam no chão da cozinha... O mais novo, agora, diante do mesmo problema já sabe o que fazer... Se antes ele não teve inteligência pra resolver o problema, agora ele tem! É óbvio que o mais velho terá sempre mais inteligência/experiência que o mais novo MAS o contato faz com que o mais novo se aprimore... Cada vez que aprendemos algo nos tornamos aptos para resolver MAIS problemas, ora, assim sendo, nos tornamos MAIS inteligentes. Podem objetar essa idéia alegando que o que primeiro resolveu é que é inteligente, o outro só imitou, entretanto, com o tempo, com a experiência, a mente vai depreendendo por sí mesma as estratégias de pensamento,empregadas nos exemplos de solução e passa a solucionar por si só.... Observem os exemplos a seguir:

1) 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! 4R4BÉN5! 


2) De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Itnereasste não? Não é Aussatosdr o que nsosa mnete é cpaaz de fzaer? Vcêos sbaaim dsiso? 


Pensem na vantagem desta concepção: Se adotarmos estratégicamente que inteligência pode ser ensinada, que compomos uma escola de inteligência e que a nossa tarefa é aumentar a inteligência dos alunos fornecemos mais uma motivação. Uma analogia: Há na natureza pedras de magnetita. Estas atraem por sí mesmas o ferro, contudo, se atritarmos magnetita a um pedaço de ferro este também passa a atrair ferro. Nossos alunos são como pedaços de ferro e nós somos como magnetita e é com o ATRITO,
contato, aula e exemplo que tornamos nossos alunos mais inteligentes! Vamos confessar: Quem de nós deduziu sozinho a fórmula de Báskara no ensino médio ou na faculdade? Quem de nós depreendeu sozinho as propriedades dos lantanídeos da tabela periódica? Ou, quem de nós deduziu de per sí a teoria dos sólidos de Platão? Nós apreendemos tudo isso com os gênios do passado e hoje repassamos aos nossos pupilos... Isso nos torna menos inteligentes? Claro que não! Gênios sempre haverão. Aprender com eles e ensinar o que eles descobrem é nossa função. Não podemos dizer que nossa escola forme gênios por que - estes sim– são singulares, MAS, podemos defender, sem medo, que ensinamos inteligência!

Como se deve então estudar? 

Estudar é esforço pessoal e intransferível. É o córtex do estudante que recebe a informação. É refletindo sobre o conteúdo, questionando, descobrindo por sí mesmo, que as conexões, as sinapses (ligações entre neurônios) vão se formando no hipocampo e quanto melhores elas forem, melhor a qualidade da
cópia que irá para o córtex. Um caderno é essencial. Quando o estudante escreve COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS um conceito apreendido ele se torna proprietário deste saber. Mas vale uma ressalva: Reter palavras não é o mesmo que reter conceitos! Palavras expressam conceitos, MAS são só suas expressões. Nós as usamos para comunicar e interpretar conceitos. É muito comum alunos decorarem palavras e repeti-las nas provas dando a impressão que compreenderam os conceitos quando, na triste verdade, só repetem palavras e é necessário aplicar estratégias para detectar tal erro. Os novos tipos de exames, como o ENEM ou vestibulares detectam isso.

Relato de um experimento prático => 
A partir da metade do segundo trimestre de 2010 testei a Neuropedagogia. Expliquei a estratégia aos alunos, os convenci que podem se tornar mais inteligentes e lhes cedi os últimos vinte minutos das aulas para que desenvolvessem solitariamente, na minha presença, o Questionário universal. (verso desta folha). Tal questionário é a minha estratégia para ajudá-los a fazer as conexões sobre os conteúdos ensinados. Ao responder as perguntas, O que é? Quem fez? Como fez? Quando? Como? e Porque? O aluno pensa, raciocina e surgem dúvidas e ele pensa mais e busca no texto e reflete de novo... O que percebi foi que alunos interessados mas medíocres tiveram GRANDE melhora em suas notas e grande melhora na retenção. Alunos brilhantes são brilhantes com qualquer sistema ou professor. Alunos desinteressados dificilmente se engajam em qualquer tarefa MAS este método se mostrou VALIOSO para aqueles alunos interessados que precisavam de uma estratégia para estudar (a imensa maioria). Com a melhora da nota se vê claramente que os índices de qualidade melhoram no geral. Tal questionário é útil para fixar os conceitos nas disciplinas onde os conceitos exigem reflexão, ou seja, praticamente todas. 

AUTOR : Professor Marco André =>  Filosofia e projetos

fonte de pesquisa:http://www.faetec.rj.gov.br/ee
efvm/images/neuropedagogia_professores.2.pdf
http://neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html
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