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Doença de Ménière e disfunções vestibulares


Doença de Ménière

Introdução
Em 1861 Prosper Ménière descreveu a doença caracterizada por episódios de vertigem precedidos por zumbido e perda auditiva, e que posteriormente ganharia seu nome. Pode-se denominar Doença de Ménière quando não há causa definida e Síndrome de Ménière quando uma causa pode ser bem estabelecida.

Incidência
A doença de Ménière pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais freqüente em adultos entre 30-50 anos, e é muito rara em crianças. Há uma discreta preponderância em mulheres.

Quadro clínico
A crise típica da doença de Ménière se inicia com uma sensação de pressão no ouvido (como se estivesse descendo a serra) com diminuição da audição e zumbido do mesmo lado. Em seguida vema vertigem com sensação de rotação, desequilíbrio, náusea e vômitos. A crise dura na maioria das vezes de minutos (20-30) a poucas horas. No intervalo entre as crises não há sintomas, emborapossam ocorrer desequilíbrio, zumbido e diminuição da audição com o progredir da doença. No início da doença as crises podem ter sintomas só auditivos (zumbido, diminuição da audição) ou só vestibulares (vertigem e desequilíbrio).

Diagnóstico
O diagnóstico da doença de Ménière se baseia na história, avaliação neuro-otológica e resposta clínica ao tratamento. A Academia Americana de Otolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço formulou os seguintes critérios para diagnóstico definitivo de Doença de Ménière:
  • duas ou mais crises de vertigem rotatória com duração de no mínimo 20 minutos;
  • diminuição da audição em pelo menos uma audiometria;
  • zumbido ou pressão no ouvido
  • exclusão de outras causas.
Alguns exames podem ser solicitados na avaliação do paciente com doença de Ménière.Audiometria e exame otoneurológico são realizados com o intuito de avaliar a função auditiva e vestibular, respectivamente. A eletrocoleografia é um exame que pode confirmar a hidropisiaendolinfática (ver adiante, em mecanismo), mas se for negativo não exclui a possibilidade de doença de Ménière. Exames laboratoriais e a ressonância magnética de encéfalo ou ouvido têm os seguintes objetivos: (1) excluir algumas condições que podem se apresentar com sintomas semelhantes aos da doença de Ménière (2) identificar possíveis causas, caracterizando aí o que é denominado de Síndrome de Ménière.

Mecanismo
O labirinto membranoso é preenchido por um líquido denominado endolinfa. Externamente à membrana do labirinto, entre a membrana e o osso há outro líquido, a perilinfa (ver anatomia). A endolinfa é continuamente produzida e absorvida e admite-se que uma alteração na sua absorção, com conseqüente aumento de sua quantidade, seja o mecanismo da doença de Ménière, o que é denominado de hidropisia endolinfática. Na crise da doença de Ménière ocorre uma ruptura da membrana do labirinto, devido ao excesso de endolinfa e conseqüente comunicação da endolinfa com a perilinfa. Endolinfa e perilinfa têm concentrações de sódio e potássio bastante diferentes e a ruptura da membrana leva a mudança nestas concentrações e uma alteração no estímulo do nervo vestíbulo-coclear, gerando a crise de vertigem e sintomas auditivos.

figura 1. No labirinto comprometido nota- se uma quantidade aumentada de endolinfa (em azul).

Causas
Existem diferentes causas para a hidropisia endolinfática, e nos casos em que a causa é definida denomina-se síndrome de Ménière, e naqueles em que não é definida, doença de Ménière. A causa pode ser: inflamatória (labirintite ou otite média), traumática, auto-imune, relacionada a surdez congênita ou a otoescrelose.

Tratamento
O tratamento da doença de Ménière inclui o alívio dos sintomas durante a crise, a prevenção das crises, e nos casos de causa definida o tratamento da causa. O alivio dos sintomas é realizado com as medicações anti-vertiginosas e a prevenção das crises pode ser obtido com diuréticos e com o uso da betahistina. Ambas as medicações devem ser usadas por período prolongado (meses) e a retirada deve ser orientada pelo médico.
Outras opções de tratamento como injeção intratimpânica de antibiótico e cirurgia têm indicações limitadas.D

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Vertigem Bilateral



Vestibulopatia bilateral

Vestibulopatia bilateral é o comprometimento da função de ambos os labirintos ou de ambos os nervos vestibulares. É uma manifestação rara e acomete de 2 a 4% dos pacientes em ambulatório especializado.
A pessoa com vestibulopatia bilateral não se queixa de vertigem rotatória. A falta da função de ambos os labirintos leva a desequilíbrio, dificuldade para andar principalmente no escuro. Mas a sensação de rotação ocorre quando um dos labirintos funciona de maneira diferente do outro. Como na vestibulopatia bilateral nenhum dois labirintos não funcionam, não há como surgir a sensação de rotação. Além do desequilibrio muitos pacientes se queixam de oscilopsia ao caminhar. Relatam que quando caminham veem tudo balançando, e têm dificuldade para fixar os olhos. Se ao caminhar quiserem ler alguma placa, por exemplo, têm que parar, caso contrário a imagem balança e a leitura se torna impossível.
As causas mais comuns são: antibióticos, doença de Ménière, meningite, encefalites e cerebelites, ataxia episódica tipo 2 e tipo 6, doença automune sistêmica, deficiência de vitamina B12.
O diagnóstico pode ser confirmado com a realização da prova calórica que evidencia diminuição da resposta à estimulação quente e fria em ambos os ouvidos.
O tratamento envolve a correção da etiologia quando possível. A fisioterapia ou fonoterapia vestibular pode ser realizada, mas a melhora é limitada, uma vez que há ausência completa da função vestibular. 
Referências: Tonturas- Diagnóstico e tratamento, uma abordagem prática 
Thomas Lempert; Adolfo Bronstein
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VPPB - Vertigem Posicional Paroxística Benigna, saiba o motivo que a faz surgir!


Vertigem de posicionamento paroxística benigna

Introdução
A vertigem de posicionamento paroxística benigna (VPPB) é um problema mecânico do labirinto e é a síndrome mais freqüentemente diagnosticada em ambulatório especializado vertigem, correspondendo a 25-35% dos pacientes atendidos. Há uma estimativa de que aos 70 anos 30% dos indivíduos já apresentaram ao menos um ataque de VPPB. Embora a doença tenha caráter benigno, sabe-se que a VPPB aumenta o risco de queda, e especialmente em idosos, estas quedas podem ter graves conseqüências. Uma em cada 10 quedas em idosos leva a ferimentos graves, fraturas ou traumatismos crânio-encefálicos. Dez por cento dos atendimentos e 6% das internações de urgência de idosos são decorrentes de quedas.

Incidência
A VPPB pode ocorrer em qualquer idade, mas acomete principalmente adultos acima de 50 anos com predominância do gênero feminino nos casos idiopáticos (sem causa determinada), enquanto nos pacientes com causa definida, a distribuição de homens e mulheres é semelhante.

Quadro clínico
Tipicamente o paciente com VPPB descreve crises de vertigem rotatória, de curta duração e forte intensidade desencadeados por movimentos rápidos da cabeça, sendo os mais freqüentes os seguintes: levantar da cama pela manhã, deitar e virar na cama, estender o pescoço para olhar para o alto e fletir o pescoço para olhar para baixo.

Diagnóstico
Ao avaliar o paciente, o médico não encontra alteração no exame neurológico, com exceção das manobras de Dix-Hallpike e de posicionamento lateral. Nestas manobras o médico deita rapidamente o paciente, na tentativa de desencadear uma crise típica de vertigem. Ao desencadear a crise, o médico pode observar o nistagmo, um movimento dos olhos causado pela alteração na função do labirinto.
Uma vez observado o nistagmo não há necessidade de exames complementares para o diagnóstico de VPPB. Alguns exames podem ser solicitados pelo médico se houver necessidade de identificar o que causou a VPPB ou se houver outra forma de vertigem.

Mecanismo
Em 1979 foi proposta uma teoria, que posteriormente foi confirmada, de que a VPPB é causada por partículas de carbonato de cálcio – otólitos – que se soltam do utrículo e caem no canal semicircular (ver anatomia).
Em condições normais tanto os otólitos do utrículo, quanto a endolinfa presente no canal semicircular se movem a cada deslocamento da cabeça e geram um estímulo normal do labirinto. Em pessoas com VPPB, a cada movimento da cabeça os otólitos se movem onde não deveriam estar (na endolinfa do canal semicircular), e conseqüentemente atrapalham o funcionamento normal do labirinto. Portanto, pessoas com VPPB têm vertigem durante movimentos da cabeça e ficam praticamente sem sintomas quando estão com a cabeça parada.

figura 1. Durante movimentos da cabeça, otólitos deslocados e flutuando no canal semicircular provocam estímulo anormal e conseqüente vertigem.
Causas
O mecanismo exato pelo qual as partículas saem do utrículo e caem no canal semicircular não é definido na maioria dos casos. Sabe-se que aproximadamente 50% dos casos são idiopáticos (sem causa definida), enquanto trauma e neurite vestibular são as causas mais freqüentes.

Tratamento
Na década de 1970 se preconizava cirurgia para o tratamento da VPPB. A técnica utilizada era a secção do nervo vestibular e sua complicação era a surdez.
Em 1980 Brandt e Daroff propuseram a primeira seqüência de exercícios para tratamento desta síndrome. Desde então foram descritas outras manobras para o tratamento da VPPB, sendo as mais utilizadas a de Semont e a de Epley. O objetivo destas manobras é promover o movimento dos otólitos de volta para o utrículo, o que por sua vez, leva ao desaparecimento da vertigem.

figura 2. Seqüência de movimentos na manobra de Epley. Abaixo e à esquerda está representada  a posição do labirinto durante a manobra e à direita detalhe do canal semicircular posterior e do movimento dos otólitos soltos dentro do canal até retornarem ao utrículo.

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Vertigem e Tontura - Sistema Vestibular e suas alterações


O labirinto

O labirinto é uma estrutura localizada atés de nossas orelhas, em uma cavidade óssea, do osso temporal. Temos dois labirintos, um de cada lado. A função mais conhecida do labirinto é de manter o equilíbrio, mas as informações transmitidas por ele também são importantes para estabilizar a visão e para nossa orientação espacial.
Como todo orgão sensorial, o labirinto transforma um estímulo externo em sinal elétrico para que a informação seja transmitida ao sistema nervoso central. os olhos transformam luz em sinal elétrico e os ouvidos trasnformam as ondas sonoras. o labirinto transforma a informação da posição da cabeça e de movimento em sinal elétrico.
Para cumprir esta função o labirinto tem uma complicada estrutura tridimensional. Como o objetivo é perceber a ação da gravidade e o movimento nas 3 dimensões sua estrutura tem que se adequar a isso.

Anatomia
Pode-se dividir sua estrutura em dois componentes principais: os canais semicirculares, que são como anéis, dispostos em 3 planos (correpondendo aos eixos x,y e z) e duas estruturas planas, o utriculo e o sáculo, que ficam nos planos vertical e horizontal.
Além disso há uma terceira estrutura, a cóclea, reponsável pela audição.
Da cóclea a informação é transmitida através do nervo coclear e do labirinto, através do nervo vestibular. Estes dois nervos se unem para formar o nervo vestíbulo-coclear, o VIII nervo craniano.

                                  

Figura 1. Estruturas do lado direito, vista frontal.

O labirinto é preechido por um liquido denominado endolinfa, e entre a membrana do labirinto e o osso há outro líquido denomnado perilinfa.
Figura 2. Detalhe do labirinto e da cóclea, endolinfa (branco) e perilinfa (azul).
Canais semicirculares
Os canais semicirculares são três estruturas – canal anterior, posterior, horizontal – com formato de uma letra “C”. Estes canais estão dispostos como se fossem três lados adjacentes de um cubo, formando entre si um ângulo de 90º.
As duas extremidades de cada um dos canais semicirculares terminam no utrículo. Enquanto uma delas é aberta promovendo uma comunicação entre o canal semicircular e utrículo, a outra apresenta uma estrutura, a cúpula, composta por uma substância gelatinosa, que fecha a comunicação com o utrículo.
Figura 3. Estruturas do labirinto, e em detalhe a cúpula dos canasis semicirculares.

Urículo e sáculo
O utrículo e o sáculo são os dois outros órgãos do labirinto. No utrículo e no sáculo existe uma substância gelatinosa denominada mácula, e aderidos à mácula existem partículas de carbonato de cálcio, chamadas de otólitos. Devido aos otólitos, o utrículo e o sáculo são também denominados órgãos otolíticos

Como funciona o labirinto


Assim como os olhos são estimulados por diferentes espectros luminosos, o ouvido pelo som, o labirinto é estimulado por movimento ou por mudança na posição da cabeça. As informações provenientes do labirinto são transmitidas pelo nervo vestibular e distribuídas através de vias especificas até algumas regiões do tronco encefálico, cerebelo, tálamo, córtex e medula espinhal.

Figura 1.  Esquema da via do labirinto até as estruturas do sistema nervoso central.

Movimentos de rotação, como virar-se, deitar-se, levantar-se, olhar para cima e para baixo, estimulam os canais semicirculares; e movimentos lineares, como subir e descer de elevador, estar em veículo em movimento, estimulam o utrículo e o sáculo (ver anatomia).

Como funcionam os canais semicirculares
Os canais semicirculares têm formato de anéis e em uma das extremidades há uma estrutura denominada cúpula. Há ainda dentro dos canais semicirculares, um líquido, denominado endolinfa. Devido à lei da inércia, cada movimento da cabeça, e por consequência do canal semicircular,provoca inicialmente um movimento da endolinfa no sentido contrário. Este movimento da endolinfa, provoca uma inclinação da cúpula. A inclinação da cúpula é então percebido pelas células do labirinto, que transformam esta informação de movimento em sinal elétrico, que pode ser transmitido às outras estruturas do sistema nervoso central.
                                                      
Figura 2. Funcionamento dos canais semicirculares.
Detalhe mostra a inclinação da cúpula durante rotação da cabeça.


Como funcionam o utrículo e o sáculo
O utrículo e o sáculo sinalizam a posição da cabeça em relação à gravidade (se vertical, horizontal ou inclinada, por exemplo). Também são capazes de perceber acelerações lineares, como por exemplo, se estamos subindo ou descendo em um elevador, ou se o estamos indo para frente e para trás em um veículo. para que isso ocorra, há uma mudança na pressão exercida pelos otólitos (cristais de cálcio) localizados acima da mácula (camada gelatinosa). Esta mudança na pressão é percebida pelas células do labirinto, que então transformam essa informação em sinal elétrico.

                    
Figura 3. Funcionamento do utriculo e do sáculo. Detalhe mostra a inclinação da mácula durante a inclinação da cabeça. 

Parte da complexidade do estudo e avaliação do sistema vestibular se deve ao fato de que ele não atua sozinho, e em todas as suas funções há auxílio de outros sistemas. As três funções principais do sistema vestibular e dos sistemas que o auxiliam são:
  1. manutenção do equilíbrio,
  2. estabilização da visão estável durante movimentos da cabeça e dos olhos,
  3. percepção de movimento na orientação espacial.
Figura 4. Vias do sistema vestibular.
Em amarelo, reflexo vestíbulo-espinhal, manutençõa do equilíbrio;
em vermelho, reflexo vestíbulo-ocular, manutenção na imagem na retina;
e em verde, via vestíbulo-cortical, percepção do espaço e de movimento.

1. Manutenção do equilíbrio
O estímulo do labirinto atinge a medula espinhal para estabilizar a posição da cabeça no espaço e em relação ao tronco, e para manter o indivíduo em pé. Estímulos labirínticos levam a diferentes padrões de ativação na musculatura cervical e dos membros, e têm o objetivo de manter o equilíbrio e prevenir quedas. Nesta função participam também a visão e a sensibilidade proveniente das articulações e músculos (ver figura 4, em amarelo).

2. Estabilização da visão
A informação proveniente do labirinto atinge as estruturas que controlam os movimentos oculares, desencadeando um reflexo denominado vestíbulo-ocular. A função do reflexo vestíbulo-ocular é estabilizar a imagem na retina durante movimentos rápidos da cabeça. Quando um indivíduo caminha sua cabeça oscila para cima e para baixo e é o reflexo vestíbulo-ocular que o possibilita ler uma placa ou reconhecer uma pessoa que vem em sua direção. Se o reflexo vestíbulo-ocular não funcionasse seria como andar segurando uma filmadora e observando a imagem que oscila de acordo com seus passos. Nesta função participam também outros sistemas que controlam os movimentos oculares (ver figura 4, em vermelho).

3. Orientação espacial e percepção do movimento
Os estímulos provenientes do labirinto atingem o córtex cerebral e geram informações a respeito da orientação espacial e da percepção de movimento. Ao contrário de áreas cerebrais relacionadas avisão, audição, olfato e sensibilidade, não se acredita que exista uma região no córtex responsável exclusivamente pela informação vestibular (do labirinto). Para percepção da cor de um objeto, por exemplo, a visão é a única informação necessária, mas para  percepção espacial e de movimento participam além das informações do labirinto, as informações visuais e sensitivas, o que torna essa função desde o princípio multissensorial (ver figura 4, em verde).

Principais doenças do sistema vestibular
O termo labirintite é muito comum e muitas pessoas (leigos e médicos) a usam como sinônimo de qualquer problema do labirinto. Mas neste caso o correto seria dizer labirintopatias, ou seja,doenças do labirinto. Labirintite, ao pé da letra, é inflamação no labirinto, que pode ocorrer, mas não é a doença mais comum que afeta o labirinto. Existem várias doenças que comprometem o labirinto e os sintomas de todas estas doenças são muito semelhantes: a pessoa tem vertigem, náusea, às vezes vomita, tem desequilíbrio e pode cair. No entanto é muito importante a identificação da doença específica que está acometendo o labirinto, pois cada doença tem sua causa e seu tratamento específico. Uma vez que a causa é identificada, há na maioria das vezes um bom prognóstico, ou seja, há resolução do quadro em grande parte dos casos.
No ambulatório especializado em Distúrbios Vestibulares da Divisão de Neurologia Clínica do Hospital das Clínicas de São Paulo, é realizada uma monitorização constante dos pacientes e um banco de dados com os principais diagnósticos é periodicamente atualizado. Entre 1100 pacientes atendidos observou-se a frequência de doenças apresentada no gráfico abaixo.
 
Uma parte destes dados foi publicada em 20051, e este trabalho brasileiro evidenciou as mesmas freqüências das doenças observadas na literatura2.

Referências:
1. Kanashiro AMK, Pereira CB, Melo ACP, Scaff M. Diagnóstico e tratamento das principais síndromes vestibulares. Arq Neuropsiquiatr 2005;63:140-144.
2. Brandt T. Vertigo, its multisensory syndromes, 2nd Ed. London: Springer Verlag, 1999



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Tontura causada por ansiedade!



É comum a tontura vir acompanhada de ansiedade. Se alguém está com ansiedade, 
a tontura pode ocorrer. Por outro lado, a tontura pode levar à um processo de 
ansiedade. O sistema vestibular é responsável pela sensação do posicionamento do 
corpo no espaço. Ele é composto pela orelha interna de ambos os lados, áreas 
específicas do cérebro e nervos que  fazem esta conexão. Este sistema é 
responsável pela sensação de tontura quando alguma coisa não está certa. Alguns 
cientistas acreditam que esta área interage com outras áreas do cérebro que são 
responsáveis pela ansiedade, causando então, ambos os sintomas. 
A tontura que acompanha ansiedade é normalmente descrita como sensação de 
atordoamento ou sensação de estar enjoado(a). Pode existir uma sensação de estar 
girando. Você também pode sentir que está oscilando mesmo estando parado(a). 
Lugares como mercados, shoppings ou espaços grandes ao ar livre podem causar 
sensação de desequilíbrio. Estes sintomas são causados por mudanças físicas 
legítimas dentro do cérebro. Se existir uma anormalidade no sistema vestibular, a 
tontura pode ser o resultado. Se já houver uma tendência para a ansiedade, a 
tontura proveniente do sistema vestibular e a ansiedade podem interagir e tornar os 
sintomas piores. Normalmente a ansiedade e a tontura são tratadas em conjunto 
visando uma melhora.  

Cientistas estão começando a entender melhor como a tontura e a ansiedade estão 
relacionadas, e algumas idéias de tratamento estão sendo desenvolvidas. Existem 
alguns Fonoaudiólogos experientes que estão tratando  pacientes com ansiedade e 
tontura com sucesso. 
O foco da terapia é fazer com que o sistema vestibular trabalhe o melhor possível, 
reduzindo os sintomas de tontura causada por ambientes que levam o paciente a se 
sentir ansiosos. Os pacientes aprendem  a desenvolver estratégias para lidar com a 
tontura e controlar os sintomas através da  exposição. Exposição é provocar os 
sintomas associados à atividade realizada, iniciando em doses pequenas, com 
descanso entre elas. Através do entendimento de como o sistema vestibular 
funciona e em quais situações e quais movimentos que provocam sua tontura, 
você vai aprender a lidar melhor com a situação.

Existe alguma coisa que pode ser feita? 
Além de tratar a componente tontura, a componente ansiedade talvez possa 
requerer tratamento medicamentoso. A grande parte do tratamento da ansiedade é 
realizada através de aconselhamento psicológico, terapia comportamental e 
medicação. O médico pode recomendar uso de medicação por tempo limitado, 
para que então a ansiedade seja mais bem controlada, tornando desta forma a 
Fonoterapia mais tolerável. 


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Vertigem e tontura - Doença de Ménière?


Doença de Ménière

Introdução
Em 1861 Prosper Ménière descreveu a doença caracterizada por episódios de vertigem precedidos por zumbido e perda auditiva, e que posteriormente ganharia seu nome. Pode-se denominar Doença de Ménière quando não há causa definida e Síndrome de Ménière quando uma causa pode ser bem estabelecida.

Incidência
A doença de Ménière pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais freqüente em adultos entre 30-50 anos, e é muito rara em crianças. Há uma discreta preponderância em mulheres.

Quadro clínico
A crise típica da doença de Ménière se inicia com uma sensação de pressão no ouvido (como se estivesse descendo a serra) com diminuição da audição e zumbido do mesmo lado. Em seguida vema vertigem com sensação de rotação, desequilíbrio, náusea e vômitos. A crise dura na maioria das vezes de minutos (20-30) a poucas horas. No intervalo entre as crises não há sintomas, emborapossam ocorrer desequilíbrio, zumbido e diminuição da audição com o progredir da doença. No início da doença as crises podem ter sintomas só auditivos (zumbido, diminuição da audição) ou só vestibulares (vertigem e desequilíbrio).

Diagnóstico
O diagnóstico da doença de Ménière se baseia na história, avaliação neuro-otológica e resposta clínica ao tratamento. A Academia Americana de Otolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço formulou os seguintes critérios para diagnóstico definitivo de Doença de Ménière:
  • duas ou mais crises de vertigem rotatória com duração de no mínimo 20 minutos;
  • diminuição da audição em pelo menos uma audiometria;
  • zumbido ou pressão no ouvido
  • exclusão de outras causas.
Alguns exames podem ser solicitados na avaliação do paciente com doença de Ménière.Audiometria e exame otoneurológico são realizados com o intuito de avaliar a função auditiva e vestibular, respectivamente. A eletrocoleografia é um exame que pode confirmar a hidropisiaendolinfática (ver adiante, em mecanismo), mas se for negativo não exclui a possibilidade de doença de Ménière. Exames laboratoriais e a ressonância magnética de encéfalo ou ouvido têm os seguintes objetivos: (1) excluir algumas condições que podem se apresentar com sintomas semelhantes aos da doença de Ménière (2) identificar possíveis causas, caracterizando aí o que é denominado de Síndrome de Ménière.

Mecanismo
O labirinto membranoso é preenchido por um líquido denominado endolinfa. Externamente à membrana do labirinto, entre a membrana e o osso há outro líquido, a perilinfa (ver anatomia). A endolinfa é continuamente produzida e absorvida e admite-se que uma alteração na sua absorção, com conseqüente aumento de sua quantidade, seja o mecanismo da doença de Ménière, o que é denominado de hidropisia endolinfática. Na crise da doença de Ménière ocorre uma ruptura da membrana do labirinto, devido ao excesso de endolinfa e conseqüente comunicação da endolinfa com a perilinfa. Endolinfa e perilinfa têm concentrações de sódio e potássio bastante diferentes e a ruptura da membrana leva a mudança nestas concentrações e uma alteração no estímulo do nervo vestíbulo-coclear, gerando a crise de vertigem e sintomas auditivos.

figura 1. No labirinto comprometido nota- se uma quantidade aumentada de endolinfa (em azul).

Causas
Existem diferentes causas para a hidropisia endolinfática, e nos casos em que a causa é definida denomina-se síndrome de Ménière, e naqueles em que não é definida, doença de Ménière. A causa pode ser: inflamatória (labirintite ou otite média), traumática, auto-imune, relacionada a surdez congênita ou a otoescrelose.

Tratamento
O tratamento da doença de Ménière inclui o alívio dos sintomas durante a crise, a prevenção das crises, e nos casos de causa definida o tratamento da causa. O alivio dos sintomas é realizado com as medicações anti-vertiginosas e a prevenção das crises pode ser obtido com diuréticos e com o uso da betahistina. Ambas as medicações devem ser usadas por período prolongado (meses) e a retirada deve ser orientada pelo médico.
Outras opções de tratamento como injeção intratimpânica de antibiótico e cirurgia têm indicações limitadas.

Fonte: http://vertigemetontura.com.br/meniere.htm

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Dúvidas comuns dos pacientes que sofrem com a tontura!


“ESTÁ TUDO NA SUA CABEÇA”: FATORES ESTRESSANTES E 
DÚVIDAS COMUNS DOS PACIENTES QUE SOFREM COM A 
TONTURA. 

EU ESTOU INVENTANDO?  
Desordens vestibulares podem ser invisíveis e até mesmo imprevisíveis. 
Porém isto não quer dizer que são  imaginárias. Existe uma tendência 
cultural das pessoas de suspeitar que qualquer coisa que não apareça nos 
testes sanguíneos ou nos exames de imagem é “coisa da sua cabeça”. Isto 
não é verdade. 

EU SOU PREGUIÇOSO(A)? 

Quando na presença de uma desordem vestibular, o processo de manter o 
equilíbrio, que normalmente é inconsciente, agora se torna consciente. 
Este esforço demanda grande energia psicológica. Estudos sugerem que 
desordens vestibulares podem ter efeito na cognição do paciente (Hanes 
and McCollum 2006). 
Qualquer que seja a causa, pacientes com desordem vestibular podem não 
pensar, resolver problemas tão facilmente como faziam antigamente. E 
uma dúvida sempre vem à cabeça.... Será que estou simplesmente 
preguiçoso (a)? Os pacientes vêm descobrindo que se eles se esforçarem 
bastante eles conseguem realizar suas tarefas, talvez com uma demanda 
maior de energia, mas conseguem. 

EU NECESSITO DE CUIDADOS ESPECIAIS? 
Se você se acomoda com determinada dificuldade isto pode piorar. A 
psicoterapia pode auxiliar estes pacientes e suas famílias. Somente 
quando os pacientes realmente entendem a natureza da sua desordem 
estes podem desenvolver capacidade de se ajudar.  

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Vem comigo!

A Divulgação da Fonoaudiologia!

AVISO

Este Blog é uma central de compartilhamento de informações, notícias, trabalhos científicos e arquivos. Sendo seu objetivo principal a interação entre fonoaudiólogos ou estudantes de fonoaudiologia e áreas correlacionadas, sendo assim sua participação é sempre de extrema importância. Além das informações e orientações sobre Fonoaudiologia e áreas correlacionadas, estarão disponíveis materiais terapêuticos, sendo que as autorias sempre serão respeitadas. O fornecimento dos Download visa suprir a dificuldade de acesso e aquisição de materiais em nossas áreas de atuação, porem jamais fazendo apologia a pirataria. Assim deixo um pedido: Caso possam adquirir as obras nas livrarias, compre-as, contribuindo assim com os autores e com o movimento da máquina científica. As publicações de minha autoria que estão sendo disponibilizadas podem ser utilizadas de forma livre pelos visitantes, peço apenas que divulguem a fonte e autoria do material.
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