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Psicopedagogia e Depressão Infantil




Este estudo traz grandes benefícios para a sociedade de modo geral, bem como para pais e educadores infantis, além de psicopedagogos e para todos aqueles na qual tem o interesse em valorizar o nosso semelhante em especial as crianças que são o futuro da humanidade.
Com o interesse de trazer informações sobre depressão infantil, pois tem sido um assunto pouco discutido, com poucos conteúdos publicados e por perceber que já existe um número elevado de crianças que sofrem com a depressão.
O propósito desta pesquisa é possibilitar aos psicopedagogos um maior comprometimento com a criança que vem em busca de uma ajuda psicopedagógica, demonstrando passos para o psicopedagogo de como ajudar esta criança, quando o diagnóstico é de depressão infantil. Comprometendo os pais e professores, assim para se ter uma melhora na aprendizagem da criança e em sua saúde para um desenvolvimento de qualidade e um eventual melhora em sua saúde física e especialmente emocional.
Estabelecer as possíveis causas da depressão infantil onde será citado, com precisão informações de como identificar os sintomas apresentado por uma criança com depressão.
Os materiais pesquisados foram bibliografias fornecidas pela biblioteca da universidade e obras fornecidas pela professora. Depois de refletir o tema e fazer leituras de artigos, foi desenvolvidos resumos e em cima destes resumos, foi feito reflexões para a elaboração da escrita deste artigo.

Depressão Infantil

O tema depressão infantil tem sido alvo de grandes questionamentos, e com isso tem se desenvolvido ao longo dos anos muitas pesquisas sobre o assunto, com o interesse de solucionar questões importantes e de difícil compreensão por parte de profissionais que lidam diariamente com crianças e adolescentes.
Atualmente, já não há mais dúvidas de que a depressão infantil existe. Sendo que em anos anteriores, mais precisamente na década de 40, não aceitava que as crianças ficassem deprimidas, e que elas não passavam por problemas e nem conflitos como os adultos. Com o passar dos anos este conceito evoluiu e a criança começou a ser vista como um ser em desenvolvimento que demonstra conflitos internos e externos, além de necessidades e anseios como os apresentados por um adulto. Estes conflitos e anseios devem ser bem resolvidos, pois se mal resolvidos podem causar outros processos que levam a depressão. (NUNE E AZAMBUJA, 2004).
A depressão é uma doença que tem marcado inúmeras pessoas e tem levado muitos ao sofrimento e desespero, não procura raça, crença ou idade ela simplesmente, está presente em qualquer lugar do mundo, acometendo qualquer pessoa sem exceção.
E a criança como um ser humano não está livre dela, com isso sabe-se que as crianças têm necessidades básicas para um convívio social saudável. Drescher (1999, p.41) fala sobre "as necessidades de um sentido único, de segurança, aceitação, amar e ser amada, de elogio, disciplina e acima de tudo de Deus". Estas necessidades se demonstradas à criança, é uma maneira de mostrar que elas não foram feitas por acaso e sim que são especiais para os pais e necessárias para o mundo. 
É importante saber que a depressão infantil existe e tem destruído valores fundamentais de muitas crianças, que poderiam no futuro serem adultos de muita utilidade para o mundo. A depressão prejudica a criança em seu desempenho educacional. Nedley (2009, p.29) apresenta que "os estudantes de qualquer idade, quando está com depressão tem dificuldades em atuar satisfatoriamente na escola e em ambientes sociais". Parafraseando Cruvinel (2003), as emoções positivas e as negativas acabam interferindo na vida acadêmica do aluno.
Souza citado por Nunes e Azambuja (2004, p.41) nos afirma que 

0,9% das americanas em idade pré- escolar (5 a 6 anos) e 1,9% em idade escolar (7 anos) encontram-se em estado depressivo. Com isso há uma necessidade muito grande de informações e estudos por parte de profissionais da área acadêmica de como identificar e lidar com este distúrbio.

Infelizmente, a depressão esta se tornando mais frequente em grupos cada vez, mais jovem, Marcelli citado por Nunes e Azambuja (2004) caracteriza a depressão por idade: depressão do bebê e da criança pequena (até 24 a 30 meses), a depressão de criança pequena (de 3 a 5 anos) e a depressão na adolescência (12 aos 16 anos).

Sintomas

Segundo Nedley (2009, p.17) existem aspectos da depressão que são encontrados em adultos e são característicos da depressão infantil, tais como: "tristeza profunda, agitação ou perturbação, distúrbio do sono, distúrbios de peso e apetite, falta de concentração, sentimento de excessiva culpa ou indignidade, pensamentos mórbidos e fadigas".
Tem se acreditado, que atualmente com base em evidencias fornecidas por muitos estudos, que a depressão não só está presente, mas é um dos problemas emocionais freqüentes da infância e da adolescência. (MIYAZAKI, 2000).
Os transtornos depressivos em crianças e adolescentes podem apresentar varias características clínicas de acordo com a capacidade de cada pessoa de expressar seus sentimentos, ou na grande maioria pode estar associado à idade. Logo, devemos estar atentos aos sinais de um bebê, por exemplo, que deve ser um sintoma não verbal, porém, será uma expressão facial. (RODRIGUES, 2008 - 2009).
De acordo com Pereira e Amaral (2004), as crianças deprimidas agem a partir de sua própria idéia. Condição esta que se relaciona a problemas de autoestima inadequada, culpa, vergonha e autocrítica, além de ocorrer relatos de que são más e não merecem ser felizes.
Nedley (2009, p.29) nos diz que "as mães deprimidas têm maior probabilidade de terem filhos problemáticos". 
Para Rojas (2010) a solidão é um importante sintoma que pode gerar depressão, crises de ansiedade e pânico. Reconhecer quando uma pessoa esta com solidão e buscar ajuda-la é muito necessário, para se ter uma melhora na qualidade de vida. 
Segue principais sintomas de depressão apresentado por Nunes e Azambuja (2004):


Em bebês
Ï Expressão facial triste;
Ï apatia;
Ï perda de peso ou dificuldade em ganhar o peso esperado para a idade;
Ï choro frequente sem causa orgânica;
Ï insônia;
Ï irritabilidade;
Ï atraso na linguagem ou da parte motora;

Dos 2 aos 7 anos

Ï mudança súbita e inexplicável de comportamento;
Ï queixas de dores de cabeça e estomago;
Ï dificuldade de se separar ou separação sem reação; 
Ï alteração de apetite e sono;
Ï alteração de postura, tom de voz monótono e baixo, apatia;
Ï isolamento social;
Ï linguagem, movimento ou reações lentos.
Ï anedonia; recusa emir para a escola, dificuldade concentração e pensamento lento, provocando um baixo rendimento escolar;
Ï retraimento e choro frequente.

Dos 7 aos 12 anos

Ï Cansaço e falta de energia frequente;
Ï redução da criatividade;
Ï choro imotivado;
Ï sentimento subjetivo de depressão, queixas verbais de sentimentos como estar "triste", "infeliz", "culpado" ou "pesado";
Ï ecolalia, regressão da linguagem;
Ï Enurese;
Ï retardo psicomotor;
Ï auto e hetero agressividade, colocando se em situação de perigo;
Ï Recusa de ir para a escola;
Ï Dificuldade de concentração e pensamento lento;
Ï agitação: incapacidade de ficar sentado, andar de um lado para o outro sem parar, fala incessantemente, movimentar continuamente as mãos;
Ï irritabilidade, raiva, mau humor, aborrecimentos e reações desproporcionais aos eventos;
Ï insônia dificuldades para iniciar ou manter o sono; aumento do sono habitual;
Ï alterações de peso: que pode diminuir o peso em relação ao esperado para a idade, ou, também, aumento de peso;
Ï preocupação com pensamentos de morte ou suicídio;

Para que os sintomas tenham relevância clínica, e seja diferentes de dores corriqueiras e tristezas de acontecimentos comuns no cotidiano da vida da criança que esta sofrendo com um episódio depressivo, deve haver uma mudança nos pensamentos, sentimentos, comportamento ou fisiologia, devendo essas mudanças serem experimentadas por um período significativo de tempo, por exemplo, duas semanas. (BREGAMASCHI, 2007).

Diagnóstico e intervenção Psicopedagógico

Há uma grande importância de que pais e professores tenham atenção as mudanças no comportamento da criança, de maneira que se tenha um diagnóstico rápido. Para um tratamento eficaz e seguro da depressão infantil é fundamental o reconhecimento e o encaminhamento. 
Cruvinel (2003, p. 14) nos diz que:

A falta de informações de pais e professores sobre a depressão infantil pode contribuir para aumentar as dificuldades dos alunos e causar inúmeras sequelas emocionais no futuro. É evidente que família e educadores não estão preparados para fazer um diagnóstico na criança. Cabe ressaltar que nem é esse o papel dos mesmos. No entanto, um olhar mais atento a essas crianças permite que sejam reconhecidas mais cedo e encaminhadas para um diagnóstico mais cuidadoso associado à intervenção necessária.

Segundo o mesmo autor nos diz que compete aos educadores maior conhecimento e conscientização a respeito do desenvolvimento psicológico infantil, como sobre os problemas emocionais comuns nessa faixa etária. Os professores devem aprender a reconhecer e identificar os sintomas de depressão em seus alunos e ajudá-los a diminuir as consequências negativas da depressão na aprendizagem.
Muitas vezes, filhos de pais com depressão podem desenvolver o mesmo mal, além de outros transtornos de ordem mental e distúrbios de conduta. Para se obter uma melhora na saúde mental dos filhos, é importante tratar dos pais e trabalhar com tentativas de mudanças no ambiente familiar. Sem essas medidas o tratamento tende a fracassar. (CALDERARO E CARVALHO, 2005).
Segundo Nedley (2009, p.30):

Em um estudo de 1.215 mães e seus filhos na Universidade da Carolina do Norte, 55% das mães nunca tiveram depressão, 38% tinham depressão as vezes e 8% padecia de depressão, as crianças de 3 anos de idade filhos destas mães com depressão maior clinica eram menos cooperadoras e manifestavam mais problemas de comportamento do que os outros 2 grupos. Obtiveram menor pontuação nos testes de medir lingüística e compreensão verbal.

Para Cruvinel e Boruchovitch (2004, p.35), para um diagnóstico de um episódio depressivo é preciso que o indivíduo apresente pelo menos cinco sintomas apresentado no item anterior e num período de pelo menos duas semanas, sendo que um deles deve ser o "humor deprimido e a falta de interesse".
Rodrigues (2008, 2009, p.23) enfatiza que para o caso de um "diagnostico de depressão o tratamento envolve psicoterapia e de acordo com a gravidade dos sintomas e o nível de prejuízo no funcionamento, também farmacoterapia."

Orientação psicopedagógica para uma intervenção escolar

A orientação do psicopedagogo pode dar meios variados de uma intervenção para um apoio a gestão escolar, visando o auxilio a uma criança depressiva, existe alguns passos que serão citados a seguir como sugestão para estes profissionais e escolares de forma geral.
Silvares (2000) aponta para a importância de treinar a criança para se ter uma auto- avaliação menos severa e mais realista. O treino serve para identificar possíveis áreas que esteja em déficit no desempenho da criança e ajudá-la a suprir suas deficiências.
Bregamaschi (2007) aponta o estabelecimento de uma rotina para a realização das tarefas, importante para obter responsabilidades, pode ? se fazer um acordo entre pais e a escola com um horário para acordar, de sair de casa, comer e chegar a escola, assim poderá diminuir o atraso. Incentivar o aluno a participação de grupos em sala de aula e motivar outros colegas para que o convide a participar do seu grupo, motivando assim ao convívio social. 
Reforçamento é outro ponto para ajudar a manter um aumento frequente do comportamento positivo do aluno. Além de dar maior ênfase ao treinamento das habilidades e da autoestima adequada. (SILVARES, 2000 e BREGAMASCHI, 2007).
Para Silvares (2000, p. 50):

O auto reforçamento tem como os outros tipos de reforçamento, a função de fortalece, manter ou aumentar a frequência do comportamento. No auto reforçamento, entretanto o individuo determina as respostas que serão seguidas do reforço e é livre para reforçar-se a qualquer momento.

O incentivo do professor quando a aparência é um fator que poderá influenciar de tal maneira, já que, muitas crianças depressivas tende a se desleixar da aparência e a se preocupar menos na higiene pessoal, devido a sentimentos letárgicos, pode lembrá-lo de maneira respeitosa que deve manter uma higiene adequada e uma aparência pessoal, caso ele não esteja cuidando dela. 
A criança com depressão infantil tende a não apresentar sentimentos alegres, daí a necessidades de o educador recebê-lo com felicidade e simpatia, através de histórias podem-se exemplificar os dois fatores de uma maneira que a criança não se sinta constrangida diante dos colegas da sala. Pode-se criar um ambiente descontraído na sala de aula e uma atmosfera tranquila, tudo com o intuito de muda o humor do aluno. (BREGAMACHI, 2007)
É fundamental para o professor se manter atualizado sobre os principais problemas e conflitos enfrentados por crianças com quem ele trabalha no dia e como são as intervenções para melhor aproveitar os problemas apresentados. Por isso, é importante o professor ter conhecimento. (NUNES; AZMBUJA, 2004). 


Orientação aos pais e familiares

O papel da família é fundamental na intervenção psicopedagógica, sendo estes, os mais próximos da criança com depressão. Um atendimento psicopedagógico precisa ser de iniciativa do professor e com o apoio de familiares, pois, serão estes que deverão incentivar a criança junto ao tratamento. Os pais deverão passar por uma avaliação onde ajudará a perceber os sintomas e eles ajudarão com a intervenção em casa lugar onde o psicopedagogo não está. (BREGAMACHI, 2007)
Se o diagnóstico de depressão for uma depressão leve, deve se realizar encontros regulares para discussões compreensivas com a criança e com seus pais, para se ter um alivio do estresse e um humor melhor. (LIMA, 2004)
Silvares (2000) aborda a questão da participação dos pais para um funcionamento familiar saudável, para que a criança adquira habilidades úteis para lidar com a depressão. 
Para Lima (2004, p. 18):

Estão disponíveis a terapia cognitivo-comportamental com a criança e a família, treinamento de necessidades sociais (semelhante à terapia cognitivo-comportamental, com grande enfoque em atividades abertas e desenvolvimento de habilidades específicas), psicoterapia interpessoal, com foco no relacionamento, e terapia familiar. 

Há necessidade ampla e qualificada para uma intervenção psicopedagógica adequada de apoio a criança para que esta tenha um tratamento correto e seguro, ajudando-a no que necessita para a melhora em seu estado emocional. Este trabalho que não deve ser solitário, mas, com apoio de todos aqueles que fazem parte do convívio diário de uma criança com depressão infantil. 

Metodologia

Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.

Considerações finais

Ao apresentar os aspectos mais importantes da depressão infantil, percebe-se um transtorno que vem ocorrendo cada vez mais, afligindo muitas crianças e as deixando incapacitadas de se livrarem de maneira rápida e adequada.
A saúde física e especialmente emocional é fundamental para um desenvolvimento cognitivo. O apoio a criança é importante e não se pode deixar de incentivar na melhora da saúde.
A busca do educador por conhecimento sobre o assunto é algo de extrema relevância, pois, só assim poderá ajudar no diagnóstico para que se tenha o mais rápido possível, pois quanto antes identificar o problema melhor será o tratamento e mais rápido a cura.
Observa-se em idades mais tenras o desenvolvimento da depressão, pensar que há alguns anos nem se imaginava que uma criança desenvolveria um transtorno assim. Porém, com as tecnologias cada vez mais avançadas e a ciência com suas mais incríveis descobertas não tem acabado ou ao pelo menos diminuído doenças e transtornos como estes. Muito pelo contrario, com o avanço tecnológico vemos pessoas mais e mais solitárias e é ai que percebemos a necessidade do viver em grupos, através de familiares, parentes e amigos.
A criança que, muitas vezes são tratadas com desprezo e desatenção tende a se sentir rejeitada e sem valores próprios, tendo dificuldades de auto-aceitação, ficando deprimida e cada vez mais se distanciando das pessoas como os amigos e dos pais, Uma vez os pais não percebendo o problema no qual seu filho esta passando, não procura o filho para um envolvimento a fim de saber o que esta acontecendo.
A falta de condições financeiras dos pais tem feito com que eles procurem mais por empregos deixando seus filhos em creches ou em casa com babás, com isso, sentem a falta de sua primeira sociedade, constituído por pai, mãe e irmãos. Sem a comunicação adequada à demonstração do afeto e carinho pode acometer muitos transtornos e em especial a depressão infantil.
Precisamos olhar o mundo infantil, senti-lo e ajudá-lo a entender seus sentimentos, buscando no mais íntimo de seu coração que elas são necessárias para sua família, são amadas e desejadas por seus pais e familiares, demonstrar a importância delas para a escola e para o mundo. 

Referências bibliográficas

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A Importância do Psicopedagogo ( para quem não sabe até onde ele atua!)





A Psicopedagogia constitui-se em uma justaposição de dois saberes - psicologia e pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o não saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento.

Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver tais fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar, junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino-aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o seu papel de parceira nesse processo.

Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.

O presente artigo, que surgiu da preocupação existente com nossa prática como educadora e de nossa crença de que cada um constrói seus próprios conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a atuação e a importância do Psicopedagogo dentro da instituição escolar.

2. A Formação do Psicopedagogo e a Regulamentação da Profissão

No Brasil, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome. Esta formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso deve atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à carga horária, critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e critérios para a estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na formação.

Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial. No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que forma os especialistas, no caso, os então chamados "especialistas em psicopedagogia" ou psicopedagogos.

A lei que trata do reconhecimento da profissão de psicopedagogo está na câmara dos deputados federais. Psicopedagogos elaboraram vários documentos nos anos de 1995 e 1996, explicitando suas atribuições, seu campo de atuação, sua área científica e seus critérios de formação acadêmica, um trabalho que contou com a colaboração de muitos.

O psicopedagogo possui a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) como elo de interlocução. A ABPp iniciou com um grupo de estudos formado por profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem, sendo que, atualmente, também busca o reconhecimento da profissão.

É do Deputado Federal Barbosa Neto o projeto de reconhecimento desse profissional (Projeto de Lei 3124/97). De início, o deputado propôs uma sondagem entre os políticos da época (1996) sobre a aceitação ou não do futuro projeto. Nesse período, o MEC organizava a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), promulgada em dezembro do mesmo ano.

 A data que formalizou a entrada do Projeto de Lei é 14 de maio de 1997. Em 24 de junho desse mesmo ano, a ABPp assumiu, em visita à câmara, o reiterar do projeto junto às lideranças políticas do país, do que resultou a sua aprovação no dia 03 de setembro de 1997 pela Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público.

Após esta aprovação, o projeto foi encaminhado à 2ª Comissão, que é a de Educação, Cultura e Desporto, acontecendo, então, em 18 de junho de 1998 e 06 de junho de 2000, audiências para aprofundamento do tema.  A aprovação nessa comissão ocorreu em 12 de setembro de 2001, após um trabalho exaustivo da relatora Marisa Serrano, do Deputado Federal Barbosa Neto e dos psicopedagogos que articularam tal discussão no Brasil.

Em 20 de setembro de 2001, houve mais um avanço político com a aprovação do Projeto de Lei 10891, da autoria do Deputado Estadual (SP) Claury Alves da Silva. O Projeto de Lei 10891 "autoriza o poder Executivo a implantar assistência psicológica e psicopedagógica em todos os estabelecimentos de ensino básico público, com o objetivo de diagnosticar e prevenir problemas de aprendizagem".

Atualmente, o Projeto de Lei que regulamenta a profissão do Psicopedagogo está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação para ser aprovado. Quando aprovado, irá para o Senado onde terá que passar por três comissões: Trabalho, Educação e Constituição, Justiça e Redação para, finalmente, ser sancionado pelo Presidente da República.

No momento, a profissão de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de outras gestões da  ABPp ( Associação Brasileira de Psicopedagogia ) e dessa última, tem amparo legal no Código Brasileiro de Ocupação. Isto quer dizer que já existe a ocupação de Psicopedagogo, porém, isso não é suficiente. Faz-se necessário que esta profissão seja regulamentada.

3. Áreas de Atuação do Psicopedagogo

O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir.

Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia.

O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos.

No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.

4. O Psicopedagogo na Instituiçao Escolar

Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem.

Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem.

Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo.

Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar.

A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor.

Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber.

Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.

 Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.

Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva. Também o é a sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio.

Segundo Bossa (1994, p.23),
... cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.

O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem.
5. A Intervenção do Psicopedagogo Junto à Família
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem.

É por meio dessa aprendizagem que a criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus saberes. Contudo, na realidade, o que temos observado é que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando fora o dia inteiro, pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados e mães solteiras. Essas famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo que, em decorrência disso, presenciamos gerações cada vez mais dependentes e a escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades.

A escola, como observa Sarramona (apud IGEA, 2005, p 19), veio ocupar uma das funções clássicas da família que é a socialização: A escola se converteu na principal instituição socializadora, no único lugar em que os meninos e as meninas têm a possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva ....

Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social.

O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.

Vale lembrar o que diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico:
O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.

Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. Boa parte dos problemas encontrados são lentidão de raciocínio, falta de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. Lembramos que a escola e o meio social também têm a sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar.

A família desempenha um papel decisivo na condução e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não quer enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, está pedindo socorro, pedindo um abraço um carinho, um beijo e que não produz na escola para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança.

Concordamos com Souza (1995, p.58) quando diz que
... fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.

Sabemos que uma criança só aprende se ela tem o desejo de aprender. E para isso é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo.

Existe um desejo por parte da família quando a criança é colocada na escola, pois  da criança é cobrado que seja bem-sucedida. Porém, quando esse desejo não se realiza como esperado, surgem a frustração e a raiva que acabam colocando a criança num plano de menos valia, surgindo, daí, as dificuldades na aprendizagem.

Para Boszormeny (apud Polity, 2000),
uma criança pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade emocional, encarregando-se do cuidado de algum membro da família. Isso se produz, em resposta à depressão da mãe e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide.

A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando.
6. Considerações Finais
A profissão do psicopedagogo não está regulamentada, mas se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na Câmara dos Deputados Federais, para ser aprovada. Enquanto isso, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial em  cursos de pós-graduação oferecidos por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas.

A psicopedagogia surgiu da necessidade de melhor compreensão do processo de aprendizagem, comprometido com a transformação da realidade escolar, na medida em que possibilita, mediante dinâmicas em sala de aula, contemplar a interdisciplinaridade, juntamente com outros profissionais da escola.

O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura  envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar  em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do mundo.

A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de características que lhe permitem, ou não, o desenvolvimento de conhecimentos. As características psicológicas são conseqüentes da história individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará as experiências futuras, como, por exemplo, o conceito de si próprio, insegurança, interações sociais, etc.

Nesse contexto, é pertinente concluir que:

  • É fundamental que a criança seja estimulada em sua criatividade e que seja respondida às suas curiosidades por meio de descobertas concretas, desenvolvendo a sua auto-estima, criando em si uma maior segurança, confiança, tão necessária à vida adulta;
  • ­É preciso que os pais se impliquem nos processos educativos dos filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado formal ou a educação escolar, para ser bem-sucedida não depende apenas de uma boa escola ou de bons programas, mas, principalmente, de como a criança é tratada em casa e dos estímulos que recebe para aprender;
  • É preciso entender que o aprender é um processo contínuo e não cessa quando a criança está em casa.

As mudanças políticas, sociais e culturais são referenciais para compreender o que acontece nas escolas e no sistema educacional. O psicopedagogo deve saber interpretar e estar inteirado com essas mudanças para poder agir e colaborar, preocupando-se com que as experiências de aprendizagem sejam prazerosas para a criança e, sobretudo, que promovam o desenvolvimento.

Portando, a psicopedagogia, pode fazer um trabalho entre os muitos profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança, bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo em que vivem, de saber interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com segurança e competência. Assim, o psicopedagogo não só contribuirá com o desenvolvimento da criança, como também contribuirá com a evolução de um mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade.
7. Referências 
BRASIL. Projeto de Lei 10.891. Disponível emhttp://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 25 de julho de 2005.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
FERMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin. Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico.Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 
IGEA, Benito del Rincón e colaboradores. Presente e futuro do trabalho psicopedagógico. Porto Alegre : Artmed, 2005.
POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 18 de junho de 2005.
SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensando a inibição intelectual:perspectiva psicanalítica e proposta diagnósticaSão Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.
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