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Por que as crianças estão cada vez mais infelizes? Depressão, ansiedade?

 * Natalia Cuminale

Uma em cada onze crianças com mais de oito anos de idade está infeliz, segundo um estudo divulgado em janeiro deste ano pela Children’s Society, organização centenária de proteção infantil. Apesar de a pesquisa trazer à tona uma realidade das crianças entre 8 e 16 anos do Reino Unido, especialistas brasileiros em saúde infantil afirmam que esse não é um problema exclusivo das crianças britânicas. No Brasil, a realidade é parecida. Ana Maria Escobar, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, conduziu uma pesquisa com os pais de cerca de 900 crianças de 5 a 9 anos que estudavam em escolas particulares e estaduais.
De acordo com os resultados do estudo, os pais disseram que 22,7% das crianças apresentavam ansiedade; 25,9% tinham problemas de atenção e 21,7% problemas de comportamento. “No início do estudo, esperava encontrar queixas como asma, mas não ansiedade”, diz Ana. Apenas 8% tinham problemas respiratórios e 6,9% eram portadoras de asma. O estudo foi concluído em 2005, mas Ana Maria acredita que se a pesquisa fosse feita hoje, “os níveis de ansiedade e de problemas de comportamento certamente seriam ainda mais altos.”
Mais do que infelizes, as crianças brasileiras também estão ansiosas, estressadas, deprimidas e sobrecarregadas. “Elas estão desconfortáveis com a infância. Esse desconforto aparece de várias formas: como irritabilidade, desatenção, tristeza e falta de ânimo. Muitas vezes, é um comportamento incomum em relação à idade delas”, diz Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Saul Cypel, membro do departamento de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria, traz dados preocupantes: “A impressão que eu tenho é a de que o número de crianças com queixas comportamentais cresceu muito nesses últimos dez anos.” Neste período, segundo Cypel, houve uma transformação do perfil da clínica: se antes as queixas sobre o comportamento infantil correspondiam a 20% dos pacientes, agora são responsáveis por 85% do total de seu consultório de neurologia.
Com uma agenda recheada de atividades extracurriculares, que vão desde aulas de idiomas como inglês e mandarim até as aulas clássicas como balé e futebol, as crianças estão sem tempo para se divertir e descansar, acreditam os médicos. Segundo Cypel, a antecipação de atividades para as quais o indivíduo não está preparado pode desencadear o stress tóxico, que ocorre quando há uma estimulação constante do sistema de resposta ao stress, trazendo prejuízos futuros para as crianças.

“A família introduz uma série de treinamentos, atividades e línguas novas. Na medida em que a criança não consegue dar conta disso, a sensação de fracasso se torna frequente”, explica Cypel. “Com o stress tóxico, ao invés de favorecer o desenvolvimento da criança, os pais acabam limitando-a e desmotivando-a.” Entre as consequências diretas estão a diminuição da autoestima, alterações alimentares (excesso ou falta de apetite), problemas de sono e apatia.
No início deste ano, a Academia Americana de Pediatria lançou um documento que chama a atenção para as evidências de impactos negativos do stress tóxico, com prejuízos posteriores para a aprendizagem, comportamento, desenvolvimento físico e mental. O relatório também sugere que parte dos problemas mentais que ocorrem nos adultos devem ser vistas como transtornos de desenvolvimento que tiveram início na infância.
Ana Maria Escobar acrescenta que a exposição à realidade violenta do Brasil também pode contribuir para uma sensação de ansiedade nas crianças. “Antes, raramente uma criança ouvia falar de um ato de violência. Hoje, elas ficam mais confinadas e têm medo de assaltos e sequestros. Isso com certeza provoca maior stress e ansiedade, além de maior possibilidade de se sentir infeliz, principalmente entre aquelas que vivem nas grandes cidades brasileiras”, diz.

Sinais — O problema é agravado pelo fato de que muitos pais demoram a perceber o que se passa com seus filhos. “Eles acham que o comportamento das crianças é normal”, diz Ana Maria Escobar. Além disso, a dificuldade em administrar o tempo que dedicam à vida profissional e aos filhos muitas vezes impede que os pais percebam os sinais de que algo está errado.
“Muitos pais priorizam a profissão e terceirizam a criação dos filhos. Mas é preciso se questionar: quanto tempo eu passo com meus filhos? Quem são as pessoas que estão criando eles?”, afirma o psiquiatra Francisco Assumpção, da Sociedade Brasileira de Psiquiatria.
Essa é uma preocupação constante na vida da publicitária Flora*, que tem dois filhos, Cecília* e Celso*, de 7 e 9 anos, respectivamente. As crianças, que estudam em período integral na escola, têm uma rotina bastante atribulada. Celso faz aula de inglês, futebol, tênis e deve começar a aprender uma luta neste ano. Cecília também faz inglês, natação e deve começar a praticar ginástica olímpica. “Primeiro, experimentamos uma aula de inglês uma vez por semana, depois colocamos os dois em um esporte”, afirma. “Tem que sentir muito como a criança está lidando com isso. Observar o comportamento para ver se ela está cansada e se o rendimento na escola começa a diminuir”, diz. Flora se preocupou em contratar uma professora de inglês para que as crianças tivessem aulas em casa. Para ela, é melhor opção para evitar o stress desnecessário no trânsito.
Apesar da preocupação, Flora fez alterações na rotina de Cecília. A pequena começou a apresentar sinais de stress. Para descobrir o problema, Flora foi investigar com a filha e percebeu que a natação estava causando o problema. “Ela chorava muito e quando acordava dizia que não queria ir para a escola. Estava diferente do que ela é normalmente”, disse. Flora tirou a filha da natação no ano passado, mas ela já pediu para voltar esse ano, segundo a mãe, que vai observar o desempenho da criança.

Quando é depressão – De acordo com Ivete Gattás, da Unifesp, a depressão afeta 2% das crianças e até 5% dos adolescentes. Sabe-se ainda que a depressão na infância e na adolescência pode influenciar negativamente o desenvolvimento e o desempenho escolar, além de aumentar o risco de abuso de substâncias químicas e de suicídio.
Somente 50% dos adolescentes com depressão recebem o diagnóstico antes de se tornarem adultos. Gattás explica que o transtorno depressivo pode surgir a partir de vários fatores: predisposição genética e associação de fatores ambientais, que podem ser desencadeados pelo stress do dia a dia, sensação de vulnerabilidade, restrição ao desempenho da criança e sobrecarrega de atividades.
“Para caracterizar depressão, a criança deve apresentar mais de cinco sintomas, durante um mês”, afirma Gattás.
Terapia — Estudos já mostraram que a ansiedade durante a infância, se não contornada, pode se transformar em depressão durante a vida adulta. Por isso é necessário prevenir qualquer sintoma, mesmo que ele não seja o suficiente para o diagnóstico da depressão.
Carla*, de oito anos, começou a ter problemas aos cinco. Em seus desenhos, ela sempre aparecia chorando, enquanto suas amigas sorriam. “Ela é muito preocupada com a imagem que os outros têm dela. Se ela percebe que não corresponde ao que os outros esperam, ela se chateia muito”, diz a arquiteta Patrícia*, mãe de Carla.
“Tentamos conversar com ela, mas ela não revelava o que estava acontecendo. Descobri que as crianças na escola faziam um clubinho e que a Carla era sempre excluída”, diz Patrícia. O problema foi solucionado com a troca de sala. A pediatra de Carla indicou um especialista em saúde mental, para prevenir e ajudar a garota a entender a própria ansiedade. Há três anos, ela faz análise uma vez por semana. “Às vezes, ela me pergunta o que eu acho sobre determinado assunto e eu fico em dúvida sobre o que responder. E ela diz: ‘já sei, vou levar isso pra analista’”, conta a mãe.
Para Gattás, o pediatra deve ser treinado na área de saúde mental para diagnosticar problemas da infância e adolescência. “Ele acompanha a criança durante o crescimento e tem uma importância fundamental na orientação dos pais”, diz. “Se não houver uma mudança na forma como os pais lidam com seus filhos, vamos ver um aumento da frequência dos quadros psiquiátricos, mas transtornos de ansiedade e falta de perspectivas para as novas gerações”, diz Assumpção.

*Os nomes das mães e das crianças utilizados nesta reportagem foram trocados com o objetivo de preservar a privacidade dos personagens

Fonte:http://www.unire.com.br
http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/search/label/pais
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Perceba como VOCÊ afeta a Comunicação de seu filho

 
Embora a forma de você interagir com seu filho dependa da sua personalidade e da dele, há alguns papéis comuns que todos os pais tendem a assumir. Vamos dialogar sobre esses papéis, quando eles são úteis para a aprendizagem do seu filho e quando não são.
 
O Papel do “Ajudante/Professor”
Quando seu filho parece não saber como fazer coisas ou não consegue se comunicar, é natural querer ajudá-lo. Mas se você fizer as coisas para seu filho sempre, ele não terá a oportunidade de mostrar que consegue fazer mais do que você poderia esperar.
Muitas vezes, contudo, seu filho pode não entender o que você espera que ele faça. Nesses casos, vai precisar que você seja o seu “Ajudante”.
A Regra do Ajudante
A “Regra do Ajudante”, a seguir, vai ajudá-lo a identificar quando convém ser o Ajudante de seu filho, e o que você pode fazer para dar a ajuda que ele precisa: Peça uma vez e espere. Peça de novo, acrescentando ajuda. Peça para seu filho fazer algo e espere a resposta. Se não responder, peça de novo. Ao mesmo tempo, guie-o delicadamente para fazer o que você pediu.
Negrito 
O Papel do “Não Perturbe”
Se o seu filho não se mostra interessado em interagir com você e raramente demanda sua atenção, é tentador acreditar que é o seu jeito de mostrar independência. Emboratodas as crianças precisem mesmo de tempo para elas mesmas, é importante que seu filho aprenda a interagir, coisa que não poderá fazer sozinho. Persista nas tentativas de se juntar ao seu filho no que ele estiver fazendo. Por exemplo, se ele está assistindo televisão sozinho, sente bem ao lado no sofá. Ou se ele está brincando com um barbante, tente puxar o barbante até obter sua atenção.
Ele pode ficar bravo e empurrar você; mesmo assim, isto é preferível a não haver interação. Depois que começar a interagir mais com seu filho, pode ser que enfim ele perceba que brincar pode ser mais divertido se você estiver junto.
 
O Papel do “Atarefado”
Às vezes a vida parece uma corrida contra o relógio. Pense em todas as coisas que tem que fazer de manhã: levantar-se, tomar banho, vestir seu filho, fazer café da manhã, fazer as camas, levar o cachorro para passear, etc. Você provavelmente vive correndo para cumprir sua agenda. Todos esses momentos apressados são momentos nas quais seu filho poderia estar aprendendo algo. Se, por um lado, nem sempre é possível diminuir o ritmo, por outro, cinco minutos extras no café da manhã ou quando estão se vestindo podem fazer a diferença. Lembre-se que seu filho precisa de mais tempo para entender o que está acontecendo à sua volta e para pensar sobre o que deve fazer ou dizer. Ele aprenderá melhor quando você “parar de apostar corrida e diminuir o ritmo”!
 
O Papel do “Parceiro”
Você e seu filho provavelmente brincam juntos, como de Cócegas ou Achou! Mesmo quando você não está ensinando habilidades específicas ao seu filho durante essas brincadeiras, ele está aprendendo muito sobre comunicação por ter você como “Parceiro” de brincadeira. Conforme seu filho entende mais e se torna um comunicador mais capaz, precisará de menos orientações suas. Em outras palavras, quando ele consegue fazer e falar mais, você pode fazer e falar menos! Se fizer perguntas e sugestões demais, poderá inibir seu filho a iniciar suas próprias conversas. Quando você está no papeldo Parceiro, deixe seu filho conduzir e responda ao que ele fizer.
 
O Papel do “Animador”
Todas as crianças se beneficiam de um “oba!” e um abraço. Quando você recompensa as tentativas de seu filho de entender e se comunicar, aumenta a chance de que ele tente de novo. Mas a forma de fazer o elogio também é importante. Por exemplo, quando seu filho bebe todo o leite, você pode dizer “Muito bem!”. Embora seu filho perceba que você está feliz, pode não entender o que as palavras “muito bem” significam. Faça um elogio descritivo que diga exatamente por que está fazendo festa para ele. Depois que ele terminar o leite, diga algo como “Oba! Tomou todo o leite!”. Assim, ele consegue fazer a conexão entre suas palavras e as ações dele. Contudo, esteja atento, pois pode confundir seu filho com o elogio. Imagine-se contando algo importante para uma amiga e que, no meio da conversa, ela dissesse “Muito bem, você falou!”. Você provavelmente acharia estranho sua amiga interrompê-lo e poderia esquecer sobre o que estava falando. Seu filho pode ficar meio confuso se você interromper com elogios as tentativas dele de se comunicar.
 
 Livro Mais do que palavras (Fern Sussman)
 
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Psicopedagogia e Depressão Infantil




Este estudo traz grandes benefícios para a sociedade de modo geral, bem como para pais e educadores infantis, além de psicopedagogos e para todos aqueles na qual tem o interesse em valorizar o nosso semelhante em especial as crianças que são o futuro da humanidade.
Com o interesse de trazer informações sobre depressão infantil, pois tem sido um assunto pouco discutido, com poucos conteúdos publicados e por perceber que já existe um número elevado de crianças que sofrem com a depressão.
O propósito desta pesquisa é possibilitar aos psicopedagogos um maior comprometimento com a criança que vem em busca de uma ajuda psicopedagógica, demonstrando passos para o psicopedagogo de como ajudar esta criança, quando o diagnóstico é de depressão infantil. Comprometendo os pais e professores, assim para se ter uma melhora na aprendizagem da criança e em sua saúde para um desenvolvimento de qualidade e um eventual melhora em sua saúde física e especialmente emocional.
Estabelecer as possíveis causas da depressão infantil onde será citado, com precisão informações de como identificar os sintomas apresentado por uma criança com depressão.
Os materiais pesquisados foram bibliografias fornecidas pela biblioteca da universidade e obras fornecidas pela professora. Depois de refletir o tema e fazer leituras de artigos, foi desenvolvidos resumos e em cima destes resumos, foi feito reflexões para a elaboração da escrita deste artigo.

Depressão Infantil

O tema depressão infantil tem sido alvo de grandes questionamentos, e com isso tem se desenvolvido ao longo dos anos muitas pesquisas sobre o assunto, com o interesse de solucionar questões importantes e de difícil compreensão por parte de profissionais que lidam diariamente com crianças e adolescentes.
Atualmente, já não há mais dúvidas de que a depressão infantil existe. Sendo que em anos anteriores, mais precisamente na década de 40, não aceitava que as crianças ficassem deprimidas, e que elas não passavam por problemas e nem conflitos como os adultos. Com o passar dos anos este conceito evoluiu e a criança começou a ser vista como um ser em desenvolvimento que demonstra conflitos internos e externos, além de necessidades e anseios como os apresentados por um adulto. Estes conflitos e anseios devem ser bem resolvidos, pois se mal resolvidos podem causar outros processos que levam a depressão. (NUNE E AZAMBUJA, 2004).
A depressão é uma doença que tem marcado inúmeras pessoas e tem levado muitos ao sofrimento e desespero, não procura raça, crença ou idade ela simplesmente, está presente em qualquer lugar do mundo, acometendo qualquer pessoa sem exceção.
E a criança como um ser humano não está livre dela, com isso sabe-se que as crianças têm necessidades básicas para um convívio social saudável. Drescher (1999, p.41) fala sobre "as necessidades de um sentido único, de segurança, aceitação, amar e ser amada, de elogio, disciplina e acima de tudo de Deus". Estas necessidades se demonstradas à criança, é uma maneira de mostrar que elas não foram feitas por acaso e sim que são especiais para os pais e necessárias para o mundo. 
É importante saber que a depressão infantil existe e tem destruído valores fundamentais de muitas crianças, que poderiam no futuro serem adultos de muita utilidade para o mundo. A depressão prejudica a criança em seu desempenho educacional. Nedley (2009, p.29) apresenta que "os estudantes de qualquer idade, quando está com depressão tem dificuldades em atuar satisfatoriamente na escola e em ambientes sociais". Parafraseando Cruvinel (2003), as emoções positivas e as negativas acabam interferindo na vida acadêmica do aluno.
Souza citado por Nunes e Azambuja (2004, p.41) nos afirma que 

0,9% das americanas em idade pré- escolar (5 a 6 anos) e 1,9% em idade escolar (7 anos) encontram-se em estado depressivo. Com isso há uma necessidade muito grande de informações e estudos por parte de profissionais da área acadêmica de como identificar e lidar com este distúrbio.

Infelizmente, a depressão esta se tornando mais frequente em grupos cada vez, mais jovem, Marcelli citado por Nunes e Azambuja (2004) caracteriza a depressão por idade: depressão do bebê e da criança pequena (até 24 a 30 meses), a depressão de criança pequena (de 3 a 5 anos) e a depressão na adolescência (12 aos 16 anos).

Sintomas

Segundo Nedley (2009, p.17) existem aspectos da depressão que são encontrados em adultos e são característicos da depressão infantil, tais como: "tristeza profunda, agitação ou perturbação, distúrbio do sono, distúrbios de peso e apetite, falta de concentração, sentimento de excessiva culpa ou indignidade, pensamentos mórbidos e fadigas".
Tem se acreditado, que atualmente com base em evidencias fornecidas por muitos estudos, que a depressão não só está presente, mas é um dos problemas emocionais freqüentes da infância e da adolescência. (MIYAZAKI, 2000).
Os transtornos depressivos em crianças e adolescentes podem apresentar varias características clínicas de acordo com a capacidade de cada pessoa de expressar seus sentimentos, ou na grande maioria pode estar associado à idade. Logo, devemos estar atentos aos sinais de um bebê, por exemplo, que deve ser um sintoma não verbal, porém, será uma expressão facial. (RODRIGUES, 2008 - 2009).
De acordo com Pereira e Amaral (2004), as crianças deprimidas agem a partir de sua própria idéia. Condição esta que se relaciona a problemas de autoestima inadequada, culpa, vergonha e autocrítica, além de ocorrer relatos de que são más e não merecem ser felizes.
Nedley (2009, p.29) nos diz que "as mães deprimidas têm maior probabilidade de terem filhos problemáticos". 
Para Rojas (2010) a solidão é um importante sintoma que pode gerar depressão, crises de ansiedade e pânico. Reconhecer quando uma pessoa esta com solidão e buscar ajuda-la é muito necessário, para se ter uma melhora na qualidade de vida. 
Segue principais sintomas de depressão apresentado por Nunes e Azambuja (2004):


Em bebês
Ï Expressão facial triste;
Ï apatia;
Ï perda de peso ou dificuldade em ganhar o peso esperado para a idade;
Ï choro frequente sem causa orgânica;
Ï insônia;
Ï irritabilidade;
Ï atraso na linguagem ou da parte motora;

Dos 2 aos 7 anos

Ï mudança súbita e inexplicável de comportamento;
Ï queixas de dores de cabeça e estomago;
Ï dificuldade de se separar ou separação sem reação; 
Ï alteração de apetite e sono;
Ï alteração de postura, tom de voz monótono e baixo, apatia;
Ï isolamento social;
Ï linguagem, movimento ou reações lentos.
Ï anedonia; recusa emir para a escola, dificuldade concentração e pensamento lento, provocando um baixo rendimento escolar;
Ï retraimento e choro frequente.

Dos 7 aos 12 anos

Ï Cansaço e falta de energia frequente;
Ï redução da criatividade;
Ï choro imotivado;
Ï sentimento subjetivo de depressão, queixas verbais de sentimentos como estar "triste", "infeliz", "culpado" ou "pesado";
Ï ecolalia, regressão da linguagem;
Ï Enurese;
Ï retardo psicomotor;
Ï auto e hetero agressividade, colocando se em situação de perigo;
Ï Recusa de ir para a escola;
Ï Dificuldade de concentração e pensamento lento;
Ï agitação: incapacidade de ficar sentado, andar de um lado para o outro sem parar, fala incessantemente, movimentar continuamente as mãos;
Ï irritabilidade, raiva, mau humor, aborrecimentos e reações desproporcionais aos eventos;
Ï insônia dificuldades para iniciar ou manter o sono; aumento do sono habitual;
Ï alterações de peso: que pode diminuir o peso em relação ao esperado para a idade, ou, também, aumento de peso;
Ï preocupação com pensamentos de morte ou suicídio;

Para que os sintomas tenham relevância clínica, e seja diferentes de dores corriqueiras e tristezas de acontecimentos comuns no cotidiano da vida da criança que esta sofrendo com um episódio depressivo, deve haver uma mudança nos pensamentos, sentimentos, comportamento ou fisiologia, devendo essas mudanças serem experimentadas por um período significativo de tempo, por exemplo, duas semanas. (BREGAMASCHI, 2007).

Diagnóstico e intervenção Psicopedagógico

Há uma grande importância de que pais e professores tenham atenção as mudanças no comportamento da criança, de maneira que se tenha um diagnóstico rápido. Para um tratamento eficaz e seguro da depressão infantil é fundamental o reconhecimento e o encaminhamento. 
Cruvinel (2003, p. 14) nos diz que:

A falta de informações de pais e professores sobre a depressão infantil pode contribuir para aumentar as dificuldades dos alunos e causar inúmeras sequelas emocionais no futuro. É evidente que família e educadores não estão preparados para fazer um diagnóstico na criança. Cabe ressaltar que nem é esse o papel dos mesmos. No entanto, um olhar mais atento a essas crianças permite que sejam reconhecidas mais cedo e encaminhadas para um diagnóstico mais cuidadoso associado à intervenção necessária.

Segundo o mesmo autor nos diz que compete aos educadores maior conhecimento e conscientização a respeito do desenvolvimento psicológico infantil, como sobre os problemas emocionais comuns nessa faixa etária. Os professores devem aprender a reconhecer e identificar os sintomas de depressão em seus alunos e ajudá-los a diminuir as consequências negativas da depressão na aprendizagem.
Muitas vezes, filhos de pais com depressão podem desenvolver o mesmo mal, além de outros transtornos de ordem mental e distúrbios de conduta. Para se obter uma melhora na saúde mental dos filhos, é importante tratar dos pais e trabalhar com tentativas de mudanças no ambiente familiar. Sem essas medidas o tratamento tende a fracassar. (CALDERARO E CARVALHO, 2005).
Segundo Nedley (2009, p.30):

Em um estudo de 1.215 mães e seus filhos na Universidade da Carolina do Norte, 55% das mães nunca tiveram depressão, 38% tinham depressão as vezes e 8% padecia de depressão, as crianças de 3 anos de idade filhos destas mães com depressão maior clinica eram menos cooperadoras e manifestavam mais problemas de comportamento do que os outros 2 grupos. Obtiveram menor pontuação nos testes de medir lingüística e compreensão verbal.

Para Cruvinel e Boruchovitch (2004, p.35), para um diagnóstico de um episódio depressivo é preciso que o indivíduo apresente pelo menos cinco sintomas apresentado no item anterior e num período de pelo menos duas semanas, sendo que um deles deve ser o "humor deprimido e a falta de interesse".
Rodrigues (2008, 2009, p.23) enfatiza que para o caso de um "diagnostico de depressão o tratamento envolve psicoterapia e de acordo com a gravidade dos sintomas e o nível de prejuízo no funcionamento, também farmacoterapia."

Orientação psicopedagógica para uma intervenção escolar

A orientação do psicopedagogo pode dar meios variados de uma intervenção para um apoio a gestão escolar, visando o auxilio a uma criança depressiva, existe alguns passos que serão citados a seguir como sugestão para estes profissionais e escolares de forma geral.
Silvares (2000) aponta para a importância de treinar a criança para se ter uma auto- avaliação menos severa e mais realista. O treino serve para identificar possíveis áreas que esteja em déficit no desempenho da criança e ajudá-la a suprir suas deficiências.
Bregamaschi (2007) aponta o estabelecimento de uma rotina para a realização das tarefas, importante para obter responsabilidades, pode ? se fazer um acordo entre pais e a escola com um horário para acordar, de sair de casa, comer e chegar a escola, assim poderá diminuir o atraso. Incentivar o aluno a participação de grupos em sala de aula e motivar outros colegas para que o convide a participar do seu grupo, motivando assim ao convívio social. 
Reforçamento é outro ponto para ajudar a manter um aumento frequente do comportamento positivo do aluno. Além de dar maior ênfase ao treinamento das habilidades e da autoestima adequada. (SILVARES, 2000 e BREGAMASCHI, 2007).
Para Silvares (2000, p. 50):

O auto reforçamento tem como os outros tipos de reforçamento, a função de fortalece, manter ou aumentar a frequência do comportamento. No auto reforçamento, entretanto o individuo determina as respostas que serão seguidas do reforço e é livre para reforçar-se a qualquer momento.

O incentivo do professor quando a aparência é um fator que poderá influenciar de tal maneira, já que, muitas crianças depressivas tende a se desleixar da aparência e a se preocupar menos na higiene pessoal, devido a sentimentos letárgicos, pode lembrá-lo de maneira respeitosa que deve manter uma higiene adequada e uma aparência pessoal, caso ele não esteja cuidando dela. 
A criança com depressão infantil tende a não apresentar sentimentos alegres, daí a necessidades de o educador recebê-lo com felicidade e simpatia, através de histórias podem-se exemplificar os dois fatores de uma maneira que a criança não se sinta constrangida diante dos colegas da sala. Pode-se criar um ambiente descontraído na sala de aula e uma atmosfera tranquila, tudo com o intuito de muda o humor do aluno. (BREGAMACHI, 2007)
É fundamental para o professor se manter atualizado sobre os principais problemas e conflitos enfrentados por crianças com quem ele trabalha no dia e como são as intervenções para melhor aproveitar os problemas apresentados. Por isso, é importante o professor ter conhecimento. (NUNES; AZMBUJA, 2004). 


Orientação aos pais e familiares

O papel da família é fundamental na intervenção psicopedagógica, sendo estes, os mais próximos da criança com depressão. Um atendimento psicopedagógico precisa ser de iniciativa do professor e com o apoio de familiares, pois, serão estes que deverão incentivar a criança junto ao tratamento. Os pais deverão passar por uma avaliação onde ajudará a perceber os sintomas e eles ajudarão com a intervenção em casa lugar onde o psicopedagogo não está. (BREGAMACHI, 2007)
Se o diagnóstico de depressão for uma depressão leve, deve se realizar encontros regulares para discussões compreensivas com a criança e com seus pais, para se ter um alivio do estresse e um humor melhor. (LIMA, 2004)
Silvares (2000) aborda a questão da participação dos pais para um funcionamento familiar saudável, para que a criança adquira habilidades úteis para lidar com a depressão. 
Para Lima (2004, p. 18):

Estão disponíveis a terapia cognitivo-comportamental com a criança e a família, treinamento de necessidades sociais (semelhante à terapia cognitivo-comportamental, com grande enfoque em atividades abertas e desenvolvimento de habilidades específicas), psicoterapia interpessoal, com foco no relacionamento, e terapia familiar. 

Há necessidade ampla e qualificada para uma intervenção psicopedagógica adequada de apoio a criança para que esta tenha um tratamento correto e seguro, ajudando-a no que necessita para a melhora em seu estado emocional. Este trabalho que não deve ser solitário, mas, com apoio de todos aqueles que fazem parte do convívio diário de uma criança com depressão infantil. 

Metodologia

Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.

Considerações finais

Ao apresentar os aspectos mais importantes da depressão infantil, percebe-se um transtorno que vem ocorrendo cada vez mais, afligindo muitas crianças e as deixando incapacitadas de se livrarem de maneira rápida e adequada.
A saúde física e especialmente emocional é fundamental para um desenvolvimento cognitivo. O apoio a criança é importante e não se pode deixar de incentivar na melhora da saúde.
A busca do educador por conhecimento sobre o assunto é algo de extrema relevância, pois, só assim poderá ajudar no diagnóstico para que se tenha o mais rápido possível, pois quanto antes identificar o problema melhor será o tratamento e mais rápido a cura.
Observa-se em idades mais tenras o desenvolvimento da depressão, pensar que há alguns anos nem se imaginava que uma criança desenvolveria um transtorno assim. Porém, com as tecnologias cada vez mais avançadas e a ciência com suas mais incríveis descobertas não tem acabado ou ao pelo menos diminuído doenças e transtornos como estes. Muito pelo contrario, com o avanço tecnológico vemos pessoas mais e mais solitárias e é ai que percebemos a necessidade do viver em grupos, através de familiares, parentes e amigos.
A criança que, muitas vezes são tratadas com desprezo e desatenção tende a se sentir rejeitada e sem valores próprios, tendo dificuldades de auto-aceitação, ficando deprimida e cada vez mais se distanciando das pessoas como os amigos e dos pais, Uma vez os pais não percebendo o problema no qual seu filho esta passando, não procura o filho para um envolvimento a fim de saber o que esta acontecendo.
A falta de condições financeiras dos pais tem feito com que eles procurem mais por empregos deixando seus filhos em creches ou em casa com babás, com isso, sentem a falta de sua primeira sociedade, constituído por pai, mãe e irmãos. Sem a comunicação adequada à demonstração do afeto e carinho pode acometer muitos transtornos e em especial a depressão infantil.
Precisamos olhar o mundo infantil, senti-lo e ajudá-lo a entender seus sentimentos, buscando no mais íntimo de seu coração que elas são necessárias para sua família, são amadas e desejadas por seus pais e familiares, demonstrar a importância delas para a escola e para o mundo. 

Referências bibliográficas

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BREGAMASCHI, Ellen Cristina Modro. A atuação psicopedagógica perante a ansiedade e a depressão infantil. Monografia de Pós-graduação para o curso de Psicopedagogia sob a orientação da Profa. Dra. Marinalva Imaculada Cuzin. Hortolândia- SP. 2007.

BUENO, Camile. Sozinho na multidão: influencia da depressão na escola. Artigo de Pós Graduação do Curso de Psicopedagogia sob a orientação da Profa. Dra. Marinalva Imaculada Cuzin. UNASP-EC, 2009.

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CRUVINEL, Miriam; BORUCHOVITCH, Evely. Sintomas depressivos, estratégias de aprendizagem e rendimento escolar de alunos do ensino fundamental. Psicologia em Estudo. Maringá. 2004.

______. Sintomas de depressão infantil e ambiente familiar. Psicologia em pesquisa. Cidade: UFJF, 2009

CRUVINEL. Miriam. Depressão infantil, rendimento escolar e estratégias de aprendizagem em alunos do ensino fundamental. Dissertação de Mestrado - Unicamp, 2003.

DELL?AGLID, Débora Dalbosco; HUTZ, Claudio Simon. Depressão e desempenho escolar em crianças e adolescentes institucionalizados. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

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ESTRESSE E DEPRESSÃO. Revista Vida e Saúde. Tatuí- SP: Ed. CPB, edição especial, ano2006/ 2008.

JUNIOR, Claudio Willians Ramalho Neves. Saber o que ensina: Uma reflexão sobre a importância do saber especifico e do saber pedagógico para a pratica profissional do professor Universitário. Artigo de Pós Graduação do Curso de Docência do Ensino Superior sob a orientação da Profa. Dra. Marinalva Imaculada Cuzin. UNASP-EC, 2009.

LIMA, Dênio. Depressão e doença bipolar na infância e adolescência. Jornal de Pediatria, SBP, 2004.

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PSICOPEDAGOGIA SISTÊMICA NA INSTITUIÇÃO PARA CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM



Não podemos ainda esquecer da força sistêmica. O sistema tem uma força brutal. Se colocarmos uma criança mais frágil num sistema onde ela vai ser engolida, isso não pode ser bom em hipótese alguma, ela não tem recursos para lidar com este sistema, ela não pode fazer frente à força desse sistema
Como você está vendo o trabalho Psicopedagógico atualmente?
A psicopedagogia está ganhando um espaço muito grande, muito forte e muito bom. Contamos com bons cursos de especialização, consistentes, abarcando uma base teórica ampla. Esses cursos também contemplam a formação clínica, com prática e supervisão. Assim, o profissional adquire condições de desenvolver um trabalho de excelência.
Ao mesmo tempo, noto nas escolas, nas empresas e nas clínicas um espaço aberto para o psicopedagogo. Tenho conhecimento de empresas, que operam na área de RH, solicitando psicopedagogos para o corpo de profissionais.
A psicopedagogia vem se consolidando como área de conhecimento, como área de atuação, trabalhando interdisciplinarmente e fazendo as pessoas compreenderem que aprender não é algo necessariamente ligado ao ensino sistematizado, à escola. "Aprender é algo que se faz o tempo todo, durante toda a vida. Depois que deixamos de fazer as coisas por reflexos, tudo o que fazemos demanda aprendizagem. Aprendemos nas empresas, aprendemos nas instituições, aprendemos nas escolas, aprendemos com as famílias e nas famílias", o que amplia muito o campo do psicopedagogo.
O psicopedagogo nas empresas já é uma realidade?
Tenho notícias de que isso é uma realidade. O profissional integrando equipes multidisciplinares, dentro de empresas, na área de relações humanas, trabalhando com as questões relacionais, com as questões da organização que aprende, com a visão compartilhada. Para as culturas orientais, aprender significa estudar e praticar constantemente. Creio ser este o espírito das organizações que pretendem atingir grandes mudanças .
Atualmente estou lendo um livro muito interessante chamado "A Quinta Disciplina", que foi escrito por um Administrador (Senge, P.M., Ed. Best Seller, 1999), e tem por base o pensamento sistêmico. Ele afirma a questão da necessidade da aprendizagem das e nas relações: um profissional não pode só conhecer ou dominar o seu campo de trabalho. Ele precisa conhecer como se processam as relações, ter um razoável domínio pessoal, ter uma visão compartilhada e promover a aprendizagem em equipe. Creio que são requisitos plenamente tangíveis para um psicopedagogo, tendo em vista a pluralidade de sua formação.
Você tem duas publicações na área da psicopedagogia, do que elas tratam?
O primeiro livro é a minha monografia, apresentada como exigência para a conclusão do curso de especialização em Psicopedagogia, para a PUC-SP. Foi publicada pela Editora Lemos e chama-se "Ensinando a Ensinar". Ele traz um pouco da minha experiência adquirida em uma escola, que atende crianças com dificuldades de aprendizagem. Foi um trabalho desenvolvido com uma equipe de professores, com o objetivo de estimular as reflexões sobre o trabalho com estes alunos. É um livro com suporte teórico voltado para a psicanálise. No primeiro capítulo, falo um pouco sobre o "autorizar-se a ensinar", utilizando o conceito bioniano (W.Bion) de autoridade interna. Em outro capítulo do livro volto-me "a quem se ensina ?"; qual o objetivo de entender melhor este aluno com qual vou trabalhar, através do olhar da psicologia genética e da psicanálise.
No terceiro capítulo, proponho uma Psicopedagogia sistêmica, com o intuito de observar que os processos educacionais, que envolvem os sujeitos dentro de uma escola, estão inter-relacionados e se influenciam mutuamente. Ao perceber a escola como sistema, deixamos de colocar o foco no aluno com dificuldade e o redestribuimos por todos os subsistemas envolvidos.
No segundo livro "Psicopedagogia: um Enfoque Sistêmico - Terapia Familiar nas Dificuldades de Aprendizagem" da editora Empório do Livro, fui a organizadora. Escrevo com outras quatro psicopedagogas e terapeutas familiares.
Pretendemos falar um pouco sobre a dificuldade de aprendizagem iluminada pelas teorias da Terapia Familiar Sistêmica. As autoras propõe uma articulação entre a teoria sistêmica que embasa a terapia familiar e os pressupostos teóricos da Psicopedagogia.
No primeiro capítulo é dada uma noção geral do que é a Teoria Sistêmica, Cibernética de Primeira Ordem, Cibernética de Segunda Ordem, trazendo um aporte teórico para o leitor que não é da área. Nos outros capítulos, por intermédio de atendimentos clínicos, vamos tentando estabelecer relações entre o atendimento familiar e o psicopedagógico. A preocupação das autoras é a de estar mostrando a importância da família, da escola, do contexto social, das redes mais amplas, para o entendimento da dificuldade de aprendizagem.
Qual a vantagem do Enfoque Sistêmico no olhar psicopedagógico? 
Penso que para melhor compreendermos as questões da aprendizagem, elas devem ser consideradas sistemicamente. O que vem a ser isso? A escola, a família do aluno, ele próprio, os professores, são todos integrantes de um sistema que formam uma unidade e tendem para a manutenção de um equilíbrio. Ao olharmos esses subsistemas de forma circular estaremos nos responsabilizando, e a todos os envolvidos, nos processos de aprendizagem e nas possíveis rupturas que possam aí surgir.
Dentro da minha experiência, trabalhando com alunos com a queixa de dificuldade de aprendizagem, pude perceber que embora essa possa ser uma condição ligada a múltiplos fatores internos do sujeito, ela está sobremaneira sustentada pelo meio familiar, escolar, social, no qual o sujeito está inserido.
A circularidade, enquanto propriedade dos sistemas, evita que sejamos presos pela cômoda possibilidade de eleger uma única causa para o problema.
E quanto à Instituição, o que o olhar Sistêmico propicia?
Tão importante quanto ter um modelo é perceber que ele não passa de uma metáfora. Assim, quando se fala em olhar sistêmico na Instituição isso é apenas um recurso que nos auxilia a ordenação de uma realidade complexa, possibilitando definições operacionais, lógicas e pragmáticas.
O que este modelo nos permite é perceber como as questões do aprender e do saber operam de uma forma relacional e circular. Tanto quem aprende como quem ensina, estão ambos implicados e mutuamente responsáveis pelos/nos resultados. Colocar tanto o ensinante quanto o aprendente, quanto às famílias de ambos, assim como os terapeutas envolvidos neste processo, a escola, o próprio contexto social, implicados e co - responsáveis pela mesma situação. Desta forma tiramos o foco da criança, deixamos de olha-la como bode expiatório, e redistribuímos o sintoma (no caso, as dificuldades de aprendizagem), por todos os envolvidos.
Na Escola Winnicott, como funciona isso na prática?
Em nosso trabalho, pretendemos por na prática esses ensinamentos, dentre outros expedientes, através da formação de redes de apoio.
Trabalhamos a pessoa do professor, a família deste professor (não no sentido de trazer a família deste profissional para dentro da escola, mas sim, quais os mandatos, valores e crenças, quais os mitos que permeiam a família do professor, inclusive o que o levou a escolher essa profissão, que sentido na sua história de vida faz com que apareçam dificuldades com determinados alunos e facilidades com outros).
Trabalhamos com os terapeutas que atendem nossos alunos. Trabalhamos com as famílias dos alunos, através de palestras, encontros, orientações.
Enquanto direção e coordenação, estamos igualmente implicados nesta situação de aprendizagem, inseridos que estamos no mesmo sistema.
O trabalho em rede permite uma melhor apreensão do contexto, clarificando a natureza do problema e as respostas que devem ser fornecidas.
O que se propõe e se espera do profissional em uma escola com crianças com dificuldade de aprendizagem, a formação deverá ser diferenciada? 
Acredito que sim. Temos aqui no Colégio Winnicott reuniões semanais, com 2 horas de duração, onde são desenvolvidos trabalhos teóricos e práticos.
O aporte teórico visa trazer informação para os professores, uma vez que temos da 5ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, professores especialistas de áreas (as classes de 1ª. à 4ª série são comandadas por psicopedagogos).
Estes professores normalmente não detém um conhecimento da área da psicopedagogia, criando uma necessidade de trazer até eles, textos de psicanálise, lingüística, filosofia, pedagogia, teoria sistêmica, entre outros.
Damos ainda, especial atenção à formação da pessoa desses profissionais, desenvolvendo dinâmicas psicodramáticas, que visam favorecer seu auto-conhecimento.
A maior parte de nossos profissionais faz ou fez terapia. Considero que é uma das condições básicas para se trabalhar com alunos, sobretudo aqueles que apresentam dificuldade no aprendizado.
Quais são os problemas mais comuns encontrados na população de crianças com problemas de aprendizagem?
Quando fiz minha tese de mestrado "As dificuldades de Aprendizagem à Luz das Relações Familiares: um ensaio sistêmico" ocorreu-me fazer uma pesquisa, no colégio, acerca das " dificuldades" que mais apareciam como queixa inicial.
À primeira vista, os problemas emocionais emergiram como maioria. Depois, com um olhar mais detalhado e mais atento, pude perceber que as dificuldades se sobrepõe. Na verdade, você nunca tem uma única causa, mas um conjunto de situações que favorecem o aparecimento e a manutenção do sintoma (aqui entendido como dificuldade de aprendizagem). Na maioria das vezes, há um entrelaçamento de vários fatores (por exemplo: neurológicos, genéticos, cognitivos, familiares, sociais, escolares, etc..) que precisam ser compreendidos sistemicamente.
Esse movimento me permitiu observar o papel fundamental dos sistemas envolvidos, em especial o da família, que foi o alvo de minha pesquisa e poder concluir que seja qual for a etiologia da dificuldade de aprendizagem o apoio do sistema familiar é decisivo para a condução do processo.
Um exemplo que cito na minha dissertação: o estudo de uma criança com síndrome de X Frágil (alteração cromossômica caracterizada pela mutação do cromossoma X do par sexual XY. Atinge pessoas do sexo masculino e caracteriza entre outros por sintomas como: dificuldade para entender conceitos abstratos, depressão ou hiperatividade, traços de autismo, lentidão de raciocínio). No caso a que me refiro, a criança vem de uma família funcional, onde o pai e mãe tem muita clareza para lidar com a situação, propiciando desta forma, que a criança desenvolva seu potencial. Apesar das dificuldades próprias do quadro, outras variáveis favoráveis estavam presentes e se faziam notar, oferecendo um bom desenvolvimento para a aquisição da aprendizagem.
Estudei também o caso de um jovem, com queixa de abandono escolar em virtude de drogadicção, proveniente de uma família disfuncional (onde as funções familiares ou não são claras ou não existem. Famílias onde não existem hierarquia, fronteiras, onde filhos e pais são "iguais"). Embora ele apresentasse a capacidade cognitiva preservada, sua condição emocional não permitia que ele fizesse uso de suas competências. Assim, o fator emocional comprometia o cognitivo, o relacional, o social, que por sua vez impediam sua aprendizagem.
Novamente voltamos para questão sistêmica: as situações não devem ser analisadas isoladamente, porque na realidade, o todo não é a soma das partes.
Qual é o limite do Psicopedagogo na prática do atendimento psicopedagógico?
Aí entramos numa questão muito interessante que é a psicopedagogia como área de interseção, como um conhecimento multi e interdisciplinar.
Delimitar o campo de atuação de um profissional é antes de tudo preocupar-se com a qualidade do trabalho e a respectiva competência para executá-lo. Daí a importância da regulamentação dos cursos de especialização, dos estágios, da supervisão. Falando em limite da prática profissional, fala-se em Ética e em responsabilidade; em (re)conhecimento de seus próprios limites pessoais.
O psicopedagogo por ter uma formação pluralista pode estar apto a exercer práticas diferentes. Explicando melhor: o Psicopedagogo que é também fonoaudiólogo, pode trabalhar com os distúrbios da fala. O que é psicanalista está apto a fazer interpretações. O que é psicólogo pode fazer terapia, e assim por diante. O psicopedagogo que tenha uma formação em terapia familiar está apto a atender também a família. Cada um na sua área, tendo em comum a preocupação com a aprendizagem.
Creio que o que se pode destacar aqui é a possibilidade de se procurar parcerias e trabalhar em redes que ofereçam um atendimento adequado aos nossos clientes.
A idéia de "Rede de Apoio", no Brasil ainda é nova, mas em outras locais, como EUA e Europa, ela já é largamente utilizada. Trata-se de um conjunto de pessoas, que de maneira formal ou informal vinculam-se entre si. Ela diz respeito aos processos dessa interação social que são estabelecidos pelos indivíduos em seu cotidiano. Muitas são as redes que se pode dispor: a Igreja, a comunidade social, o clube, o sistema de saúde, profissionais de outras áreas, entre outros. Cabe a nós, saber tecer os nós de rede que beneficiem nosso trabalho e o atendimento ao nosso cliente/aluno.
Como ilustração cito um trabalho que apresentei no IV Congresso de Terapia Familiar - RJ, cujo tema era: Flexibilizando as tramas das Lealdades Familiares: relato de um atendimento. Descrevo o caso de uma família que atendi, onde o apoio de uma rede mais ampla, no caso de uma igreja evangélica foi decisivo para o andamento do processo terapêutico. O Paciente Identificado veio com diagnóstico de psicose e naquele momento a família não dispunha de recursos internos para ajudá-lo. Era um grupo pobre de contatos, que vivia isolado e com padrões de comunicação muito empobrecidos. A partir do momento que esse rapaz começou a fazer contato com este grupo social, que foi incorporado no coro, que passou a fazer amizades, pode-se observar uma significativa mudança nos padrões relacionais dele e de todo o grupo.
Fica aqui uma sugestão desse recurso como aliado do atendimento psicopedagógico.
Quais são os danos neste tipo de família, já que temos observado o aumento desta síndrome por causa do medo e a violência na sociedade nos dias atuais? 
As trocas ficam empobrecidas. Não há investimento de novos recursos, a família se fecha em si, evitando trocas com o meio exterior. Usamos um termo emprestado da física para nomear o fenômeno: entropia
Em relação à sociedade de hoje, percebermos as famílias cada vez mais isoladas. Há sessenta anos atrás, era comum a família extensa, composta por pais, irmãos, tios, avós, morando na mesma casa ou próximos. Hoje encontramos um grande número de famílias mono-parentais, distantes de sua família de origem e com pouco apoio de redes mais amplas.
Muitas famílias estão se restringindo a suas casas, num convívio empobrecido, de parcos recursos emocionais, porque não há troca. A mãe sozinha (ou o pai) não tem amparo, não tem continência, chega um momento onde ela/ele não tem mais o que dar para os filhos, porque não recebe nada, está isolada/o da sua família de origem, está distante de amigos, está distante de um contexto social mais amplo.
Também observamos famílias, que têm uma criança diferente, comprometida por uma questão física ou emocional; estas também costumam isolar-se; fecham-se, ou por vergonha ou por dificuldade em lidar com a situação perante os amigos, perante a sociedade. Não saem com as crianças, não querem se expor. São famílias que realmente não conseguiram trabalhar o luto de ter uma criança diferente do desejado. 
Como reagem famílias de crianças que estudam em escolas "especiais"? 
Como já mencionei, percebo a necessidade de elaboração do luto por se ter um filho diferente daquele que se imaginava.
Normalmente, quando as famílias chegam para nós, percebe-se uma diferença muito interessante: as famílias que vem procurando vaga para crianças até a 4ª série, em sua maioria, ainda está naquele período em que não aceitou bem a dificuldade da criança, ainda tem a esperança de que um dia ela irá para uma escola "normal".
Existe a vergonha porque a criança precisa de uma escola diferente; eles querem ver como é " a cara dos outros alunos", aparece o preconceito.
Por outro lado, os pais do Ensino Médio (antigo Colegial), são pais com maior tranqüilidade em aceitar aquele filho diferente, já trilharam um caminho vêem a possibilidade de continuar. Percebe-se uma aceitação maior, não existe mais a questão do preconceito, na sua maioria estabeleceram um relacionamento mais amplo dentro da comunidade.
Pode-se observar uma clara analogia entre a aceitação de um filho diferente e as fases que Bowby descreveu para a aceitação do luto: sentimentos como raiva, ansiedade e medo, a família está desorganizada internamente, tendem a esconder essas crianças do mundo externo, da realidade. Depois disso vai existindo um salto qualitativo onde os pais começam a trabalhar melhor esta idéia e vão passando para uma fase de maior aceitação, de mais organização.
Temos experiências de crianças que entraram nas série inicias e ficam até o 3o ano do Ensino Médio. Assim podemos observar por muitos anos estas famílias e perceber este processo de mudança, de maneiras diferentes de se relacionar com o sujeito, com o mundo, com a comunidade. Obviamente que esta divisão que estou fazendo não é rígida e nem tenho a pretensão de generalizar. Serva apenas para efeito de elucidação.
Como você vê a questão da inclusão?
A idéia da inclusão é muito interessante. Leio muito sobre como isso é feito em outros países, como Itália e França, onde esse trabalho já é bastante conhecido.
Na prática, infelizmente a inclusão aqui no Brasil não responde tão positivamente como em outras experiências que se lê nos relatos de outras localidades.
Na minha visão, existem dois momentos bem diferentes: o primeiro é aquela tentativa de inclusão onde se coloca uma criança diferente em uma classe "normal", de crianças ditas "normais", e esse diferente fica absolutamente ilhado e isolado, muitas vezes, servindo de chacota para outras crianças, tendo sua auto-estima rechaçada pelos amigos, vivenciando uma experiência que acaba sendo muito ruim para ambos os lados.
O que se vê , com freqüência, são profissionais designados para lidar com essas turmas que não tem o devido preparo para trabalhar as diferenças, para aceitar as diferenças e portanto, para fazer uma inclusão real.
Num segundo momento podemos considerar outros casos onde existe uma inclusão mais frutífera: algumas crianças ditas "normais" interagindo com outras que apresentam alguma diferença e todas participando por exemplo de uma aula de natação, uma aula de equoterapia (terapia com o auxílio do cavalo), uma aula de música, ou seja, onde a capacidade intelectual não seja tão valorizada, tão necessária e que marque esta diferença.
Se reunirmos crianças com potenciais diferentes e exigir delas atividades onde ambas estejam em condições de dar, essa inclusão é perfeita. Como, por exemplo, no jogo de futebol que nossos alunos participam. O que é exigido é uma boa capacidade motora, o respeito às regras, aos limites e todos os benefícios que os jogos podem trazer para a aprendizagem.
Quem trabalha em uma escola que atende crianças com dificuldades de aprendizagem, sabe da preocupação de se estar reunindo num grupo, patologias e/ou necessidades extremamente diversas. É algo que temos que olhar com muita atenção, com muito critério.
Aqui no Winnicott, muitas vezes, deixamos de atender alunos que tinham o perfil da escola porque naquele momento não havia um grupo que pudesse acolhe-los bem. Não adianta colocarmos crianças com muitas diferenças entre si e não viabilizarmos um atendimento profícuo. Ainda que tenhamos a preocupação com o "individualizado", em algum momento teremos que ter um denominador comum, se não, porque é que estamos agrupando?
Falar em inclusão é muito interessante, mais uma inclusão feita com bom senso, com critério, com respeito e responsabilidade.
Não podemos ainda esquecer da força sistêmica. O sistema tem uma força brutal. Se colocarmos uma criança mais frágil num sistema onde ela vai ser engolida, isso não pode ser bom em hipótese alguma, ela não tem recursos para lidar com este sistema, ela não pode fazer frente à força desse sistema. Questiono a inclusão neste sentido.
Estamos lidando com gente, isto não é reversível, não dá para apagar e fazer de novo, é uma responsabilidade muito séria com o sujeito, com as famílias, com a comunidade, com todos os envolvidos.
Acho que há uma questão que deve ficar para nós, enquanto educadores e psicopedagogos: para que estamos fazendo essa inclusão? qual o objetivo?

Elizabeth Polity - Psicopedagoga, terapeuta familiar, Mestre em educação, doutoranda em psicologia. Diretora do Colégio Winnicott. Diretora da APTF
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A Importância do Psicopedagogo ( para quem não sabe até onde ele atua!)





A Psicopedagogia constitui-se em uma justaposição de dois saberes - psicologia e pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o não saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento.

Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver tais fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar, junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino-aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o seu papel de parceira nesse processo.

Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.

O presente artigo, que surgiu da preocupação existente com nossa prática como educadora e de nossa crença de que cada um constrói seus próprios conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a atuação e a importância do Psicopedagogo dentro da instituição escolar.

2. A Formação do Psicopedagogo e a Regulamentação da Profissão

No Brasil, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome. Esta formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso deve atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à carga horária, critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e critérios para a estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na formação.

Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial. No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que forma os especialistas, no caso, os então chamados "especialistas em psicopedagogia" ou psicopedagogos.

A lei que trata do reconhecimento da profissão de psicopedagogo está na câmara dos deputados federais. Psicopedagogos elaboraram vários documentos nos anos de 1995 e 1996, explicitando suas atribuições, seu campo de atuação, sua área científica e seus critérios de formação acadêmica, um trabalho que contou com a colaboração de muitos.

O psicopedagogo possui a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) como elo de interlocução. A ABPp iniciou com um grupo de estudos formado por profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem, sendo que, atualmente, também busca o reconhecimento da profissão.

É do Deputado Federal Barbosa Neto o projeto de reconhecimento desse profissional (Projeto de Lei 3124/97). De início, o deputado propôs uma sondagem entre os políticos da época (1996) sobre a aceitação ou não do futuro projeto. Nesse período, o MEC organizava a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), promulgada em dezembro do mesmo ano.

 A data que formalizou a entrada do Projeto de Lei é 14 de maio de 1997. Em 24 de junho desse mesmo ano, a ABPp assumiu, em visita à câmara, o reiterar do projeto junto às lideranças políticas do país, do que resultou a sua aprovação no dia 03 de setembro de 1997 pela Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público.

Após esta aprovação, o projeto foi encaminhado à 2ª Comissão, que é a de Educação, Cultura e Desporto, acontecendo, então, em 18 de junho de 1998 e 06 de junho de 2000, audiências para aprofundamento do tema.  A aprovação nessa comissão ocorreu em 12 de setembro de 2001, após um trabalho exaustivo da relatora Marisa Serrano, do Deputado Federal Barbosa Neto e dos psicopedagogos que articularam tal discussão no Brasil.

Em 20 de setembro de 2001, houve mais um avanço político com a aprovação do Projeto de Lei 10891, da autoria do Deputado Estadual (SP) Claury Alves da Silva. O Projeto de Lei 10891 "autoriza o poder Executivo a implantar assistência psicológica e psicopedagógica em todos os estabelecimentos de ensino básico público, com o objetivo de diagnosticar e prevenir problemas de aprendizagem".

Atualmente, o Projeto de Lei que regulamenta a profissão do Psicopedagogo está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação para ser aprovado. Quando aprovado, irá para o Senado onde terá que passar por três comissões: Trabalho, Educação e Constituição, Justiça e Redação para, finalmente, ser sancionado pelo Presidente da República.

No momento, a profissão de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de outras gestões da  ABPp ( Associação Brasileira de Psicopedagogia ) e dessa última, tem amparo legal no Código Brasileiro de Ocupação. Isto quer dizer que já existe a ocupação de Psicopedagogo, porém, isso não é suficiente. Faz-se necessário que esta profissão seja regulamentada.

3. Áreas de Atuação do Psicopedagogo

O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir.

Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia.

O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos.

No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.

4. O Psicopedagogo na Instituiçao Escolar

Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem.

Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem.

Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo.

Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar.

A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor.

Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber.

Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.

 Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.

Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva. Também o é a sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio.

Segundo Bossa (1994, p.23),
... cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.

O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem.
5. A Intervenção do Psicopedagogo Junto à Família
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem.

É por meio dessa aprendizagem que a criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus saberes. Contudo, na realidade, o que temos observado é que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando fora o dia inteiro, pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados e mães solteiras. Essas famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo que, em decorrência disso, presenciamos gerações cada vez mais dependentes e a escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades.

A escola, como observa Sarramona (apud IGEA, 2005, p 19), veio ocupar uma das funções clássicas da família que é a socialização: A escola se converteu na principal instituição socializadora, no único lugar em que os meninos e as meninas têm a possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva ....

Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social.

O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.

Vale lembrar o que diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico:
O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.

Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. Boa parte dos problemas encontrados são lentidão de raciocínio, falta de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. Lembramos que a escola e o meio social também têm a sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar.

A família desempenha um papel decisivo na condução e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não quer enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, está pedindo socorro, pedindo um abraço um carinho, um beijo e que não produz na escola para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança.

Concordamos com Souza (1995, p.58) quando diz que
... fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.

Sabemos que uma criança só aprende se ela tem o desejo de aprender. E para isso é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo.

Existe um desejo por parte da família quando a criança é colocada na escola, pois  da criança é cobrado que seja bem-sucedida. Porém, quando esse desejo não se realiza como esperado, surgem a frustração e a raiva que acabam colocando a criança num plano de menos valia, surgindo, daí, as dificuldades na aprendizagem.

Para Boszormeny (apud Polity, 2000),
uma criança pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade emocional, encarregando-se do cuidado de algum membro da família. Isso se produz, em resposta à depressão da mãe e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide.

A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando.
6. Considerações Finais
A profissão do psicopedagogo não está regulamentada, mas se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na Câmara dos Deputados Federais, para ser aprovada. Enquanto isso, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial em  cursos de pós-graduação oferecidos por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas.

A psicopedagogia surgiu da necessidade de melhor compreensão do processo de aprendizagem, comprometido com a transformação da realidade escolar, na medida em que possibilita, mediante dinâmicas em sala de aula, contemplar a interdisciplinaridade, juntamente com outros profissionais da escola.

O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura  envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar  em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do mundo.

A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de características que lhe permitem, ou não, o desenvolvimento de conhecimentos. As características psicológicas são conseqüentes da história individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará as experiências futuras, como, por exemplo, o conceito de si próprio, insegurança, interações sociais, etc.

Nesse contexto, é pertinente concluir que:

  • É fundamental que a criança seja estimulada em sua criatividade e que seja respondida às suas curiosidades por meio de descobertas concretas, desenvolvendo a sua auto-estima, criando em si uma maior segurança, confiança, tão necessária à vida adulta;
  • ­É preciso que os pais se impliquem nos processos educativos dos filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado formal ou a educação escolar, para ser bem-sucedida não depende apenas de uma boa escola ou de bons programas, mas, principalmente, de como a criança é tratada em casa e dos estímulos que recebe para aprender;
  • É preciso entender que o aprender é um processo contínuo e não cessa quando a criança está em casa.

As mudanças políticas, sociais e culturais são referenciais para compreender o que acontece nas escolas e no sistema educacional. O psicopedagogo deve saber interpretar e estar inteirado com essas mudanças para poder agir e colaborar, preocupando-se com que as experiências de aprendizagem sejam prazerosas para a criança e, sobretudo, que promovam o desenvolvimento.

Portando, a psicopedagogia, pode fazer um trabalho entre os muitos profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança, bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo em que vivem, de saber interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com segurança e competência. Assim, o psicopedagogo não só contribuirá com o desenvolvimento da criança, como também contribuirá com a evolução de um mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade.
7. Referências 
BRASIL. Projeto de Lei 10.891. Disponível emhttp://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 25 de julho de 2005.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
FERMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin. Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico.Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 
IGEA, Benito del Rincón e colaboradores. Presente e futuro do trabalho psicopedagógico. Porto Alegre : Artmed, 2005.
POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 18 de junho de 2005.
SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensando a inibição intelectual:perspectiva psicanalítica e proposta diagnósticaSão Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.
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