A principal dificuldade no diagnóstico precoce dos transtornos de aprendizagem – uma dificuldade que atrapalha na alfabetização – está justamente na identificação. O que pode ser uma dislexia ou alguma outra condição física ou mental é facilmente confundida com preguiça, falta de atenção. Por estarem dia a dia com as crianças, os professores geralmente são os que primeiro percebem que algo está errado.
Mas para que percebam estas alterações é preciso haver informação ao professor. E é aí que entra o papel do fonoaudiólogo nas escolas. “Nosso trabalho tem se expandido e voltado para as questões educacionais e não apenas dentro dos processos de aquisição e leitura e escrita ou métodos mais facilitadores no ambito clínico, mas no sentido de desenvolver programas pedagógicos. O fonoaudiólogo pode trabalhar em conjunto com o professor de forma que possa proporcionar resultados melhores”, diz o fonoaudiólogo Jaime Zorzi, especialista em crianças com dificuldade de aprendizado e autor de um livro sobre a dislexia e outros tipos de transtornos relacionados com a dificuldades de aprendizado.
Segundo a fonoaudióloga e psicopedagoga Telma Pantâno, é comum encontrar nas escolas dificuldades de inclusão devido ao desconhecimento dos processos cognitivos e linguísticos que envolvem estas patologias. “Este suporte, orientação e planejamento educacional pode ser discutido e integrado conjuntamente com a atuação fonoaudiológica”, destaca.
Fonoaudiologia educacional
Zorzi explica que a fonoaudiologia educacional é uma especialidade nova dentro da fonoaudiologia voltada para as questões do ensino e da aprendizagem. “Tentar compreender o aluno, por que não aprende, com foco no professor para que ele tenha uma condição mais propícia na hora de ensinar.
Eles expicam que atualmente o papel do fonoaudiólogo no âmbito escolar envolve aspectos preventivos e intervenções com a equipe pedagógica visando o desenvolvimento das habilidades relacionadas a linguagem oral e escrita e, sobretudo, o desenvolvimento de aspectos cognitivos, linguísticos e metalinguísticos necessários para esse desenvolvimento. É importante enfatizar os conhecimentos mais atuais que as neurociências tem contribuído para essas aquisições e a visão clara das diferenças entre desenvolvimento e aprendizagem dessas funções no contexto educacional.
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