O processo de alfabetização da pessoa com Síndrome de Down é o resultado de um amadurecimento psíquico, físico e motor. As atividades são realizadas através dos programas de Estimulação Precoce, Apoio Pedagógico, Alfabetização e Iniciação Profissional.
As atividades de estimulação devem começar desde o nascimento, sendo que a participação ativa da família é decisiva para seu desenvolvimento integral. O indivíduo com Síndrome de Down passa pelas mesmas etapas consideradas normais no desenvolvimento cognitivo, sensório-motor, operações concretas e operações formais.
A limitação cognitiva presente na síndrome (que varia de pessoa para pessoa) altera o ritmo de aprendizagem, o processamento de informação, a memória visual e auditiva, a atenção e também a motivação.
No processo de aprendizado, o professor pode utilizar em sua prática escolar de materiais que contenham objetos concretos e/ou situações da vida real antes de introduzir conteúdos novos e conceitos abstratos, deve-se utilizar temas comuns a várias áreas, de forma a integrar as informações. (Adaptações curriculares, contextualizado, interdisciplinar).
O desenvolvimento do ser humano é contínuo, desde a concepção à vida adulta, sendo que o mesmo se processa na integração com outras pessoas. Alguns teóricos acreditam que o processo de desenvolvimento da criança é gradual e contínuo; outros, que o processo é graduado em etapas, com mudanças repentinas.
Ambos concordam que o desenvolvimento é um processo integrado, que abrange todos os aspectos da vida humana. O aluno que apresenta comprometimento nas áreas de desenvolvimento mostra dificuldades de aprendizado, necessitando de atendimento educacional adequado, visando garantir seu atendimento integral.
A Fonoaudiologia e a síndrome de Down
As pessoas com síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor, déficit cognitivo e, consequentemente, distúrbio de linguagem e também hipotonia orofacial. O setor de Fonoaudiologia tem por objetivo trabalhar a linguagem oral e escrita, aspectos cognitivos, motricidade orofacial, visando o desenvolvimento global e facilitando a inclusão na escola e na sociedade. A estimulação considera a idade da criança e as dificuldades apresentadas para cada faixa etária.
Como a aquisição de desenvolvimento da linguagem é um processo complexo, essas crianças geralmente adquirem a linguagem mais tarde. Também apresentam alterações de fala (trocas, omissões e substituições dos fonemas) e, por conta disso, maior dificuldade de expressão do que de compreensão e tendem a utilizar os gestos como seu principal meio de comunicação. Porém esses aspectos são variáveis no desenvolvimento de cada criança.
Por ser uma anomalia cromossômica, na Síndrome de Down ocorre redução do tônus dos lábios, das bochechas e da língua, esta permanece protuída e, consequentemente, ocorre falta de controle motor dos órgãos responsáveis pela articulação. O palato (“céu da boca”), na maioria das vezes, é alto e os lábios encontram-se entreabertos, o que pode ocasionar a respiração oral.
O fonoaudiólogo trabalhará com o desenvolvimento do sistema estomatognático e da fala, adequando os órgãos da fala e as funções (mastigação, deglutição e respiração). Também terá por objetivo desenvolver a linguagem, orientando pais e professores sobre esse processo, já que o seu desenvolvimento se dá a partir da interação da criança com o meio em que ela vive. Embora a Síndrome de Down seja classificada como uma deficiência mental, não se pode nunca predeterminar qual será o limite de desenvolvimento do indivíduo. A educação da pessoa com Síndrome de Down deve atender às suas necessidades especiais sem se desviar dos princípios básicos da educação proposta às demais pessoas.
A criança deve freqüentar desde cedo a escola, e esta deve valorizar sobretudo os acertos da criança, trabalhando sobre suas potencialidades para vencer as dificuldades.
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