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Dicas para tirar a criança do Realismo Nominal - Utilizando Método das Boquinhas


Antes de consolidar a consciência fonológica… quando ainda está na Educação Infantil ou bem no início da alfabetização… a criança fica “presa” ao objeto e seu significado. 
Ela escuta uma palavra e não consegue entender que essa palavra pode ser representada letra por letra na escrita, pois ela apenas se detém na imagem e nas funções do objeto que ela está nomeando.
Por isso, quando pedimos a uma criança que se encontra nesta fase que escreva o nome de um animal ou um objeto (como ela ainda não aprimorou a consciência fonológica), ela pode apenas desenhar esse animal ou objeto. 
Quando ela avança um pouco e observa que usamos letras para escrever ela pode até usar uma quantidade de letras, mas é esperado que nada tenha a ver com a escrita de fato… usando letras aleatórias. 
Ela tende a usar muitas letras se for “escrever” o nome de algo grande (por exemplo: trem, avião, boi) ou poucas letras se o que deseja escrever for fisicamente pequeno (como formiga, joaninha, apontador).
Isso acontece porque nessa fase de 4-5 anos, por questões de maturação neurológica, é difícil para a maioria das crianças entender que não escrevemos a “coisa”, mas o nome da “coisa”. 
Isto é o que Piaget chamou de REALISMO NOMINAL, uma fase do desenvolvimento da aprendizagem em que a criança ainda não entende que a escrita representa sons da fala. 
Considerando a Psicogênese da Escrita de Emília Ferreiro, essa criança estaria no nível pré-silábico.
Agora vai a pergunta: o que nós mediadores podemos fazer para ajudar a criança a sair do Realismo Nominal e avançar na sua compreensão do que é ler e escrever??? Como ajudá-la a sair dessa compreensão baseada apenas no concreto e passar a representar com letras os sons da fala?
Aqui vão 5 dicas:  
  • Contar sílabas das palavras oralmente (batendo palmas para cada sílaba falada, por exemplo);
  • Apresentar as vogais e suas respectivas bocas, estimulando sua articulação;
  • Relacionar figuras iniciadas com vogais com as respectivas bocas das vogais que as pronunciam;
  • Nomear um objeto e identificar se ao pronunciar seu nome a boca da vogal indicada está presente ou não;
  • Uma vez identificada a presença de uma vogal na palavra, perceber se ela está no início, no meio ou no final.
Para tornar mais “concreta” para a criança essa percepção da ocorrência da vogal na palavra, Boquinhas tem um exercício clássico que é a “formiguinha”. Neste exercício, trabalhado pelo método desde a Educação Infantil, a criança é estimulada a falar a palavra e relacionar cada sílaba falada com as partes da “formiguinha”, identificando se a vogal que procura está na cabeça, no corpo ou no bumbum dela. As crianças adoram!
Estas reflexões certamente levarão a criança a relacionar a escrita com a fala, condição fundamental para que ela avance na compreensão do que é ler e escrever!
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14 de maio - Apraxia de Fala na Infância

Apraxia de Fala na Infância - O que é isso?

É um distúrbio motor da fala, caracterizado pela dificuldade de programação e planejamento das seqüências dos movimentos motores da fala, resultando em erros de produção dos sons (Hall, 2007). 

Quais as manifestações clínicas? Quais as dificuldades apresentadas pelas crianças com Apraxia?

- Bebês são considerados “quietos”; vocalizam e balbuciam pouco;
- Repertório limitado de vogais (dificuldade em produzir as vogais) e de consoantes;
- Variabilidade de erros (a criança pode apresentar diferentes “trocas na fala”). Fala de difícil compreensão;
- Maior número de erros quanto maior a complexidade silábica ou discursiva (quanto mais extensa a palavra, maior será a dificuldade);
- Instabilidade na produção da fala (tem dia que a fala está pior, ou melhor);
- Alteração prosódica (melodia da fala é diferente/”estranha”). Fala pode ser monótona;
- Déficits no tempo de duração dos fonemas, pausas (podem apresentar prolongamentos, hesitações). “Lentidão” para falar.
- Procura do ponto articulatório (a criança fica procurando o ponto articulatório, por exemplo, ao falar “pato”, pode falar “bato” “cato” “lato”...até chegar no “pato”.
- Pobre inventário fonético: pobre domínio dos sons da fala. Os pais têm a impressão de que a criança não sabe o que fazer com a boca, parece desconhecer os movimentos necessários para a fala (não movimenta adequadamente a língua);
- Atraso no aparecimento das primeiras palavras (os pais relatam que demorou a começar a falar);
- Alterações em outros aspectos da linguagem oral (como por exemplo, vocabulário pobre, dificuldade para produzir frases mais elaboradas, para relatar fatos, etc);
- Pode apresentar além da dificuldade motora na fala, outras dificuldades, como na coordenação motora fina, para se alimentar, mastigar, se vestir, para andar de bicicleta (os pais podem perceber uma inabilidade motora geral).
Existem diferentes terminologias que são utilizadas para Apraxia de Fala, tais como:
Apraxia Desenvolvimental de Fala;
Apraxia Articulatória;
Dispraxia Verbal;
Dispraxia Articulatória Desenvolvimental;
Apraxia Verbal da Infância;
Apraxia Verbal Desenvolvimental;
Síndrome do Déficit de Programação Fonológica, etc
No entanto, a Associação Americana de Fonoaudiologia (American Speech-Language-Hearing Association (ASHA, Ad Hoc Committee on Apraxia of Speech in Children) recomenda que o termo: Apraxia de Fala na Infância. 

Como é feito o diagnóstico?

A Apraxia é considerada uma desordem da fala, da comunicação e, portanto, o profissional qualificado para dar este diagnóstico é o Fonoaudiólogo, com experiência nesta área. Pode ser necessário também o encaminhamento para outros profissionais, como Terapeutas Ocupacionais, Psicólogos, Neuropediatras, etc.
Deve ser realizada uma avaliação minuciosa de todos os aspectos da fala, da linguagem e da motricidade oral da criança, incluindo as habilidades práxicas. Existem dificuldades que são específicas do quadro, mas podem variar de criança para criança e até na mesma criança, com o avanço da idade. O contexto educacional e familiar no qual a criança está inserida também deve ser analisado.

Com que idade o diagnóstico de Apraxia de Fala pode ser feito? 

Muitas vezes, não é possível diagnosticar uma criança com menos de dois anos de idade, porque ainda não conseguirá compreender as instruções específicas para cumprir as tarefas essencias para o diagnóstico. Entre dois e três anos, podemos suspeitar do quadro e indicar alguns meses de terapia diagnóstica para a confirmação do diagnóstico. A intervenção precoce é muito importante para se obter resultados mais significativos. Os pais preocupados com o desenvolvimento da fala e da linguagem devem sempre procurar ajuda.

Por que falar é tão difícil para estas crianças? 

O ato da fala é altamente sofisticado. É um processo cerebral que envolve músculos da boca, da face, da língua, do palato, faringe. O controle motor da fala é complexo e depende de mecanismos cerebrais específicos e acredita-se que nos quadros de Apraxia, estes mecanismos não conseguem se integrar, gerando falhas no processamento, no planejamento e na execução da fala. Crianças com apraxia têm consciência de suas dificuldades, “tentam falar corretamente, mas não conseguem”.

E o tratamento? 

Crianças com Apraxia necessitam de atendimento terapêutico individual. Os resultados e progressos podem ser obtidos a longo-prazo. Com a terapia pode haver uma melhora das habilidades comunicativas, mas outros fatores, como a gravidade do quadro e a idade da criança também devem ser considerados. Também deve ser feito um trabalho com a família (Programa de suporte e orientação aos pais) e com a escola (os professores necessitam de orientações). A Apraxia de fala pode acarretar dificuldades que irão persistir na idade adulta.

Se uma criança não tiver progresso significativo, apesar de estar em terapia fonoaudiológica, considerar:

1. O diagnóstico está correto?
2. A freqüência de atendimento está adequada?
3. O planejamento terapêutico está adequado?
4. A relação terapeuta-paciente é adequada?
5. O ambiente terapêutico e estratégias terapêuticas são motivadoras? Interessantes?
6. Outros aspectos estão interferindo na evolução da criança?
A parceria com a família deve ser considerada uma extensão do tratamento. Os pais devem observar a terapia e devem receber orientações de como ajudar em casa.

Maiores informações, acessar: http://www.apraxia-kids.org/ . (Site americano, para pais e profissionais sobre Apraxia de Fala). Infelizmente no Brasil, não temos serviços deste tipo, disponíveis.

Referência Consultada: Hall, P.K; Jordan, L.S.; Robin, D.A. Developmental Apraxia of Speech. Theory and clinical practice. Second Edition.Pro-ed, 2007.

www.leandrafonoaudiologia.com


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